Rio de Janeiro recebe a primeira exposição póstuma de Sebastião Salgado | Cultura

Ao todo, o acervo conta com 149 fotografias dividas em dois ambientes, que retratam diferentes realidades do trabalho ao redor do mundo, feitas entre os anos de 1986 e 1992.

Tem fotos dos garimpeiros de Serra Pelada, de pescadores de atum na Sicília, plantações de cana no Brasil e da construção de barragens na Índia.

Ao lado de cada imagem, tem textos com informações históricas contribuem para que o público entenda o contexto de cada fotografia.

O objetivo da exposição é propor uma reflexão sobre o impacto da tecnologia e da inovação na construção de um futuro mais humano.

A Ana Dias, do núcleo de exposições da Casa Firjan, conta que a mostra já estava sendo planejada há um ano, quando foram surpreendidos com a morte do Salgado, há uma semana.

“Ela vinha sendo planejada já há um ano, então o processo de montagem já estava super avançado quando a gente recebeu essa triste notícia da partida de Sebastião. Ficou todo mundo muito mexido, emocionado, mas a gente já estava pronta para abrir, fazer essa abertura. E aí a disposição, além de mostrar essa grandiosidade do trabalho de Sebastião, agora é também uma homenagem”, explica Ana.

A mostra tem a curadoria e design de Lélia Wanick Salgado, que foi casada com Salgado e acompanhava o trabalho dele em diversas exposições.

O Ivaldo Simões foi uma das primeiras pessoas a conferir a exposição. Para ele, foi um momento de reflexão ao sobre a substituição do trabalho humano pelas máquinas.

“Bom, eu acho que com dois aspectos que eu percebo. Primeiro, é a qualidade dele como um profissional fotógrafo, os efeitos que ele coloca em algumas fotografias, fazendo inclusive sobreposições, e a sensibilidade dele, particularmente nessa exposição, sobre o aspecto do trabalho humano. Então, a necessidade do trabalhador e depois a substituição do trabalhador para os processos mais automatizados”, refletiu o Ivaldo.

Durante a trajetória, Sebastião Salgado viajou mais de 100 países com projetos fotográficos, que, além de inúmeras publicações, foram destaque em livros.

Sebastião Salgado morreu no último dia 23, aos 81 anos, devido a complicações de uma leucemia.

A exposição pode ser visitada de terça a domingo, das 9h às 18h30. A Casa Firjan fica na Rua Guilhermina Guinle, 211, em Botafogo.