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A investigação da Polícia Civil sobre a falsificação do documento médico usado pelo candidato derrotado Pablo Marçal (PRTB) para acusar o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) de fazer uso de drogas foi transferida, na segunda-feira (7), para o 1º Juízo de Garantias do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP). Nesta instância já tramita uma notícia-crime apresentada pelo psolista e que gerou, por meio do juiz eleitoral Rodrigo Capez, a suspensão dos perfis do ex-coach por 48 horas na noite de sábado (5), véspera do primeiro turno.
De acordo com o delegado titular do 89° Distrito Policial, William Wong, a decisão foi tomada pelo fato de já existir um processo judicial em andamento naquela esfera:
— Como é um crime eleitoral, decidimos encaminhar para a Justiça Eleitoral, que já tinha um procedimento por lá. Para não ter até idemcomo a gente chama a duplicidade de investigação.
No sábado, a Polícia Civil anunciou a abertura de inquérito depois que os advogados de Guilherme Boulos registraram boletim de ocorrência com base em indícios de que a assinatura do médico José Roberto de Souza, CRM 17064-SP, hoje falecido, havia sido falsificada. A situação ficou comprovada por meio da análise de peritos do Instituto de Criminalística, que concluíram se tratar de um engodo em menos de 24 horas.
Em entrevista coletiva no final de semana, o delegado afirmou que planejava ouvir o biomédico Luiz Teixeira da Silva Júnior, dono da clínica Mais Consultas, que aparece como emissora do documento, além de funcionários para averiguar se o médico teria trabalhado no local. Como mostrou o GLOBO, duas filhas e uma ex-secretária de Souza negaram que ele tenha atuado na instituição após o caso vir à tona.
A autoria do laudo falso também não está clara, com Marçal justificando que teria apenas publicado “de boa fé” o material nas suas redes sociais, de forma a se eximir da responsabilidade sobre o conteúdo. Silva Júnior, que diz ser amigo do empresário e já foi condenado anteriormente por falsificar documentos, divulgou nota depois das eleições dizendo não ter “qualquer envolvimento” com o receituário inventado e admitindo que Boulos nunca foi atendido no local.
A defesa de Marçal alegou à Justiça Eleitoral que o candidato “não fabricou nem manipulou o conteúdo veiculado, limitando-se a divulgá-lo da forma como foi expedido”, exercendo o “direito à livre manifestação do pensamento”. A manifestação também foi protocolada no TRE-SP nesta segunda-feira (7), argumentando ainda que a atitude não teria prejudicado a integridade do processo eleitoral porque, do contrário, “fatalmente o representante (Boulos) não teria avançado para o segundo turno”.
Pablo Marçal terminou em terceiro lugar nas eleições à prefeitura de São Paulo, atrás de Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL), e não chegou ao segundo turno por uma margem de apenas 57 mil votos. Representantes do seu partido, o PRTB, avaliaram que a publicação do laudo pode ter sido decisiva para o resultado desfavorável nas urnas.
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