Setembro 20, 2024
Quem é Aya Nakamura, cantora da abertura da Olimpíada de Paris que sofre ataques da extrema-direita francesa

Quem é Aya Nakamura, cantora da abertura da Olimpíada de Paris que sofre ataques da extrema-direita francesa

Escalada para cantar na abertura dos Jogos Olímpicos de Paris junto com estrelas como Celine Dion e Lady Gagaa franco-malinense Aya Nakamura representa a música urbana francófona. Suas batidas vibrantes e influências africanas apresentam a diversidade de seu país de adoção. Justamente por isso, a artista de 29 anos vem sendo atacada por políticos e influencers da extrema-direita francesa desde que sua participação na cerimônia foi anunciada, há duas semanas.

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Nascida em Bamako, Mali, e criada na França, Nakamura é uma representante da música urbana francófona e uma das artistas mais ouvidas do país atualmente. Com hits como “Djadja,” “Copines,” e “Pookie,” ela mescla afrobeat, pop e R&B. Na abertura, ela interpretará clássicos do tradicional cantor Charles Aznavour, unindo tradição e modernidade. A cantora tem 97,7 milhões d ouvintes mensais no Spotify.

Em um comício no último domingo, o político Eric Zemmour, do partido Reconquête!, usou a cantora para criticar as mudanças culturais no país. Os futuros bebês não têm cultura, eles não sabem de nada, mas detectam a beleza, eles amam essa beleza […] eles não votam no rap, nem na lambada, nem na Aya Nakamura: eles votam em Mozart em 91%!”

Um dos principais representantes da extrema-direita francesa, Zemmour já foi condenado por “provocação ao ódio racial”. Em março, ele já havia declarado que “para mim, as canções de Aya Nakamura não são em francês”.

O grupo de extremista Les Natifs, que se opõe à imigração, marchou com uma bandeira onde se lia “Y’a pas moyen Aya. Ici c’est Paris, pas le marché de Bamako” (“Não tem jeito, Aya. Aqui é Paris, não o mercado de Bamako”, em tradução livre.

A cantora usou o seu perfil no X para responder: “Vocês podem ser racistas, mas não surdos. É isso que faz mal para vocês! Virei assunto número 1 nos debates, etc, mas eu lhes devo o que exatamente? Nada”

Já o presidente francês Emmanuel Macron defendeu a cantora franco-malinense. Ele viu sua escolha para o evento com bons olhos: “Ela fala para muitos dos nossos compatriotas e eu acho que ela tem todo o direito de estar em uma cerimônia de abertura ou de encerramento dos Jogos.”

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