Maio 5, 2025
Quer uma boa notícia? Ações de tecnologia estão derretendo

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Mas muita calma nessa hora. Ondas de pânico, do mesmo jeito que sobem, morrem na praia. Para especialistas ouvidos pelo Valor Investe, uma chance preciosa está sendo criada para investidores.

Diversos fatores explicam a queda abrupta das ações de tecnologia, que até então viviam mais um momento de explosão de ganhos. Entre os motivos estão a perspectiva de menos lucro à frente, rotação de carteira dos investidores, eleições nos EUA, realização de ganhos e ceticismo em sobre o retorno dos investimentos em Inteligência Artificial.

Existem ainda eventos pontuais de cada ação como um atraso na entrega de chips da Nvidia e que pode significar bilhões de dólares a menos em seus resultados de 2024. No caso da Apple, o papel derreteu com a informação de que um dos seus grandes entusiastas, o megainvestidor Warren Buffett, havia se desfeito de metade de suas ações na companhia.

A Alphabet, dona do Google, sofre pressão após decisão da Justiça dos Estados Unidos, que a considerou uma empresa monopolista, que violou as leis por meio de competição desleal.

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Amazonas já viu os papéis caírem com ameaça ao seu reinado por varejistas chinesas e a Meta, dona do Facebookenfrentou vários processos, inclusive tendo de pagar milhões por ter vazado dados de 50 milhões de usuários e ter sido negligente em época de eleições. A Tesla é um caso a parte, com um diretor-presidente envolto em polêmicas e tendo de lidar até com acidente em carros com função piloto automático.

Microsoft tampouco passou ilesa ao longo dos anos. Há pouco tempo, o apagão cibernético da Crowstrike acertou em cheio os sistemas da empresa e respingaram negativamente em suas ações.

Houve ainda o efeito Donald Trump, em que a queda se explicou pelo temor de que o ex-presidente volte à Casa Branca com mais restrições entre o comércio de tecnologia americana para a China.

Além de serem empresas de tecnologia, elas têm em comum a capacidade de se recuperar das crises e terem negócios sólidos. Não é à toa que ganharam o apelido de Sete Magníficas. Essas ações têm desempenho tão forte que juntas são capazes de ditar os rumos dos índices dos quais fazem parte.

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Em 2022, logo após a disparada das ações na pandemia, os papéis sofreram um forte recuo. Ali, muitos investidores já não acreditavam na redenção do setor e temiam que estivessem prestes a testemunhar uma nova crise, como a bolha das com que levou ao declínio empresas como o Yahoo no início dos anos 2000. Mas não foi isso que ocorreu e elas voltaram a disparar em 2023.

Agora, dois anos mais tarde, uma nova janela de queda pode ser observada. Os investidores têm feito um movimento chamado rotação de carteira, que é quando redistribuem seus recursos concentrados em um determinado papel ou setor para outros diferentes.

No caso das empresas de tecnologia, que passaram por alta recente, muitos aproveitaram os lucros e redirecionaram os recursos para empresas mais resilientes à recessão.

“Os lucros continuam crescendo, eles não caíram. Na verdade, aumentaram, mas a preocupação com recessão e com os gastos altos em Inteligência Artificial. Se o preco da ação cresce seu rendimento, crescem os dividendos”, afirma Felipe Miranda, estrategista-chefe da Empiricus Research.

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Para William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenuetodas as sete maiores empresas de tecnologia são excelentes, tem bons fundamentos e prometem retornos interessante. “No caso da Tesla, tem a possibilidade do Elon Musk supreender em relação a carros autônomos. Ele deve trazer novidades sobre isso em agosto. Olhando os resultados, a empresa continua sofrendo. Contudo, é possível olhar para frente e vê que a empresa vai ter resultados melhores no futuro“, afirma.

Mais do que escolher em qual papel investir, o importante mesmo é saber quando investir. Castro Alves afirma que quem é “louco” de comprar a empresa em época de notícia negativa, acaba sendo premiado depois. “Por isso, essas movimentações de queda que temos visto recentemente são sempre uma oportunidade para compra”, diz.

