Theresa Fonseca reconhece: assumiu a pele de uma pessoa difícil. Na novidade versão da romance “Renascer” — que estreia nesta segunda-feira (22), na TV Mundo na fita das 21h —, coube à jovem atriz encarnar o papel que, há 30 anos, fez Adriana Esteves ser criticada e até repensar a curso. Personagem mediano da trama, Mariana é, nas palavras da sua novidade tradutor, “uma mocinha sem o estereótipo clássico, enxurrada de nuances”. Consciente do repto, Theresa pediu a bênção de Adriana para fazer esse trabalho à sua maneira.
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— Não tenho preocupação com críticas. Esta é uma personagem complexa. Às vezes, ela faz muita besteira, é verdade… Mas eu não a julgo! — ressalta a paulistana de 26 anos, que não se contém nos gestos largos e olhos arregalados ao tutelar a figura da ficção. — É alguém que abre o leque de todas as emoções e sente tudo com muita intensidade. Ninguém é muito bonzinho sempre, né? Acho interessante divertir com isso.
‘Renascer’: compare o elenco das duas versões da romance


Na primeira versão de “Renascer”, coube a Fernanda Montenegro interpretar a cafetina Jacutinga. Agora será a vez de Juliana Paes — Foto: Reprodução


A mocinha Mariana, antes defendida por Adriana Esteves, será interpretada por Theresa Fonseca — Foto: Divulgação/TV Mundo
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Um dos personagens mais populares da primeira temporada da romance, Belarmino foi interpretado por José Wilker e agora será vivido por Antonio Calloni — Foto: Reprodução

Humberto Carrão interpretará José Inocêncio na primeira temporada da romance. Na versão original, o papel foi de Leonardo Vieira
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Na segunda temporada, José Inocêncio será vivido por Marcos Palmeira. Antônio Fagundes interpretou o personagem em 1993

Braço recta de José Inocêncio, Deocleciano foi vivido por Roberto Bonfim em 1993. Agora, será interpretado por Jackson Antunes
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Na primeira temporada da trama, Deocleciano será vivido pelo ator Adanilo. Em 1993, Leonardo Bricio fez o papel

Sophie Charlotte será Eliana, papel de Patricia Pillar em 1993
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João Pedro, o fruto mais velho de José Inocêncio será vivido por Juan Paiva. Na versão original, Marcos Palmeira fez o papel

Gabriela Medeiros será Buba, vivida por Maria Luisa Mendonça em 1993. Na versão original, a personagem, que na versão original era intersexo, agora será uma mulher trans, assim com a sua tradutor
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Ana Cecilia Costa interpretará Morena, personagem feita por Regina Dourado na versão original. Ela é casada com Deocleciano

Evaldo Macarrão será Jupará, empregado leal de José Inocêncio na primeira temporada da história. O personagem foi de Gésio Amadeu em 1993
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O mascate Rachid, vivido por Luis Carlos Arutin na versão original, agora será interpretado por Gabriel Sater e Almir Sater respectivamente na primeira e na segunda fases. O personagem salva a vida de José Inocêncio logo no início da trama

Xamã viverá Damião, personagem que marcou a estreia de Jackson Antunes na TV. Na trama, ele é contratado para massacrar José Inocêncio, mas, ao conhecê-lo, desiste do trabalho e se torna um de seus aliados mais fiéis — Foto: Reprodução
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Julia Lemos (à esquerda) estreará na TV na trama de Bruno Luperi. Na primeira temporada, ela fará Flor, moça virgem que se vivenda com Jupará (Evaldo Macarrão). Em 1993, a personagem foi vivida por Rita Santana — Foto: Reprodução

Irandhir Santos está cotado para interpretar um dos personagens mais marcantes da trama, Tião Penosa, vivido por Osmar Prado na trama original — Foto: Reprodução
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Porquê já havia feito em 2022 na atualização de “Pantanal”, outra obra de seu avô Benedito Ruy Barbosa, o responsável Bruno Luperi vai manter intacta a espinha dorsal de “Renascer”. E é Mariana quem dá o maior pontapé para os grandes conflitos do folhetim.
Com um jeito brejeiro, a personagem entra na trama no 12º capítulo, na segunda temporada da romance. Surge disposta a se vingar, em nome da família, do quinteiro José Inocêncio (Marcos Palmeira, em papel que foi de Antonio Fagundes). A moça acaba se apaixonando pelo “rei do cacau” da Bahia, muito mais velho do que ela — um combustível para polêmicas, dentro e fora da ficção. E mais: em paralelo, Mariana se envolve amorosamente com um fruto de José Inocêncio, o menosprezado caçula João Pedro (Juan Paiva, em papel que foi, veja só, de Marcos Palmeira).

O universo televisivo é relativamente novo para Theresa. Filha de advogados, ela é a primeira pessoa na família a incursionar profissionalmente pelas artes cênicas. Proveniente de São Paulo, a jovem se inscreveu, aos 17 anos (“comecei tarde”, ela opina), num curso de teatro ministrado por Jair Assumpção, depois de ouvir incentivos da mãe. Nesse período, largou a graduação de publicidade para se destinar com mais afinco aos palcos.
— Mães enxergam coisas além da nossa visão. Acredito que segui uma percepção. (A curso de atriz) foi um tanto que ela percebeu com a sensibilidade dela e, sabiamente, me aconselhou — rememora.
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“Renascer” é a segunda romance no currículo da artista. Em 2022, ela integrou o elenco de “Mar do sertão” (TV Mundo), folhetim das 18h em que interpretou a romântica Labibe, o que lhe deu a primeira exposição vernáculo.

Com pouco mais de 50 milénio seguidores no Instagram, ela conta ser pouco afeita às redes, a despeito de pertencer a uma geração que já nasceu diante de celulares. Diz que vai, no seu ritmo, aumentar a interação com os fãs, pois valoriza a troca com o público. No entanto, prometeu a si mesma não ver a internet uma vez que validador profissional.
— Se for pensar na dimensão do que é estar tão em evidência numa romance das 21h, ficarei doida. Não estou nem mexendo mais em telefone! Vivo 100% analógica, para não ver o que estão falando — conta ela. — Estou muito colocando toda a minha atenção para o trabalho. Pode ser até uma forma de esbulhar um pouco a expectativa (risos). Sendo muito sincera, é simples que a expectativa chega até mim pelos outros, mas eu estou vendo um trabalhado tão bonito sendo feito, uma equipe tão entrosada, focada em recontar essa história.
Nos últimos meses, Theresa Fonseca esteve dividida entre as gravações de duas novelas, simultaneamente. O sigilo para lastrar trabalhos tão diferentes — com tipos embalados por trejeitos e sotaques opostos — era “não pensar muito e só ir adiante”, uma vez que ela graceja. Em outubro do último ano, enquanto rodava as primeiras sequências de “Renascer”, ela também se dedicava a cenas de “Guerreiros do Sol”, folhetim inédito do Globoplay, de autoria de George Moura e Sergio Goldenberg. A produção, já inteiramente rodada, tem previsão de estreia para o próximo ano.
— Admito que trespassar de um personagem e ir para o outro, em questão de dias, provocava um tilt na minha cabeça às vezes. Mas estou tão realizada com esse momento profissional que “folga” não é uma termo que uso agora. — ela afirma. — Batalhei muito para invadir esse espaço. Logo, neste momento, quero trabalhar muito. E não poderia estar mais feliz e realizada.