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O plano americano de remoção da população da Faixa de Gaza e a ideia da construção de Resorts no território foram lidos nesta quarta-feira como uma proposta que flerta com a limpeza étnica por especialistas internacionais, incluindo o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, que afirmou ainda que a ideia do presidente dos EUAAssim, Donald Trumpinviabiliza a solução de dois estados para o conflito entre Israel e Palestina.
Trump afirmou na última terça-feira, em uma entrevista coletiva, que os palestinos que vivem na Faixa de Gaza deveriam ser realocados para outros estados árabes como Egito e Jordânia e que a região deveria ser uma “riviera do Oriente Médio”.
“Riviera” é uma região costeira de grande apelo turístico, a exemplo das rivieiras Francesa e Italiana, que fizeram com que o termo fosse usado não para qualquer região litorânea, mas sim aquelas voltadas para o turismo de alto padrão em praias consideradas luxuosas.
Conhecido pelos hotéis e cassinos construídos, Trump falou sobre fazer da Faixa de Gaza um lugar “para se viver ao invés de morrer”, afirmando que a atual Gaza é uma “garantia de que eles (palestinos) vão acabar morrendo”.
Sobre as críticas recebidas nesta quarta-feira, o presidente americano falou, no Salão Oval da Casa Branca, que “todos amaram” sua proposta. Israel não se pronunciou.
Toda a situação levou a um crescimento de 2.400% nas pesquisas no Google pela Faixa de Gaza, segundo indica a ferramenta da gigante de buscas. Confira abaixo três perguntas, selecionadas entre as mais frequentes no Google Trends sobre o assunto, e suas respectivas respostas:
Onde fica a Faixa de Gaza?
A Faixa de Gaza fica entre as fronteiras de Egito e Israel e é banhada pelo Mar Mediterrâneo, com um tamanho de 365 km² — pouco maior que a cidade Belo Horizonte. Veja no mapa:
A Faixa de Faza foi criada no fim da década de 1940 pela ONU como parte da divisão da Palestina em três estados: Israel, Gaza e Cisjordânia. Os dois últimos estados passaram a formar o novo território não contínuo da Palestina.
O primeiro conflito entre os novos vizinhos veio quase que de maneira imediata: em maio de 1948, logo após a criação de Israel. A Primeira Guerra Árabe-Israelense foi uma resposta das nações árabes da região (Egito, Síria, Líbano, Iraque e Jordânia) à criação do estado judeu. A guerra terminou em 1949 e foi vencida por Israel, que assumiu o controle de mais de 2/3 do antigo território palestino.
Qual a população da faixa de gaza?
Segundo dados da ONU de 2024, a população da Faixa de Gaza é de 2,1 milhões de pessoas. Aproximadamente 1,9 milhão de pessoas (90%) estão deslocadas. Até o dia 25 de janeiro, foram relatados 47.354 palestinos mortos na Faixa de Gaza e outros 111.563 feridos.
Em outubro de 2023, quando se iniciou o mais recente conflito entre Israel e Palestina, a expectativa de vida na Faixa de Gaza chegava a 75 anos, considerada relativamente alta em comparação aos outros países árabes. Após quase um ano de guerra, em setembro de 2024, a expectativa de vida na região reduziu em quase 30 anos, para, em média, 40 anos.
Atualmente, a guerra contra o Hamas está sob acordo de cessar-fogo desde o mês passado. Após o cessar-fogo, houve o surgimento de alguns movimentos de retorno dos refugiados, mas a maioria das cidades e residências da região estão danificadas ou destruídas.
Há petróleo na Faixa de Gaza?
A Faixa de Gaza é parte da Bacia do Levante, área rica em petróleo e gás natural que se estende desde a fronteira com o Egito até o Líbano.
Em 1999, foi descoberto o campo de gás Gaza Marine, localizado a aproximadamente 30 quilômetros da costa da Faixa de Gaza. É estimado que o campo contenha cerca de 28 bilhões de metros cúbicos de gás natural, mas ele não foi desenvolvido devido a desafios políticos e de segurança, bem como disputas sobre o controle de recursos entre Israel, Palestina e outros atores regionais.
No entanto, Isabela Agostinelli, pesquisadora do Grupo de Estudos sobre Conflitos Internacionais da PUC-SP, afirma que o interesse dos EUA na região está mais voltado a uma aliança com Israel do que propriamente ao acesso às reservas de petróleo e gás da Faixa de Gaza.
Na visão da pesquisadora, os americanos detém um bom acesso ao petróleo e outros recursos energéticos na região, contando com a aliança dos Emirados Árabes Unidos e da Arábia Saudita — esta última, logo após a fala de Trump, afirmou que um acordo de normalização com Israel, deve, obrigatoriamente, ter a criação do Estado Palestino como contrapartida.
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