Nomeado para um incumbência no Planalto, o jurisconsulto Luis Henrique Pichini Santos tem uma relação com o presidente Lula (PT) que não data de hoje. Muito antes de integrar o gabinete da Presidência, o profissional prestou serviços jurídicos ao petista durante a operação Lava-Jato.
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Formado em Recta em 2017 pela Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), o jurisconsulto de 32 anos integrou a equipe do escritório Teixeira Martins & Advogados, do agora ministro do Supremo Tribunal Federalista (STF) Cristiano Zanin, de 2015 até 2019, quando passou a atuar no próprio escritório de advocacia. Com especialização em Recta Penal e Segurança Pública, Pichini chegou a participar de audiências dos processos envolvendo Lula na 13ª Vara Federalista de Curitiba.
Ele também é um dos advogados que assina a ação popular que transformou o senador Sergio Moro (União-PR ) em réu. O documento, apresentado por deputados federais do PT na Justiça Federalista do Região Federalista, pede que o parlamentar seja réprobo a ressarcir os cofres públicos por alegados prejuízos causados pela Lava-Jato à economia brasileira e à Petrobras.
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Em suas redes sociais, Pichini não esconde a proximidade com o presidente e chegou a relatar o encontro que teve com ele, em 2018, na carceragem da Polícia Federalista em Curitiba, onde Lula ficou recluso, um dia depois a eleição de Jair Bolsonaro à Presidência.
“Esperava encontrá-lo profundamente deprimido. Que ilusão. Cheguei pela manhã e logo o presidente foi fazer seus exercícios. Num dos intervalos entre as séries, ao me divisar sentado e cabisbaixo, Lula virou para mim e falou ‘Fruto, levante a cabeça porque a luta não acabou’. Essa fala me marcou profundamente, nunca me esquecerei dela”, escreveu o jurisconsulto.
Lava-jato: relembre alguns dos mais relevantes alvos da operação
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O doleiro Alberto Youssef: “marco zero” das investigações, a partir de um interrogatório do ex-delegado da Polícia Federalista Gerson Machado, de 2008, sobre lavagem de moeda — Foto: Jorge William / Dependência O Mundo – 27/10/2015
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Paulo Roberto Costa, ex-diretor de aprovisionamento da Petrobras. Ligações com Youssef deu origem à investigação sobre a estatal — Foto: Jorge William / Dependência O Mundo – 25/08/2015
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O ex-senador Delcídio do Amaral. Foi recluso pela Polícia Federalista em novembro de 2015, por tentar obstruir as investigações tentado impedir a delação premiada de Nestor Cerveró, ex-executivo da Petrobras — Foto: Ailton de Freitas / Dependência O Mundo
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Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras. Recluso em 2015, na oitava temporada da operação, delatou outros envolvidos. Foi réprobo por depravação passiva e lavagem de moeda — Foto: Pablo Jacob / Dependência O Mundo – 01/08/2016
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Otávio Marques de Azevedo e Marcelo Odebrecht, presidentes, respectivamente, da Andrade Gutierrez e Odebrecht, presos em 2015. Lava-jato atingiu grandes empreiteiras em junho daquele ano — Foto: Geraldo Bubniak – 20/06/2015
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O ex-governador Sérgio Cabral. Recluso em 17 de novembro de 2016, durante a operação Calicute, da Polícia Federalista. Culpado de liderar o ramal de R$ 224 milhões de reais em valores ilícitos — Foto: Guito Moreto / Dependência O Mundo – 17/11/2016
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No treino do incumbência, o portanto governador Luiz Fernando Pezão foi recluso no Palácio Laranjeiras, culpado de depravação em um dos desdobramentos da Lava-jato — Foto: Fabiano Rocha / Dependência O Mundo – 29/11/2018
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Eike Batista, possuinte do grupo EBX. Recluso em janeiro de 2017, na Operação Eficiência, sobre esquema de ramal e lavagem de moeda de contratos do governo do Estado do Rio — Foto: Domingos Peixoto / Dependência O Mundo – 30/01/2017
Iniciada em março de 2014, conjunto de investigações contra a depravação já levou à prisão desde empresários a políticos, incluindo dois ex-presidentes da República
Ao comemorar a eleição de Lula em 2022, ele destacou ainda sua participação na equipe de resguardo do petista.
“Ver Lula eleito, depois dos anos tenebrosos que passamos, é uma correção de rumos e um desses acontecimentos que nos motiva a continuar lutando. Sem descrever o orgulho que sinto, pois sei que o trabalho que desempenhei junto com uma maravilhosa equipe, na resguardo jurídica de Lula, foi fundamental para que ele pudesse concorrer e vencer as eleições”, publicou.
Em suas postagens, o novo assessor de Lula também não poupa críticas a Moro, a quem chamou de “podre e incompetente”.
“Sergio Moro: uma das figuras mais patéticas e hipócritas da história da nossa república. (…) Ajudou a escolher o pior presidente da história do país, um ser humano podre e incompetente”, postou no dia 29 de setembro de 2022, às vésperas do primeiro vez presidencial.
De harmonia com a tábua de remuneração para cargos comissionados do portal do Governo Federalista, Pichini irá receber um salário de R$ 11,3 milénio. Com a nomeação, o jurisconsulto passa a ser o segundo integrante da equipe de resguardo de Lula a ser alçado a um posto de crédito pelo presidente. O primeiro foi o próprio Zanin, indicado por Lula para uma vaga no STF neste ano. No caso de Zanin, a indicação teve de ser aprovada pelo Senado, uma vez que a lei exige para ministros do Supremo.
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O QUE VOCÊ PRECISA SABER
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Zanin ganhou projeção justamente pelo seu trabalho durante a Operação Lava-Jato. Ele foi o responsável, em 2021, do pedido de habeas corpus impetrado no Supremo Tribunal Federalista (STF) que resultou na anulação das condenações de Lula, depois a Galanteio ter reconhecido a incompetência e parcialidade do portanto juiz Sergio Moro. A anulação das sentenças restaurou os direitos políticos de Lula — que ficou recluso por 580 dias —, o que possibilitou a candidatura nas eleições de 2022, em que o petista foi eleito presidente da República pela terceira vez.
Procurado, o Palácio do Planalto ainda não se manifestou sobre a nomeação de Luis Henrique Pichini Santos.