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Novidade pesquisa indica que doenças com maior risco de óbito são mais predominantes nos cachorros de maior porte
- Responsável, Filipe Vilicic
- Papel, De São Paulo para a BBC News Brasil
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Quem tem ou teve cachorros provavelmente já ouviu que as raças menores apresentam maior verosimilhança de viver mais e de forma mais saudável.
“É uma verdade que vemos porquê patente no dia a dia, e por isso alertamos os donos”, afirma à BBC News Brasil a veterinária Carla Alice Berl.
“Uma raça gigante, com supra de 50 kg, costuma viver por menos anos do que uma pequena”, completa a profissional, que é fundadora da Pet Care, rede brasileira com 33 unidades espalhadas pelo país e que atende 15 milénio animais por mês.
“Só que um golden retriever, por exemplo, tem maiores chances de desenvolver cancro do que um pastor.”
Um novo estudo, orientado por biólogos, veterinários e estatísticos de sete instituições americanas oferece evidências sobre essa percepção.
As doenças com maior risco de óbito, por exemplo, são mais predominantes nos cachorros de maior porte.
“Cachorros maiores tendem a viver menos. Adicionalmente, diferentes tamanhos de cães tendem a manifestar diferentes doenças (…) por exemplo, raças grandes morrem mais frequentemente em consequência de problemas musculoesqueléticos e gastrointestinais”, escreveram os cientistas no estudo.
Enquanto outros fatores não afetaram a expectativa de vida dos animais, porquê se os cães eram de raças puras ou vira-latas, o peso foi tido porquê determinante para diminuir ou aumentar riscos de males diversos.
Os cachorros grandes tendem a desenvolver doenças ósseas, gastrointestinais, infecciosas, endócrinas, neurológicas, cânceres e problemas de nariz, goela e ouvido.
Já os menores, com menos de 10 kg, são mais propensos a apresentar males oculares, cardíacos, respiratórios e relacionados ao pâncreas.
Há também um número menor de doenças, porquê as urinárias e as renais, cuja ocorrência não varia de consonância com o peso.
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Peso pode ser fator-chave para a longevidade de cães grandes porquê os golden retriever
A pesquisa, publicada no periódico científico Plos One nesta quarta-feira (17/01), teve porquê base um compilado de informações de 27.541 cachorros de 238 raças que moram com seus donos nos Estados Unidos.
Os dados vieram de um banco acessível sustentado por donos de pets e usado para pesquisas científicas, o Dog Aging Project.
Os pesquisadores, liderados pela bioestatística Yunbi Nam, da Universidade de Washington, identificaram quais doenças se apresentaram porquê mais comuns dentre todos esses cães.
Depois, cruzaram as informações com as de sexo, tamanho (dividindo-os em cinco categorias de peso), lugar onde vivem e se são de raças puras ou vira-latas.
Para a veterinária Carla Alice Berl, da rede Pet Care, o estudo teria um deslize.
“Senti falta de informações de raças específicas, pois a situação varia demais dentre cães do mesmo peso”, aponta.
“Cães braquicefálicos (conhecidos pela cabeça de formato achatado e o venta encurtado), porquê os buldogues, nascem já com muito sofrimento, com vários problemas, porquê os respiratórios.”
Por isso, segundo a profissional, essas raças, mesmo que de pequeno porte, têm expectativa de vida similar à das maiores.
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Segundo a veterinária Carla Alice Berl, algumas raças específicas, com questões de saúde em privado, têm expectativa de vida similar à das maiores — porquê é o caso dos buldogues
Por que cães grandes morrem mais cedo?
O estudo publicado na Plos One é dataísta. Ou seja, restringe-se a apresentar os dados encontrados, sem procurar razões, biológicas ou não, para a diferença de expectativa de vida de cães maiores e menores.
“O que ocorre com os cachorros é estranho. Entre mamíferos, usualmente os maiores animais (porquê os elefantes, que morrem por volta dos 60 anos de idade, seis vezes mais que os cães), vivem mais, e isso tem a ver com a taxa de seus metabolismos. Em tese, o mesmo deveria ocorrer com os cães”, diz à BBC News Brasil a bióloga Frietson Galis, do Núcleo de Biodiversidade Proveniente, museu de história procedente localizado em Leiden, na Holanda.
Galis é autora de um estudo publicado em 2006 e que se tornou referência na espaço. No título do item, que é também uma das bases teóricas da novidade pesquisa publicada na Plos One, pergunta-se: “Cachorros grandes morrem novos?”
Ao longo de sua investigação, a observador utilizou uma base de dados veterinários para rastrear quais raças vivem mais ou menos. Chegou à seguinte epílogo, segundo ela própria: “Tem relação com a seleção sintético feita por humanos para obtermos cachorros maiores”.
De consonância com suas conclusões, os cruzamentos de raças feitos por criadores ao longo dos últimos séculos privilegiaram animais que crescem rápido, obtendo grande porte.
“Porquê resultado da extrema rapidez do prolongamento dessas raças, os animais desenvolveram doenças porquê cânceres”, afirma Galis.
O que os donos podem fazer?
O rápido prolongamento dos ossos dos cães grandes faz com que o peso seja prejudicial a eles em diversos aspectos, porquê ao pressionar as juntas.
“Por isso, é recomendado aos donos desses cachorros que não os alimentem de forma excessiva, para não forçar o prolongamento dos filhotes”, propõe a bióloga Frietson Galis.
A veterinária Carla Alice Berl sugere que os tutores de pets, particularmente daqueles com porte grande, controlem a alimento e o peso dos animais — e isso vale para cães de todos os tamanhos.
“O ideal é manter sempre 15% aquém do peso médio da raça”, indica ela.
Segundo Berl calcula, baseada em seus próprios estudos e leituras, que um bicho mais magro chega a viver quase 20% a mais.
“Isso pode simbolizar dois anos a mais na vida de um golden retriever, ou um ano a mais na de um pastor”, afirma ela.
Mas a veterinária avisa que de zero adianta seguir somente essa dica, se outras precauções não estiverem em dia.
“Caso queira que seu cachorro viva mais, é necessário vacinar, cuidar da saúde verbal, protegê-lo de carrapatos e mantê-lo ativo, com exercícios físicos frequentes”, recomenda.