Dados divulgados pela Secretaria de Estado de Ensino de Mato Grosso na mídia estadual, abordando evasão escolar no Ensino Médio, em 2023, reafirmam a ineficácia do projeto em curso para esta lanço de ensino. Uma política de instrução que, segundo o Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), intensificou a precarização trazida com a reforma do Ensino Médio, implementada em 2022, e que mantém em subida o desabrigo escolar.
O Sintep-MT tem feito o alerta de forma recorrente desde da publicação da Reforma do Ensino Médio, em 2017. O projeto que maquia a intencionalidade para o horizonte dos jovens no país recebeu no estado uma versão ainda mais cruel, com a desresponsabilização de etapas iniciais de aprendizagem (redimensionamento), políticas excludentes, porquê as escolas militarizadas, e o fechamento de salas no período noturno, além do fechamento da Ensino de Jovens e Adultos (EJA).
“A formação dos estudantes do Ensino Médio está focada somente na oferta de conhecimentos elementares, ou seja, não existe em Mato Grosso a opção de formar cidadão, e bons profissionais. O governo do estado hoje não assegura uma política de instrução e formação integral para a população”, disse o secretário apenso das Políticas Educacionais do Sintep-MT, Gilmar Soares.

Conforme esclarece Soares, a formação está comprometida por um currículo excludente de conteúdos fundamentais. Somasse a essa desestruturação curricular a precarização na contratação de profissionais; a sobrecarga de trabalho; formações continuadas descontextualizadas das necessidades dos profissionais e estudantes; falta de estrutura nas escolas (laboratórios, salas equipadas); além da redução do número de escolas com fechamento de unidades.
Segundo o sindicalista, as práticas contribuem para o desestímulo e desinteresse dos estudantes, já impactados pela defasagem na aprendizagem acumulada no período de pandemia, pela ineficiência das políticas de atendimento educacional.
A evasão de sete milénio estudantes em 2023, somadas aos outros 12% de 2022, no Ensino Médio, é vista porquê fruto de toda essa lance. Para Gilmar Soares, todo esse cenário justificaria a desmotivação por continuar os estudos, que se somam à urgência de sobrevivência. “Muitos precisam trabalhar para ajudar as famílias e sem uma política focada nas necessidades dos alunos não há porquê eles permanecerem e o resultado é a evasão, a desistência”, conclui.