Ex-técnico do Botafogoonde foi vencedor da Taça Guanabara e liderou a Série B nas primeiras rodadas em 2015, René Simões deu sua opinião sobre os motivos para o clube não ter conquistado o Campeonato Brasílico em 2023. No podcast “Mundo GV Betano”, com o ex-goleiro Getúlio Vargas, o treinador começou falando da itinerário por 4 a 3 para o Palmeiras.
– O primeiro tempo do Botafogo contra o Palmeiras foi sensacional, foi de efeméride. Se o Tiquinho tivesse feito aquele pênalti, acho que o Botafogo teria sido vencedor. Esse traumatismo não existiria e seria vencedor. Mas aí deu chance para o Abel (Ferreira) expor que o único time que pode fazer uma viradela é o Palmeiras. Não é verdade isso. O Botafogo deixou-se virar na perda daquele pênalti. Ali faria 4 a 1, não teria mais jeito – ponderou René.
– Eu vi uma coisa parecida no Mundial de 89. Estavam jogando Nigéria e Rússia, a Rússia estava ganhando de 4 a 0. O face da Rússia tirou os dois melhores jogadores dele para repousar, a Nigéria virou para 5 a 4 em 25 minutos. É um jogo pontual. Agora, essa queda do Botafogo tem alguns componentes que precisam ser analisados. Conversei com algumas pessoas lá de dentro, (já estavam vendo) a roupa que iriam vestir na sarau de comemoração, onde seria, tudo isso estava sendo muito discutido no grupo. Já era vencedor, o grupo já tinha sido. Entra naquela história o próximo jogo eu posso lucrar, eu não posso perder ou eu já ganhei. As colocações têm efeito sem razão no seu cérebro, que vai instaurar o seu sentimento, que vai instaurar o comportamento, que vai instaurar o resultado. Eles iam no já ganhei – crê René.
Para o treinador, o empate em 1 a 1 com o Goiás foi determinante, porque foi o jogo em Bruno Lage barrou Tiquinho Soares.
– Teve aquele ponto crucial, em que começou o Diego Costa e não o Tiquinho. Ali foi uma viradela de chave muito séria no grupo. Foi uma ruptura do estabilidade que tinha no time, desequilibrou um pouco. Aquele jogo foi o ponto de ruptura de um grupo que era sensacional, estava muito junto e prestes. Diego Costa disse também que faltou caráter. Você vê que ele falou demais, não é normal jogador dar entrevista tão longa. E ele tem histórico na seleção espanhola de luta com o grupo, no Chelsea e no Atlético-MG também. Naquele jogo aconteceu a ruptura, não sei se dividiu, ainda não tenho a história toda. Mas sei que ali mexeu muito com o estabilidade do grupo – acrescentou.
– Falta juntar algumas peças dessa quebra-cabeça, ainda vou conversar com mais pessoas. Quando você divide, se está notório, esses cá estão certos. Quando dá inverídico, os outros falam “viu?”. Grupo dividido é muito difícil. Labareda-se sociograma. Todo grupo não é um grupo só, é a soma de alguns grupos. Você tem que saber quem é o líder de cada grupo, juntar e estar contigo uma vez que treinador. É impossível todos serem amigos. Você tem que saber o grupo, com quem está trabalhando – ensinou.
Por término, René Simões comentou a saída de Luís Castro para o Al-Nassr (OR).
– Posso falar de cadeira, porque nunca larguei um clube. Falava “vai lá e conversa com meu presidente”. Já fui mandado embora várias vezes, mas nunca larguei. Castro tem uma diferença, penduraram o pescoço dele, pediram para ir embora, saiu vaiado no Campeonato Carioca, estava muito machucado. A torcida machucou muito ele, que é muito sério. Conheci o Castro em um curso, batemos papo por muito tempo e vi a seriedade dele. E a sensibilidade dele. É um face que sempre expressa o sentimento dele. Não sei se saiu pelo moeda, não acredito que sairia, porque estava para ser vencedor, ali teria tudo franco para ele, para pegar clubes da Europa. Não acredito que ele tenha saído pelo moeda não, estava muito machucado. E tem também o vestimenta de treinar o Cristiano Ronaldo – completou.