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O ministro das Infra-Estruturas, Miguel Pinto Luz, e a ANA – Aeroportos de Portugal foram alvo de uma queixa anônima ligada à criação de um tribunal arbitral para decidir sobre o pedido de uma compensação financeira da empresa gestora dos aeroportos por causa da covid- 19.
“Foi recebida denúncia anônima com imputações genéricas, que está sendo objeto de análise”, disse fonte oficial da Procuradoria-Geral da República (PGR). “Não existe inquérito”, disse a mesma fonte, após ser questionada a respeito de uma notícia desta sexta-feira do Jornal Económico.
Segundo este jornal, estava em andamento no Departamento Central de Investigação e Ação Penal um processo de inquérito para investigar a criação de um tribunal arbitral feito em 29 de fevereiro de 2024, poucos dias antes das eleições legislativas, que foram vencidas pela AD a 10 de março.
Depois da análise dessa denúncia anônima, o Ministério Público tem duas opções: arquivar liminarmente, por falta de bases que sustentem a denúncia, ou partir para a abertura de um inquérito.
A notícia chega um dia depois de ter sido tornado público que o Ministério Público entregou uma ação no Supremo Tribunal Administrativo em 12 de dezembro que visa anular a primeira fase de obra do aeroporto de Lisboa, que não teve avaliação de impacto ambiental.
Os visados são o Governo, via Conselho de Ministros, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), que isentou esta fase de obras de uma Avaliação de Impacto Ambiental (AIA), a Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC), que é o regulador , e a ANA – Aeroportos de Portugal.
Surgem então como contrainteressados as câmaras de Lisboa e Loures (municípios por onde se distribui o aeroporto) e os ministérios da Defesa e da Infra-Estrutura, além da NAV Portugal (que administra o espaço aéreo).
Em paralelo, estão em andamento as negociações para a construção do novo aeroporto de Lisboa, que deve ficar a cargo da ANA, em Alcochete.
A ANA exige receber R$ 210 milhões vinculados a um processo de restauração do equilíbrio financeiro (REF) devido aos efeitos da pandemia de covid-19. O processo já se arrasta desde o segundo semestre de 2021.
No final do passado mês de Novembro, em resposta a uma pergunta do grupo parlamentar do PCP, o Ministério das Infra-Estruturas afirmou que o processo de arbitragem “apenas foi iniciado em Março de 2024”.
Destacando a necessidade de sigilo ligada a esses processos, o Governo adiantou apenas que já foi “constituído o tribunal arbitral por esta e definidas as regras de funcionamento”, seguindo-se “a decisão sobre os temas de prova”.
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