A Petrobras nomeou no dia 1º de outubro o ex-funcionário Luís Fernando Nery para comandar interinamente a Gerência Executiva de Notícia e governar uma verba de murado de R$ 150 milhões para a contratação de agências de publicidade, informação e patrocínios.
- Economia: Déficit zero é oferecido porquê morto no governo Lula, mas ministros batem cabeça sobre novidade meta
- Estudo: Fala de Lula sobre déficit zero indica seu lado no embate entre Haddad e Rui Costa
Nery, que ocupou o mesmo incumbência entre 2015 e 2016, foi despedido em 2019 por envolvimento em suspeitas de prevaricação, posteriormente uma apuração interna que constatou desvios em verbas de publicidade e eventos.
Em abril pretérito, o CEO da estatal, Jean Paul Prates, já havia tentado nomeá-lo gerente executivo, mas o comitê de conformidade da empresa vetou a recontratação por desculpa das irregularidades cometidas no pretérito.
- Repercussão: Senador aciona CVM para suspender indicações políticas na Petrobras
- Petrobrás: Lewandowski abriu a porta para a volta ao pretérito
Prates, logo, abrigou Nery porquê assessor privativo da presidência – incumbência para o qual não é necessária a aprovação do compliance. Foi lá que o ex-gerente passou os últimos cinco meses, recebendo salário de R$ 63 milénio e participando, na prática, de várias decisões importantes da espaço de publicidade e patrocínio.
Os presidentes da Petrobras desde o primeiro governo Lula


José Eduardo Dutra foi presidente da Petrobras de 2 de janeiro de 2003 a 22 de julho de 2005, no primeiro procuração de Lula — Foto: Aílton de Freitas/Filial O Mundo


Sérgio Gabrielli foi nomeado presidente da Petrobras no segundo procuração de Lula e continuou no comando da empresa até fevereiro de 2013, já no governo de Dilma Rousseff. No seu procuração, a estatal segurou os preços dos combustíveis — Foto: Domingos Peixoto/Filial O Mundo
Publicidade


Maria da Perdão Foster foi presidente da empresa de fevereiro de 2012 a fevereiro de 2015, no governo de Dilma Rousseff — Foto: Divulgação/Filial Petrobras

Aldemir Bendine foi o terceiro presidente da Petrobras no governo Dilma Rousseff. Ficou no comando da empresa de 6 de fevereiro de 2015 a 30 de maio de 2016. Foto Givaldo Barbosa/Filial O Mundo
Publicidade

Pedro Parente foi presidente da Petrobras de 30 de maio de 2016 a 1 de junho de 2018, no governo de Michel Temer. Sob sua gestão, a estatal mudou seu regime e ampliou as regras de governança. Ele estava no comando da empresa durante a greve dos caminhoneiros — Foto: Jorge William/Filial O Mundo

Ivan Monteiro sucedeu Parente quando oriente saiu posteriormente a greve dos caminhoneiros. Monteiro ficou avante da Petrobras também no governo de Michel Temer, de 1 de junho de 2018 a 3 de janeiro de 2019 — Foto: Márcio Alves/Filial O Mundo
Publicidade

Roberto Castello Branco comandou a empresa no início do governo Bolsonaro e deixou a presidência da Petrobras em abril de 2021, posteriormente desgaste com o presidente em meio a reajustes de combustíveis. Ele foi indicado por Guedes — Foto: AFP

Joaquim Silva e Luna assumiu a presidência da empresa em 16 de abril de 2021 e foi despedido por Bolsonaro, segundo integrantes do governo, em meio à pressão por conta do aumento no preço dos combustíveis, e depois de críticas feitas pelo governo e pelo Congresso à estatal — Foto: Antônio Cruz / Filial Brasil
Publicidade

Quarto presidente da Petrobras nomeado por Jair Bolsonaro, José Mauro Ferreira Coelho renunciou posteriormente possante pressão do presidente e do Congresso. Ele havia sido despedido posteriormente 40 dias.— Foto: PR

Caio Paes de Andrade, ex-secretário de Desburocratização de Guedes, assumiu a presidência da Petrobras em junho de 2022 — Foto: Divulgação
Publicidade

