Março 21, 2025
Paragem LGBTQIA+ veste avenida Paulista de verdejante e amarelo – 02/06/2024 – Cotidiano

Paragem LGBTQIA+ veste avenida Paulista de verdejante e amarelo – 02/06/2024 – Cotidiano

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As tradicionais cores do arco-íris que dominam a avenida Paulista todos os anos, neste domingo (2), durante a 28ª Paragem do Orgulho LGBT+ de São Paulo, concorreram com tons de verdejante e amarelo, que se espalharam em figurinos elaborados das drag queens e camisas da seleção brasileira vestidas pelo público.

Mais do que estética, a escolha se transformou em uma espécie de manifesto cromático para ressignificar as cores ligadas a movimentos conservadores nos últimos anos. Para isso, a edição deste ano convocou o público a se apropriar do verdejante e amarelo posteriormente se tornarem símbolo da direita.

Para os que chegaram sem os adornos nesses tons, há vários pontos de venda. Cada camiseta sai por R$ 50, por exemplo. Bandeiras e outros itens que misturam a flâmula brasileira a ícones do movimento LGBT+, porquê as cores do arco-íris, também são comercializados.

Com um vestido de tule verdejante e uma peruca amarela, a drag queen Tchaka, musa da Paragem, abriu o evento com um oração. “O Brasil é dos LGBTs, a bandeira é nossa, é tudo nosso”, disse Tchaka, que saudou a todos pelo uso das cores e puxou coro com o tema da Paragem deste ano. “Basta de retrocesso. Vote consciente”, gritaram os presentes.

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Matheus Gomes, 37, e Alex Souza, 42, resolveram tirar as camisas da seleção brasileira do armário nesta manhã de domingo, mas disseram estar reticentes em usar um símbolo tão “incerto”. “Foi a melhor decisão”, disse Alex. “O Brasil é mais e mais feliz gay hoje”, continuou Matheus.

O levante verdejante e amarelo ganhou força posteriormente o show da Madonna na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, em 4 de maio. As cores marcaram a apresentação da musa do público LGBT+, principalmente no momento da participação de Pabllo Vittar, que também levou os tons da bandeira para o palco.

Camisetas da turnê são vendidas por ambulantes na Paulista a R$ 50. “Todo mundo quer sentir que participou daquilo. Foi um momento histórico, ainda mais para a nossa comunidade”, diz Samantha Gelli, 22, travesti, que comprou a sua. Os leques também fazem sucesso, assim porquê canudos com pontas em formado de pênis, e são vendidos a R$ 30.

No carruagem abre-alas, drag queens com perucas em rosa, azul e lilás puxam um público entusiasmado, mesmo sob o indiferente da manhã, com termômetros marcando 18ºC. Logo detrás, a escola de samba Estrela do 3º Milênio, do Grajaú, bairro na zona sul de São Paulo, desfilou e anunciou seu enredo para o próximo carnaval: a história do movimento LGBT+ no Brasil.

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Os presentes ficaram em êxtase com a batucada e seguiram a bateria sambando.

Pouco depois do meio-dia, a Paulista recebeu a deputada federalista Erika Hilton (PSOL) aos gritos de “presidenta”. “Marcharemos nesta tarde pela retomada da nossa bandeira e para mostrar que o Brasil será melhor, será bicha, sapatão, travesti”, disse a parlamentar.

Depois Hilton, discursou seu correligionário Guilherme Boulos (PSOL), candidato à Prefeitura de São Paulo. Ele foi recebido com sarau e batida de leques. “Essa cidade já derrotou o retrocesso outras vezes e vai derrotar outra vez neste ano. Tenho certeza”, disse o candidato.

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Os leques, onipresentes no figurino do público LGBT+ durante festas noturnas e no Carnaval de rua, ganharam versões maiores na Paragem, onde o som criado a partir das batidas incessantes das hastes se transformou em uma espécie de grito de guerra repetido posteriormente cada oração. A ação performática foi comandada, inclusive, por Tchaka de cima do primeiro trio.

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O vendedor Marivaldo Aleixo, 51, contou ter vendido mais de 30 leques neste domingo. “Sempre vende muito, no Carnaval também, mas hoje estão saindo mais os com as cores da bandeira”, afirma.

Para esta edição, os organizadores apostam no tema Basta de Negligência e Retrocesso no Legislativo, convidando o público refletir sobre a valia do voto consciente e representativo.

Além das camisas da seleção brasileira e dos leques com as cores da bandeira LGBT+, é verosímil divisar fantasias diversas entre o público.

De Marilyn Monroe a Vera Verão, personagem do programa A Terreiro é Nossa, passando por fantasias conscientes para alertar para os hábitos de consumo excessivo, a regra entre os presentes parece ser se sentir confortável na própria pele.

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“Para mim, é panegíricio ser comparada a Vera Verão. Ela me inspira porque é bicha preta, afeminada, periférica, inteligente e criativa”, diz Deivid Leôncio, 27, trajado porquê a personagem.

Atração mais esperada, Pabllo Vittar subiu no trio elétrico com figurino nas cores da bandeira vernáculo e começou sua apresentação com seu hit “Paixão de que”. “Vamos ferver essa avenida”, disse, enquanto o público batia seus leques.

O show foi interrompido por alguns minutos posteriormente princípio de tumulto quando o trio passava pelas obras na Paulista quase esquina com a rua da Consolação. Neste ano, dissemelhante dos anteriores, um trecho da via ficou interditado por razão de obras do metrô, e o público teve menos espaço.

Outra atração disputada, o show da Gloria Groove deu trabalho para os fãs que queriam vencer a turba e chegar perto do trio elétrico, parado em frente ao Masp, o que causou empurra-empurra, brigas e muita gritaria. “Basta de negligência. Basta de retrocesso. Nenhum recta a menos”, disse a cantora no início de sua apresentação.

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