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Neste Dia dos Pais, muitos pais serão homenageados com presentes, mensagens carinhosas e momentos em família. Mas, além das celebrações, este é também um momento oportuno para refletirmos sobre a qualidade de vida que oferecemos às nossas crianças e adolescentes e como os condomínios podem contribuir para isso.
Para quem tem filhos, a presença de áreas de lazer é um dos fatores determinantes na escolha de um novo lar. Nos últimos anos, as construtoras têm investido fortemente em estruturas que oferecem mais do que simples playgrounds; elas estão criando complexos de lazer que valorizam o imóvel em até 20%, segundo o mercado imobiliário. Mais do que um aumento no valor monetário, essas áreas trazem um valor emocional, criando ambientes onde famílias podem construir belas memórias sem sair do condomínio.
No entanto, surge um ponto crítico: de que adianta ter à disposição essas áreas de lazer se as regras são tão rígidas que acabam desestimulando seu uso? Claro que regras são necessárias para manter a ordem, mas será que estamos exagerando na rigidez, ao ponto de comprometer a experiência que essas áreas foram projetadas para proporcionar?
Um exemplo recente que ilustra bem essa questão aconteceu em um condomínio onde um pai, em um gesto de carinho e criatividade, montou uma pequena cabana de camping no jardim para passar algumas horas com seu filho. A cena era encantadora, um verdadeiro exemplo de como o espaço pode ser usado para fortalecer os laços familiares. No entanto, o que deveria ser um dia de alegria e diversão acabou em frustração quando o pai foi notificado por pisar na grama e por utilizar a área de lazer de maneira “indevida”.
Este tipo de situação nos faz questionar: estamos priorizando as regras ou o bem-estar dos moradores? As convenções de muitos condomínios estão desatualizadas, muitas vezes copiadas da internet sem considerar as necessidades reais dos moradores ou as mudanças no comportamento social. Essas áreas de lazer deveriam ser mais do que um atrativo para vender imóveis; elas precisam ser espaços verdadeiramente aproveitados pelas famílias, com uma gestão que balanceie disciplina com flexibilidade.
Neste Dia dos Pais, convido todos – moradores, síndicos e conselheiros – a refletirem sobre a rigidez excessiva das regras e como podemos adaptar as normas para que todos possam aproveitar os espaços de lazer de maneira equilibrada e saudável. Afinal, essas áreas não devem ser apenas um “enfeite” para valorizar o imóvel, mas um ambiente vivo e dinâmico, onde momentos especiais possam ser vividos.
Vamos aproveitar melhor o que nossos condomínios têm a oferecer, e criar memórias que realmente valorizem a vida em comunidade.
Feliz dia dos pais!
Cleuzany Lott é advogada especialista em direito condominial, cursando MBA Administração de Condomínios e Síndicos com Ênfase em Direito Condominial (Conasi), síndica, jornalista, Diretora Nacional de Comunicação da Associação Nacional da Advocacia Condominial (ANACON ), diretora da Associação de Síndicos, Síndicos Profissionais e Afins do Leste de Minas Gerais (ASALM), coautora do livro e-book: “Experiências Práticas Conflitos Condominiais”, produtora de conteúdos e apresentadora do podcast Condominicando.
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