Março 18, 2025
Políticos e entidades criticam galanteio de 0,25 ponto da Selic

Políticos e entidades criticam galanteio de 0,25 ponto da Selic

Continue apos a publicidade

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de reduzir em 0,25 ponto percentual a Taxa Selic, juros básicos da economia, recebeu críticas de políticos e do setor produtivo. Na avaliação deles, a subtracção do ritmo de cortes prejudica a recuperação da economia.

Em postagem na rede social X (velho Twitter), a presidenta do PT, deputada federalista Gleisi Hoffman (PR), classificou de delito a subtracção dos juros em exclusivamente 0,25 ponto. Gleisi Hoffman também criticou a autonomia do Banco Meão (BC) e a manutenção de membros deste banco indicados pelo governo anterior.

“É um delito contra o país a decisão do Copom, de trinchar exclusivamente 0,25 ponto da maior taxa de juros do planeta. Não há fundamento econômico para isso e houve divergência de quatro diretores nessa decisão.  A inflação está sob controle e em queda, o envolvente de investimentos melhora, os empregos também. O nome disso é sabotagem. Contra o desenvolvimento, contra o Brasil. Esta é a consequência da ‘autonomia’ do BC, que permitiu o prolongamento do procuração de uma direção bolsonarista, que faz política e oposição ao governo eleito pelo povo”, postou a parlamentar.

Setor produtivo

Para a Confederação Pátrio da Indústria (CNI), a decisão do Copom não reflete o cenário atual de inflação, que está em queda e desacelerou em março. Nesta semana, a CNI tinha pedido que o BC cortasse os juros básicos da economia em 0,5 ponto percentual.

Continue após a publicidade

“Essa decisão é incompatível com o atual cenário de inflação controlado e torna impraticável continuar o projeto de neoindustrialização do país com altos níveis de taxa de juros. Reduzir o ritmo de galanteio da taxa básica tira a oportunidade de o Brasil entender mais prosperidade econômica, aumento de tarefa e de renda”, afirmou em expedido o presidente da entidade, Ricardo Alban.

Para a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), a queda reduzida não está alinhada com o atual cenário econômico do Brasil. Em nota, a Firjan apontou  que o processo de desinflação segue em curso, com a inflação enxurrada ao consumidor dentro da margem de tolerância da meta, uma vez que mostram dados recentes. A nota acrescenta que a manutenção da taxa de juros em níveis elevados “tem afetado a crédito dos empresários na economia brasileira, prejudicando o investimento, principal para o desenvolvimento econômico sustentável”.

A entidade destaca que em um cenário de instabilidade externa, marcado pelo acirramento de conflitos geopolíticos e por juros altos, o alinhamento entre as políticas fiscal e monetária é fundamental. “A recente mudança das metas fiscais para 2025 e 2026, ao pospor o ajuste fiscal necessário para estabilizar a dívida pública, influenciou as expectativas dos investidores e aumentou o risco-país”, mencionou. Nesse contexto, a Firjan considera crucial substanciar a credibilidade fiscal, através de um esforço para a contenção de despesas. “Esse caminho abrirá mais espaço para juros baixos, promovendo, assim, um envolvente propício ao desenvolvimento sustentável da atividade econômica”, conclui a nota.

Já a Associação Paulista de Supermercados (Apas) lembra que fatores internacionais, uma vez que o delonga na subtracção dos juros nos Estados Unidos, levaram à subtracção da velocidade do galanteio. A entidade avalia que a medida ajudará a segurar a inflação, mas que pode prejudicar a atividade econômica. “A expectativa da Apas é que essa decisão do Copom produza um efeito tanto no controle inflacionário, mas, por outro lado, tenha um efeito sobre o ritmo de atividade doméstica”, destacou o economista-chefe da entidade, Felipe Queiroz.

Continue após a publicidade
Continue após a publicidade

Centrais sindicais

A subtracção no ritmo de cortes também recebeu críticas das centrais sindicais. Para a Meão Única dos Trabalhadores (CUT), a desaceleração da queda da Selic aprofunda a trouxa pesada de juros sobre o governo e a população.

“Porquê nós sempre denunciamos, os juros extorsivos praticados pelo Banco Meão impactam no desenvolvimento do país, sob o argumento de que é preciso controlar a inflação. Mas a inflação segue sob controle, inclusive segue em queda, ainda que lenta”, destacou a presidenta da Confederação Pátrio dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e vice-presidenta da CUT, Juvandia Moreira.

Para a Força Sindical, a queda de exclusivamente 0,25 ponto é pequena e insuficiente. Em nota, o presidente da entidade, Miguel Torres, disse que o Banco Meão frustra os trabalhadores e se curva aos especuladores, beneficiando os rentistas.

“Vale sobresair que juros altos sangram o país e inviabilizam o desenvolvimento. O pagamento de juros, por secção do governo, consome e restringe consideravelmente as possibilidades de desenvolvimento do país, muito uma vez que os investimentos em ensino, saúde e infraestrutura, entre outros”, destacou Torres.

Continue após a publicidade

*Colaborou Alana Gandra

Fonte

Continue após a publicidade

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *