Maio 7, 2025
Pepe Mujica está morrendo: deixa algumas lições qu…
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Ele não foi nenhum santo. Mas que vida teve Pepe Mujicacujo fim está chegando, segundo ele mesmo disse ao dar a última entrevista – tendo pedido que não o procurem mais para falar. Aos 89 anos, com metástase generalizada de um câncer de esôfago, ele não tem mais tratamentos possíveis.

Não está exatamente em paz, mas se conformou. “Quando chegar minha hora de morrer, vou morrer. Simples assim. Até aqui, cheguei”, disse, entre lágrimas, a Pedro Tristant, do site Informações.

Quando o inevitável acontecer, sua vida extraordinária será exaltada, principalmente pela simplicidade que escolheu durante e depois que foi presidente, uma figura folclórica que chamou atenção até entre quem mal conseguia localizar o Uruguai no mapa. Excêntrico e até com tendência ser o clássico eremita resmungão, ele voltou a morar em seu sítio, com a mulher, um cachorro de três patas e um Fusca.

Tendo sido não só de esquerda, como militante armado dos Tupamaros na época das ditaduras do Cone Sul, ele assaltou bancos e passou treze anos preso, inclusive dentro de um buraco no chão. Fez amizade com uma rã para sobreviver. A mulher, Lucia Topolansky, protagonizou uma fuga espetacular, envolvendo 37 presas.

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Dificilmente haveria pessoas com mais razões para alimentar ressentimentos, mas os vícios de esquerda foram absorvidos por Mujica, sem renunciar a suas ideias e também sem se tornar obcecado. Ao contrário, na entrevista de despedida, repetiu um princípio fundamental: “É fácil ter respeito por quem pensa parecido conosco, mas é preciso aprender que o fundamento da democracia é o respeito aos que pensam diferente””.

A VELHA E O VESGO

Tantos dizem isso da boca para fora e passam a vida obcecados com os adversários. Mujica o disse de verdade. Sua tendência a falar exatamente o que pensava criou situações engraçadas, quando comentou a respeito do casal Kirchner, Néstor e Cristina, os vizinhos argentinos, companheiros de esquerdismo: “Esta velha é pior do que o vesgo”.

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Nestor Kirchner tinha, realmente, um olhar enviesado. E dá para imaginar a reação da vaidosa Cristina.

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Deu a maior confusão. Mujica depois desconversou, disse que não estava falando sobre a Argentina, mas sobre o Brasil – os dois vizinhos enormes entre os quais o Uruguai tem que sobreviver e manter, além de sua identidade, seus interesses. Mas reiterou: “Não vou esclarecer nada”.

O estilo extremamente modesto que Mujica manteve durante e depois da presidência reflete uma filosofia de vida da velha esquerda, sobre os males do consumismo. Em entrevista ao New York Timesparte de sua longa cerimônia de adeus, ele a resumiu: “O Uruguai tem 3,5 milhões de habitantes. Importa 27 milhões de pares de sapato. Para quê?”.

“Você é livre quando escapa à lei da necessidade. Se as necessidades vão se multiplicando, gasta a vida inteira para atendê-las. Nós, humanos, podemos criar necessidades infinitas. O resultado é que o mercado nos domina e fica com todo o tempo de nossa vida”.

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“A humanidade precisa trabalhar menos e ter mais tempo livre. Para que tanto lixo? Para que mudar de carro? Mudar de geladeira”.

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TAPETE VERMELHO

Parece ingênuo, mas como Pepe Mujica está vivendo até seus últimos dias fiel a essa filosofia, ganha mais respeito do que quem condena ter duas televisões e se regozija nas mordomias do poder.

Quando foi presidente, Mujica continuou morando na própria casa. Não queria ceder aos “resquícios do feudalismo”.

“O tapete vermelho. Os que tocam corneta. E o presidente gosta dos que o adulam”.

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“Como gostaria de ser lembrando?”, perguntou o entrevistador.

“Ah, como o que sou, um velho louco”.

O mundo precisa de velhos loucos, figuras raras que aparecem para nos lembrar do que não conseguirmos fazer. Jimmy Carter, cuja cerimônia fúnebre cheia de presidentes se encerrou ontem, foi um raro caso comparável ao de Mujica: voltou a morar na mesma casa simples, na Geórgia, depois de deixar a Casa Branca, e seguiu uma vida frugal.

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É possível discordar e até detestar as ideias de Carter ou Mujica, mas não deixar de admirá-los por ter resistido às tentações do poder, do “mercado” ou seja como quiserem chamar. Coisa de velho louco.

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