O especialista destaca que todas são muito voláteis. Por isso, esse tipo de aplicação é indicada para longo prazo e para investidores mais arrojados. Somente no pregão de ontem, as ações de tecnologia oscilaram mais de US$ 900 bilhões juntas, do começo para o fim do dia. Em julho, elas chegaram a perder, somadas, US$ 1,7 trilhão, 88% do PIB do Brasil em 2023.

Neste recorte, da nata das empresas negociadas em Nova York, uma vem roubando os holofotes. Nada de Microsoft, Apple ou Alphabet (Google), é a Nvidia se consolida como a ação do momento. Não é à toa que acumula mais de 110% de alta só este ano. Sem concorrentes no mercado e com tecnologia de ponta, o produto que ela oferta é essencial para o desenvolvimento da Inteligência Artificial (IA).

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“A Nvidia é a mais maravilhosa das sete maravilhosas. Magnífica número um”, afirma Diego Chumah, gestor de bolsa macro do Asa Hedge.

Segundo ele, o chip GPU da Nvidia processa tudo num lugar só e é muito mais rápido e econômico. “A Nvidia detém essa tecnologia que é a melhor do mundo e está anos luz na frente dos concorrentes. Se a corrida da IA é a corrida do ouro, a Nvidia é a única que produz produz as picaretas e as pás e ela tem a fórmula disso, que ninguém consegue replicar”, explica.

E a boa notícia para quem deseja investir no papel é que ele pode estar em uma janela de oportunidade.

Uma das réguas dos analistas para medir o que está caro ou barato na bolsa é comparar o valor de mercado da empresa e seu lucro, o chamado múltiplo P/L (P de preço da ação dividido pelo L de lucro por ação). Quanto menor o número obtido, mais barata estaria a empresa. E vice-versa. Assim, em tese, quanto maior o múltiplo, maior o tempo que uma empresa levaria para gerar valor suficiente para cobrir o preço de suas ações.

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No caso da Nvidia, o P/L é de de 60 vezes. Ou seja, por esse raciocínio, o investidor tende a ter de volta o quanto investiu no papel em longínquos 60 anos.

As empresas de tecnologia são consideradas empresas de crescimento, que ainda têm mais retornos a oferecer no futuro. Por isso, elas tendem a ter um P/L maior que companhias de setores tradicionais, em que o mercado vê um potencial limitado pela própria natureza do negócio.

E quem fica em segundo lugar?

Para Chumah, o Google aparece em seguida como o mais bem posicionado na corrida da inteligência artificial. “Essas empresas são todas excepcionais. Mas o Google é uma empresa que todo mundo conhece e está sendo negociada a um múltiplo de 20 (P/L), que é baixo para esse tipo de companhia. Está em padrões atrativos, descontados. Ela tem toda uma formatação muito boa, tem fábrica de chips, por isso, é a que menos depende da Nvidia”, completa.

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Fora as sete magníficas, Chumah destaca um nome menos conhecido, a TSMC, produtora de chips de Taiwan.

“A TSMC tem risco geopolítica chinês, principalmente com o Donal Trump. Eles são o maior polo de produção de chips. A Nvidia desenha o chip, dá as especificações e essa empresa é uma espécie de impressora de chips. Ela é extremamente valiosa na corrida. Ela é única e faz não só os chips da Nvidia, mas outros também”, comenta.

Atualmente, as ações de tecnologia ficaram mais acessíveis aos pequenos investidores. Além dos tradicionais fundos multimercado, os investidores podem investir em recibo de ações na bolsa brasileira, os chamados BDRs (Brazilian Deposit Receipts, na sigla em inglês). Outra alternativa é abrir contas internacionais que permitem investir diretamente lá fora.

Na dúvida de qual papel escolher, os especialistas recomendam buscar fundos especializados com gestão ativa ou ainda os ETFs, que são fundos que replicam a carteira de determinados índices e são negociado em bolsa. A vantagem dessa alternativa é a diversificação da carteira, o que mitiga os riscos e até o sobe e desce dos investimentos como um todo.

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Saco derretido — Foto: Getty Images
Saco derretido — Foto: Getty Images

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