Novembro 17, 2024
Pai incentiva filha a entrar em pelotão mirim e se torna coordenador do projeto no Piauí
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De pai zeloso a coordenador de um dos maiores Pelotões Mirins do Piauí. A história de voluntariado de Jenison Lopes, carinhosamente conhecido pelos policiais militares como “Nenezão”, está diretamente ligada à relação entre pai e filha. Localizado no Batalhão de Rondas Ostensivas de Natureza Especial (BPRone), no bairro Pirajá, zona Norte de Teresina, o núcleo do projeto social sob sua liderança atende cerca de 150 crianças e jovens da região.

Uma das alunas e já formada pelo projeto foi sua filha, Juliane Amorim. Em 2011, Jenison Lopes, morador da região, soube do projeto e lutou por uma vaga para matriculá-la. Segundo ele, sua família enfrentava dificuldades e ele viu no Pelotão Mirim uma solução.

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“Naquele momento de angústia, senti a necessidade de procurar ajuda. Como pai, percebi que havia encontrado o lugar certo para fazer algo pela minha filha. A partir dali, ela começou a ter uma educação, a materializar algo em sua mente, passou a ter disciplina, ética, a participar de esportes; tudo isso influenciou muito sua vida, seu cotidiano. Ouvi falar do projeto e, graças a Deus, insistimos muito e conseguimos a vaga. Ela começou a receber acompanhamento e suporte. Estávamos passando por dificuldades, mas lá aprendemos sobre ética e cidadania, graças ao apoio dos militares que fazem parte do projeto”, destaca Jenison.

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Acompanhando sua filha ao longo dos anos, o desejo de voluntariar-se no Pelotão Mirim foi despertado em Jenison Lopes. Com o apoio dos próprios policiais militares, ele se tornou coordenador do Pelotão Mirim da Rone em 2017. O público-alvo do programa são crianças e adolescentes regularmente matriculados na rede pública de ensino e em situação de vulnerabilidade social. O projeto busca reduzir os índices de violência e criminalidade, principalmente aqueles envolvendo menores de idade, por meio de um processo de transformação, integração e educação, em parceria com a Polícia Militar e outros órgãos.

“Nós vimos o trabalho do projeto social de ressocialização e agora fazemos parte da equipe. Graças a Deus, temos uma história linda com essas crianças. Estamos sempre juntos, lutando por elas, buscando trazer ética, cidadania e educação para a vida da nossa garotada. Hoje, minha filha cresceu e é mãe de família. Eu não troco meu sábado por nenhum outro tipo de serviço ou atividade. Minha atividade ao lado dessas pessoas, que depositaram sua confiança em mim e acreditaram em fazer o melhor pela minha filha e por todas as crianças que já passaram por aquele projeto, é inestimável”, afirma o coordenador.

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“Melhor decisão que meu pai tomou”

Juliane Amorim entrou no programa aos 12 anos de idade, incentivada por seu pai. Ela relata que estava em uma fase de rebeldia e enfrentava várias dificuldades típicas da adolescência quando conseguiu sua vaga. No início, ela não gostava muito, mas com o tempo passou a apreciar o programa e, hoje, acredita que foi a melhor decisão que seu pai tomou.

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“Eu estava passando por tribulações na adolescência, era uma fase muito difícil e rebelde para meus pais. Então, meu pai resolveu me colocar no pelotão. Comecei a ir todo sábado e notei a diferença na minha vida. Os instrutores e a forma como educavam todos nós ali mudou minha mente. Eu me salvei. Quando meu pai me colocou no pelotão, houve uma grande mudança na minha vida; minha mentalidade sobre o futuro mudou completamente, e isso me deu mais esperança de viver um futuro melhor, com decisões mais acertadas para mim mesma. Foi a melhor decisão que meu pai tomou”, enfatiza Juliane.

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A jovem permaneceu no Pelotão Mirim por quase 10 anos. Atualmente, Juliane é casada e tem uma filha. Ela acredita que, se não fosse pela insistência de seu pai, sua trajetória teria sido diferente.

“Hoje sou uma pessoa diferente, graças ao meu pai e ao projeto que me deu tudo de bom, que me educou e que continua a me incentivar a ser uma pessoa melhor”, finaliza.

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