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Emendas indicadas pelo deputado Afonso Motta (PDT-RS) entraram na mira da Polícia Federal (PF). Nesta quinta-feira (13), uma operação contra o desvio de emendas parlamentares teve alvo Lino Rogério da Silva Furtadoassessor de Motta. As investigações indicam que Furtado teria recebido uma porcentagem sobre os recursos que foram destinados pelo parlamentar a um hospital do Rio Grande do Sul.
Motta, 75 anos, nasceu em Porto Alegre, é advogado, e está no quarto mandato na Câmara dos Deputados. Iniciou a carreira política em 1984, no PDT, partido ao qual permanece filiado desde então.
Nas eleições de 2010, Motta disputou pela primeira vez uma vaga na Câmara, alcançando 71.607 votos, mas ficou como suplente. Em 2014, conquistou 90.917 votos e assumiu seu primeiro mandato. Foi reeleito em 2018 e 2022, com votações de 65.712 e 70.307 votos, respectivamente.
Ele também atuou no governo de Tarso Genro (PT) no Rio Grande do Sul. Foi secretário de Estado do Gabinete dos Prefeitos e Relações Federativas entre os anos de 2011 e 2013.
Na Câmara, foi líder do PDT em diferentes momentos entre 2015 e 2018, e presidiu a Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público no biênio 2021-2022.
No ano passado teve destaque, como membro do PDT, por negar publicamente qualquer possibilidade de expulsão de Ciro Gomes – defendida por alguns correligionários após o fraco desempenho do partido nas eleições municipais. Motta defendeu a unidade partidária naquela ocasião.
Batizada de EMENDAFESTa operação deflagrada nesta quinta-feira pela PF foi autorizada pelo ministro Flávio Dinodo Supremo Tribunal Federal (STF). A investigação apura desvios de recursos públicos envolvendo Lino Rogério da Silva Furtadoassessor de Motta. Segundo as investigações, ele recebia 6% sobre emendas destinadas ao Hospital Ana Nery, em Santa Cruz do Sul (RS).
Dino determinou buscas e apreensão em dois endereços do assessor, em Brasília e em Rosário do Sul (RS), o afastamento dele do cargo do gabinete do deputado e o bloqueio de até R$ 100 mil de suas contas.
Segundo a investigação, os desvios estavam previstos em contratos de prestação de serviço. Em uma das cláusulas mostra que “em contrapartida aos serviços prestados, o contratado receberá 6% (seis por cento) sobre os valores por ele comprovadamente captados, que serão pagos em até 30 dias após o recebimento”.
A PF também encontrou no celular de um lobista três notas fiscais emitidas para prestação de serviço no hospital com valores de uma de R$ 309 mil e duas de R$ 100 mil, datadas entre julho de 2023 e fevereiro de 2024.
A jornalistas, o deputado Afonso Motta afirmou não ter envolvimento com o suposto desvio de recursos. “É uma circunstância lamentável. Estava fora de Brasília e fiz questão de retornar hoje para ter uma conversa com o presidente Hugo Motta, onde tivemos a oportunidade de conversar sobre a ocorrência que determinou o afastamento do meu secretário de gabinete, Lino Furtado. Em momento algum, eu apareço como investigado, mas claro que isso não diminui a nossa preocupação com a circunstância, com o nosso trabalho, com a forma de proceder que sempre tivemos de fazer a destinação de emendas com critérios, cumprindo as formalidades”, afirmou.
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