Escolhido pelo presidente Lula, Jean Paul Prates foi reconhecido para presidir a estatal e assumirá a empresa com procuração até abril, quando ocorre a novidade parlamento de acionistas — Foto: Cristiano Mariz/Filial O Mundo
Desde o primeiro governo de Lula, empresa teve dez presidentes. Jean Paul Prates será o 11º
Nesse período, a gerência de informação foi comandada por uma funcionária de curso da Petrobras, Vânia Gonçalves. Segundo apurou a equipe do blog, Prates tem dito internamente que Nery é uma indicação pessoal de Lula, o que justificaria sua insistência em nomeá-lo.
- Banco Médio: Lula troca ataque por diálogo com Campos Neto de olho no crédito
- Whatsapp: Participe do novo ducto da Malu Gaspar e receba notícias e bastidores exclusivos
Agora, o presidente da Petrobras encontrou uma forma de driblar a exigência do compliance e colocar Nery no incumbência.
Pelas regras da empresa, um “substituto eventual” é nomeado quando é preciso “resguardar” uma determinada posição enquanto o executivo titular não vem, e pode permanecer no incumbência por no supremo 180 dias.
- 7 de setembro: A aposta de adversários de Bolsonaro e Braga Netto para o julgamento do TSE
- E ainda: Recurso de PGR interina que contrariou Alexandre de Moraes é visto porquê ‘resguardo do MP’
Funcionários da espaço de informação ouvidos pela equipe da pilastra, porém, afirmam que na prática Nery já está comandando a espaço de informação desde fevereiro.
A Petrobras, por sua vez, confirmou que Nery assumiu a novidade função, mas não explicou por que ele assumiu o incumbência no lugar de Vânia Gonçalves e nem respondeu se, porquê “substituto eventual”, ele será submetido a uma novidade avaliação do compliance.
Na companhia ninguém tem dúvidas de que Nery deverá usar a influência da cadeira para tentar se manter no incumbência. Os salários da Petrobras não são públicos por se tratar de uma companhia de capital misto, mas a equipe do blog apurou que a remuneração de um gerente executivo varia de R$ 53 milénio a R$ 79 milénio.
- São Paulo: PSD de Kassab avança sobre espólio tucano e já controla metade do estado
- Prefeitura: A ameaço e o dilema dos bolsonaristas na coligação com Ricardo Nunes em São Paulo
Luis Fernando Maia Nery é ligado a Wilson Santarosa, que também ocupou a gerência de informação da Petrobras entre 2003 e 2015, período entendido pelos governos Lula e Dilma Rousseff.
Mantém ainda conexão estreita com a Frente Única dos Petroleiros (FUP), que, porquê mostramos no blog, exerce possante influência na cúpula da Petrobras na gestão Prates.
O agora gerente executivo foi claro de uma percentagem interna de apuração (CIA) da estatal posteriormente o GLOBO revelar, em 2016, que a companhia gastou mais de R$ 1 milhão em valores da estação com ingressos em camarotes no carnaval baiano para políticos e auxiliares da logo presidente Dilma Rousseff, além de patrocinar o trio elétrico de um parente do dirigente de gabinete do ex-presidente da companhia, José Sérgio Gabrielli.
- Congresso: Militante do PCdoB despedido na Câmara atuou porquê lobista do Irã e Hezbollah no Brasil
- Espionagem: O ofício que opôs Abin e PF no questionário sobre uso de programa espião na gestão Bolsonaro
Ele foi despedido em maio de 2019 em um concordância com a Petrobras, feito antes do final das investigações. Quando a apuração terminou, em maio de 2020, o relatório final concluiu que Nery foi responsável pelas irregularidades e deveria ter sido despedido por justa desculpa, mas obviamente isso já não era mais verosímil.
O regime da Petrobras diz que não pode ser indicado a cargos de governo na companhia quem possua “falta grave relacionada ao descumprimento do Código de Moral, Guia de Conduta, Manual do Programa Petrobras de Prevenção à Devassidão ou outros normativos internos” ou que tenha sido “enquadrado no sistema de consequência disciplinar”.
- Quadro: Em meio a disputa de poder na Petrobras, conselheiros de Silveira entram na mira do TCU
- Veja também: Jean Paul Prates monta time na Petrobras com ‘núcleo sindical’ e aliados
Outro incidente que marcou a curso de Nery foram as denúncias de que ele teria usado o incumbência para pressionar a escola de samba carioca Portela a escolher sua mulher, Patrícia Nery, para o posto de rainha de bateria em detrimento da atriz Sheron Menezzes. Na estação, a Petrobras patrocinava as escolas de samba do Rio de Janeiro.
Anos antes de sua exoneração, quando estava avante da Gerência de Responsabilidade Social da empresa, Nery depôs à CPI da Petrobras na Câmara dos Deputados. A percentagem parlamentar apurou desvios de verbas da estatal através de ONGs patrocinadas pela companhia.
Jean Paul Prates também indicou outros executivos que se envolveram em escândalos para a cúpula da Petrobras, mesmo sem o aval da espaço de governança e conformidade.
- E ainda: Prates escolhe sindicalista para separação da Petrobras com orçamento de R$ 450 milhões
- Justiça: Juízo da Petrobras vê ‘ameaço’ e suspende decisão sobre pagamento de quase R$ 1 bi à Sete Brasil
O exemplo mais simbólico é do diretor jurídico da estatal, Marcelo Mello. Ele foi sócio do ex-diretor e delator da Lava-Jato Nelson Cerveró em uma offshore utilizada para dissimular a compra de um duplex no Rio. O caso levou à pena de Cerveró a seis anos de prisão por prevaricação e lavagem de moeda.
Outro executivo, oriente indicado pelo próprio Marcelo Mello, é o gerente universal Carlos Borromeu de Andrade. Ele atuou na diretoria internacional da Petrobras durante os desvios do Petrolão e era subordinado a Cerveró quando a estatal assinou a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, por um valor inflacionado – trama também desvendada pela Lava-Jato.