Teor XP
Ambas as empresas atuam em setores de infraestrutura escassa, com operações praticamente irreplicáveis no país, em um envolvente de demanda crescente. Estamos falando da Rumo (RAIL3) e Santos Brasil (STBP3), que foram temas do terceiro programa da XP Investimentos Super Clássicos da Bolsa 2024realizado nesta quarta-feira (12).
Pedro Bruno, head de Transporte do Research XP, foi quem comandou o programa, que contou com a participação de João Perdão, comentador de ações na Bradesco Asset Management, e Sara Delfim, Managing Partner da Dahlia Capital.
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Rumo à melhor precificação
João Perdão destacou o vestuário de a operadora ferroviária ter porquê principal particularidade o escoamento da produção agrícola do Meio-Oeste. “Se somar Mato Grosso e Goiás, fala-se em 20% do negociação global de grãos”, destacou.
Depois muitos investimentos, que ainda prosseguem – porquê na extensão ferroviária de 200 km de Rondonópolis a Lucas do Rio Virente (MT) -, a empresa vem crescendo na conquista de volumes e no aumento de preço de tarifas.
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“A empresa está numa temporada mais madura dessa janela longa, e ela vai principiar a conquistar os investimentos que foram feitos cobrando uma tarifa adequada de remuneração”, comentou o comentador.
Ele lembra que a tarifa da Rumo aumentou pouco pelo investimento que realizou nesses últimos anos, mas ganhou recentemente poder de precificação com a capacidade mais ocupada no mercado.
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Mercado mais volátil
“O totalidade de volume em todo o sistema (da Rumo) teve aumento sem precedentes”, ressalta. A Rumo tem 70% de seu transporte em grãos.
“Ela está mais exposta a esse mercado. A natureza do agro é mais volátil. Em 2024, a gente está vendo uma queda relevante da soja, que não vai impactar a Rumo porque ela já tinha negociado (as tarifas) lá detrás”, afirmou João Perdão.
Para o comentador do Bradesco, a perspectiva é que a Rumo mantenha uma posição de poder de preço por ter feito investimentos fortes para se posicionar porquê uma ofertante sólida de logística, em detrimento da logística de caminhões e portos do Roda Setentrião (eixo de escoamento pelo setentrião do país) que estão perto do limite operacional.
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Lucro da Santos Brasil cresceu
Sara Delfim também vê a Santos Brasil com poder de preço com sua potente atuação do porto de Santos. “Nos últimos seis anos, o preço médio (da tarifa) da Santos Brasil cresceu 16% ao ano”, disse. “Nos últimos seis anos, a empresa aumentou o seu lucro quase 50% ao ano”, acrescentou.
Para a gestora, a operadora portuária é uma empresa que com o descompasso entre a demanda e a oferta de serviços no país, vem conseguindo não só crescer em volumes, mas também aumentar bastante seu preço médio de tarifas.
“Ela consegue extrair muito valor desse ativo que ela tem de contêineres no porto de Santos, fazendo investimentos marginais. Acredita-se que ela pode ainda aumentar a capacidade dela em 20%”, destaca Sara Delfim, acrescentando tratar-se também de uma grande empresa geradora de caixa.
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Dividendos
Pedro Bruno ressalta que a Santos Brasil se tornou pagadora de dividendos de forma relevante, enquanto a Rumo está em temporada de investimentos mais robustos, o que restringe a distribuição de proventos.
A Dahlia projeta de 6 a 7% de aumento de lucro esse ano com dividendos para as ações da operadora portuária, mas pode chegar a 11%.
A Rumo é top pick da XP no setor de transportes por conta das estimativas supra do consenso. “Outrossim, para 2025 em diante, devido a estrutura de oferta e demanda, os benefícios que a Rumo terá em termos de tarifas serão estruturais e não conjunturais”, aponta o head de Transportes da XP.
Mas ele vê a Santos Brasil em um cenário superpositivo, se traduzindo em mais resultados à operadora, com espaço de prolongamento grande em meio às dificuldades de outros jogadoras avançarem com operação semelhantes no porto de Santos.
Ação com grande desconto
Por término, o head de transportes lembra que a ação da Santos Brasil subiu próximo de 30% esse ano, e a da Rumo teve queda de 15%, muito por conta da exposição aos juros altos.
Mas a Bradesco Asset enxerga desconto de 35% da ação da Rumo em relação às outras companhias grandes do setor no mundo.
A XP vê prolongamento do Ebitda da Santos Brasil próximo de 30% nos próximos 3 anos e de 20%, para a Rumo. “São crescimentos relevantes”, enfatiza Pedro Bruno.