Publicado em 06 de Junho de 2024 às 16h18.
O Comando Vernáculo de Greve (CNG) do ANDES-SN acompanhou, na manhã de quarta-feira (5), a votação que aprovou a geração de um grupo de trabalho (GT) na Percentagem de Instrução da Câmara dos Deputados. O GT foi criado, em tese, para “explorar e propor soluções técnicas atinentes às demandas das Universidades e Institutos Federais de Ensino em greve”. A greve de docentes federais completou 50 dias nessa terça-feira (4) e conta, no momento, com a adesão de 62 IFEs.
No entanto, a iniciativa de produzir o GT foi da extrema direita, que compõe a Percentagem Instrução, cuja presidência é ocupada por Nikolas Ferreira (PL/MG). E a intenção dos e das parlamentares da oposição, com a proposta, ficou explícita durante a sessão: hostilizar tanto a greve da Instrução Federalista quanto o governo Lula.
O 2º vice-presidente do ANDES-SN, Luis Acosta, destaca que a iniciativa procura se apropriar da greve por secção da ultradireita e vai contra tudo o que o Sindicato Vernáculo luta historicamente. “O GT ratificado ontem na Percentagem de Instrução procura ressignificar as lutas dos trabalhadores e das trabalhadoras, uma vez que aconteceu a partir de 2013 com as mobilizações daquela era, que foram ressignificadas pelo ‘lavajatismo’, uma vez que lutas contra a prevaricação e contra a ‘esquerda’ em sentido vasto. Não podemos admitir essa situação. A greve tem o sentido a resguardo e ampliação da democracia e dos direitos sociais e não a ruína dos direitos da classe trabalhadora”, aponta.
Acosta lembra ainda que a tarifa da extrema direita, do bolsonarismo, é a da ‘Escola sem partido’, das ‘Escolas Cívico-Militares’, do negacionismo, da misoginia, do patriarcado, do ódio racial e da submissão da economia aos imperativos sistêmicos do mercado, uma vez que o golpe dos investimentos sociais. “Não podemos deixar que isso aconteça. E, para isso, precisamos que sejam retomadas urgentemente as negociações em torno da tarifa que nosso sindicato defende”, critica.
Para Virgílio Coelho de Oliveira Júnior, representante do Comando Lugar de Greve da Universidade de Brasília (UnB) no CNG, a medida representa um grande oportunismo da extrema direita uma vez que forma de hostilizar o governo e se promover nas redes sociais. “Fizeram lá os seus vídeos, falaram aquelas aberrações de sempre e, depois, quando a Percentagem começou a discutir pautas importantes, de roupa, para a instrução, nenhum deles estava lá. Eles entraram naquela reunião somente e com o único intuito de hostilizar o governo, se valendo da greve. E são deputados que a gente sabe que, no pretérito muito recente, se dedicaram, com muita força, a hostilizar professores e, sobretudo, a instrução. Acho que é uma violência essa iniciativa da extrema direita, um grande engodo que nós vamos ter, também, que saber mourejar e combater com as armas devidas”, avaliou.
As e os docentes estão paralisados desde 15 de abril e cobram do governo federalista reivindicações uma vez que: melhoria das condições de trabalho e a urgente recomposição do orçamento das Universidades, Institutos Federais e Cefets, o ‘revogaço’ de medidas antidemocráticas contra a categoria, implementadas desde 2016, as modificações necessárias na estrutura da curso docente, muito uma vez que a recuperação do poder de compra dos salários e a garantia de paridade entre ativos, ativas, aposentados e aposentadas.
Durante a sessão, foi questionada, regimentalmente, a geração de um GT no contextura de uma percentagem permanente, sendo que, de concordância com o item 212 do Regimento Interno da CE, a geração de grupos de trabalho é conhecimento exclusiva do presidente da Câmara dos Deputados.
Esther Dweck foi convidada para comparecer à CE no dia 26
Também foi ratificado invitação para que a ministra do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos do Brasil (MGI), Esther Dweck, compareça à CE, no dia 26 de junho, para falar sobre o curso das negociações com as categorias em greve das instituições federais de ensino superior.
*Foto: Registo/CNG ANDES-SN