Maio 6, 2025
Por que hoje é feriado em SP? Entenda origem do 9 de julho

Por que hoje é feriado em SP? Entenda origem do 9 de julho

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O estado de São Paulo comemora nesta terça-feira, 9 de julho, a Revolução Constitucionalistamovimento menos publicado para o resto do país, mas famoso para os paulistas. O dia é comemorado em homenagem ao movimento que se levantou contra a ditadura de Getúlio Vargas.

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Dia 9 de julho é feriado vernáculo?

A data não é feriado vernáculo e só é comemorada no estado de São Paulo, e sua véspera é considerada ponto facultativo. A prefeitura da capital, inclusive, anunciou a suspensão do rodízio de veículos para o dia 8, além do dia 9, conforme diz a lei municipal 12.490.

Apesar da celebração se reservar ao estado de São Paulo, o evento que deu origem ao feriado teve proporções nacionais. O GLOBO, que cobriu a Revolução Constitucionalista na quadra em que ocorreu, enviou um repórter privativo para documentar o conflito no lugar.

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Jornal do GLOBO relatando sobre a Revolução Constitucionalista de 1932 — Foto: Acervo O GLOBO
Jornal do GLOBO relatando sobre a Revolução Constitucionalista de 1932 — Foto: Pilha O GLOBO

Uma vez que se iniciou o conflito da Revolução Constitucionalista?

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A revolta teve início com a tomada do poder por Getúlio Vargas. Tropas gaúchas, em conjunto com forças de Minas Gerais e Paraíba, depuseram o presidente da República à quadra, Washington Luís, e impediram a posse do presidente eleito, o paulista Júlio Prestes.

Apesar de ter prometido que iria convocar novas eleições e promover uma Câmara Vernáculo Constituinte para gerar uma novidade constituição para o país, Vargas fechou o Congresso e passou a governar por meio de decretos.

A escol política paulista, insatisfeita com Vargas, passou a se reunir com constitucionalistas de outros estados, a termo de formar uma oposição ao governo provisório. Dois grandes partidos do estado na quadra, o Partido Democrático (PD) e o Partido Republicano Paulista (PRP) se aliaram e formaram a Frente Única Paulista (FUP) contra o governo vigente.

Cartaz pedindo o alistamento de mulheres paulistas no levante constitucionalista, em 1932 — Foto: Reprodução
Papeleta pedindo o relação de mulheres paulistas no levante constitucionalista, em 1932 — Foto: Reprodução

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As tensões chegaram a um limite em 23 de maio de 1932. Opositores ao regime varguista tentaram invadir a sede do Partido Popular Paulista (PPP), que apoiava o governante. O grupo de protestantes foi recebido a tiros pelas tropas de Vargas, o que resultou na morte de quatro jovens: Mário Martins de Almeida, de 25 anos, Euclides Miragaia, de 21, Dráusio Marcondes de Sousa, de 14, e Antônio Américo Camargo de Andrade, de 30 anos. Além deles, um quinto varão, Orlando Alvarenga, acabou falecendo meses depois em decorrência de ferimentos, em seguida ter sido atingido por um tiro.

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As mortes foram o pavio para a geração do MMDC — {sigla} para as iniciais dos jovens —, movimento conspiratório que passou a organizar um levante armado contra o governo Vargas.

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Getúlio Vargas com tropas governistas em São Paulo, observando movimentação adversária. Foto tirada pelo fotógrafo Leandro Sant'Anna, do GLOBO, enviado junto com o repórter Sodré Vianna para cobrir o conflito — Foto: Leandro Sant'Anna/Agência O GLOBO
Getúlio Vargas com tropas governistas em São Paulo, observando movimentação adversária. Foto tirada pelo fotógrafo Leandro Sant’Anna, do GLOBO, enviado junto com o repórter Sodré Vianna para estancar o conflito — Foto: Leandro Sant’Anna/Filial O GLOBO

O projecto inicial do MMDC era tomar a capital paulista e dirigir-se à sede do governo federalista, no Rio de Janeiro, junto com conspiradores de outros estados, a termo de tomar o país em, no supremo, dez dias. A empreitada deu claro a princípio e os paulistas dominaram a sede da 2ª Região Militar, além de ocupar outros estabelecimentos uma vez que os Correios e Telégrafos e estações ferroviárias.

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Voluntários paulistas na Estação ferroviária de Aparecida (SP) que iram embarcar para o 'front' de combate na Revolução Constitucionalista — Foto: Reprodução
Voluntários paulistas na Estação ferroviária de Aparecida (SP) que iram embarcar para o ‘front’ de combate na Revolução Constitucionalista — Foto: Reprodução

Entretanto, o tempo começou a fechar quando os paulistas rumaram para o Rio de Janeiro. A Revolução Constitucionalista acabou não sendo aderida de forma relevante por outros estados e São Paulo se viu isolada e sofrendo com armamento e táticas pouco efetivos.

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A revolta durou 87 dias e terminou no dia 1º de outubro de 1932. Os dados oficiais apontam para um totalidade de 934 baixas, mas estimativas extraoficiais calculam tapume de duas milénio mortes no conflito.

Apesar da rota para as forças varguistas, a Constitucionalista foi um dos principais catalisadores para a confecção e promulgação da Constituição de 1934 — que acabou rasgada por Vargas e substituída pela Missiva Magna de 1937, que instaurou a ditadura do Estado Novo.

*Estagiária sob supervisão de Daniel Biasetto

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