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Claro, o 3×4 contra o clube de John Textor, em 2023, é prova cabal da qualidade a que me refiro. Resiliência, porém, é algo que acaba. Que desgasta. Que esgarça. Cansa correr atrás do resultado.
Talvez a imagem que melhor ilustre esse tópico seja o lance em que Estêvão é perseguido implacavelmente por Jadson. O volante dá dois rapas impiedosos no garoto — pelos quais, aliás, recebeu apenas um cartão amarelo, em apenas um dos erros de uma arbitragem medonha em Caxias do Sul. O primeiro teria sido suficiente para deixar no chão 99% dos jogadores brasileiros. Chama a maca. Para tudo. Grita na cara do juiz pedindo vermelho. Partida paralisada por uma eternidade.
Só que não.
O jovem artilheiro rola e se levanta, correndo atrás da bola com o mesmo vigor de antes, ainda perseguido por Jadson, que novamente usa da violência para derrubá-lo. Esse tipo de atitude não demonstra apenas disposição (saudades de ser jovem, né, minha filha). Demonstra comprometimento. A bola rolando oferece mais chances de vitória do que a bola parada, então sigamos.
Por duas vezes o Palmeiras tomou o empate e, quando finalmente parecia que teria um respiro com o 4 a 2, levou o terceiro do Juventude apenas quatro minutos depois (um golaço de Edson Carioca, diga-se). Um novo empate complicaria demais a caça ao Botafogo. Então, aos 44 do segundo tempo, Raphael Veiga completou seu hat-trick no embate e alcançou a impressionante marca de Edmundo: 99 gols com a camisa do Verdão. Segundo o DataFutebol, ele é o meio-campista com mais tentos no mundo desde 2020: 92.
Quando a porca torceu o rabo, o Alviverde se mostrou vivo. De novo.
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