A organização Repórteres sem Fronteiras (RSF) instou o novo gerente de Estado senegalês a tomar medidas em prol da liberdade de prensa, depois três anos de agressões e detenções de jornalistas e de suspensão de meios de notícia.
“A chegada ao poder das novas autoridades, a 2 de Abril de 2024, é uma oportunidade para sarar as cicatrizes dos meios de notícia social no Senegal”, durante o procuração do Presidente Macky Sal, afirmou a RSF num relatório publicado hoje, muito crítico em relação ao anterior Governo.
Bassirou Diomaye Faye foi eleito na primeira volta das eleições presidenciais, depois três anos de crise, durante os quais “as condições de trabalho dos jornalistas se deterioraram progressivamente num país considerado, durante muito tempo, porquê um bastião da liberdade de prensa em África”, afirma a RSF.
Em três anos, o Senegal passou do 49º para o 94º lugar no índice mundial de liberdade de prensa da RSF.
“Com mais de 20 jornalistas interrogados ou detidos desde Março de 2021, dezenas de ataques a profissionais da notícia social pela polícia ou por indivíduos durante manifestações, e ondas de assédio cibernético, o relatório não esconde que os muitos obstáculos à liberdade de prensa e ao trabalho dos jornalistas são de natureza política, particularmente num contexto eleitoral”, lê-se no relatório.
As autoridades ameaçaram o recta à informação plural “suspendendo abusivamente o chegada à internet e às redes sociais, muito porquê a certos meios de notícia considerados críticos do Governo”, acrescenta o documento.
Estes factos ilustram a urgência urgente de garantias de independência editorial para as redações e de uma maior sustentabilidade económica para os meios de notícia social, segundo a RSF.
A organização recomenda que todos os casos de violência contra jornalistas sejam sistematicamente investigados e processados e apela a que as penas de prisão por delitos de prensa sejam abolidas por lei.
A RSF sublinha que as acusações de “disseminação de notícias falsas” ou de “insulto ao gerente de Estado”, que são suscetíveis de tradução, foram “frequentemente utilizadas contra jornalistas considerados críticos do Governo”.