Em dezembro pretérito, o lançamento de “Scarface”, de Brian de Palma, nos Estados Unidos completou 40 anos. No Brasil, a estreia aconteceu em maio de 1984. Remake de um longa de 1932, transportando o universo dos gângsters para a ensolarada Flórida, a obra foi um sucesso mercantil, apesar de receber críticas pela violência, e tornou-se um clássico moderno do cinema com o passar dos anos. As imagens de Al Pacino uma vez que Tony Montana se multiplicaram pelo mundo e foram incorporadas pela cultura pop. A seguir, confira curiosidades sobre o longa.
De Al Capone ao gângster cubano
A teoria de fazer uma novidade versão de “Scarface, A Vergonha de Uma Região” (1932) foi de Al Pacino. Originalmente, o remake se passaria em Chicago, na estação de Al Capone. O ator chegou a mandar um videotape com o longa para De Palma.
Em seguida conversa com o produtor Martin Bregman, De Palma começou a elaborar o roteiro com David Rabe, com quem já havia trabalhado. Mas Rabe não aceitou as interferências de Pacino e Bregman e abandonou o projeto, seguido por De Palma. “Cresci em uma estação em que se apoiava o noticiarista. Se o demitiam, você pulava fora”, afirma o diretor no documentário “De Palma” (2015), ao justificar sua desistência.
O roteiro, logo, caiu nas mãos de Oliver Stone (“Platoon”) e Sidney Lumet (“Um Dia de Cão”), que transportaram a história para a Flórida dos anos 1980 e criaram o personagem do Scarface cubano.
Filmagens barradas na Flórida
No documentário “De Palma” (2015), o diretor conta que pretendia rodar o longa na Flórida, mas enfrentou reação da comunidade cubana sítio, que temia ser associada à criminalidade.
O logo comissário de Miami, Demetrio Perez Jr., chegou a falar em gerar uma regra proibindo licenças de filmagens para produções que mostrassem minorias de forma negativa. “Estávamos retratando cubanos uma vez que gânsgsters”, diz o cineasta.
Até ali, a pré-produção em Miami já custara US$ 250 milénio (murado de R$ 1,2 milhão). Os produtores se reuniram com representantes da comunidade e se comprometeram a inserir nos créditos um aviso de que o filme não pretendia ser uma criminação aos cubanos dos EUA. Não adiantou. A solução foi transferir as filmagens para Los Angeles e Santa Barbara, na Califórnia.
Tons pastéis na paleta de cores
Ao definir a direção de arte de “Scarface”, De Palma diz que buscou um visual “acrílico tropical”. “Não queria um ‘Poderoso Chefão’, com mafiosos em salas escuras onde não se vê zero”, afirma, no documentário. Assim, a produção investiu em tons pastéis e ternos brancos para Tony Montana e seus aliados.
O troada na mansão de Tony
Durante as filmagens da sequência do troada na mansão de Tony, Pacino queimou a mão ao segurar em uma arma falsa pelo canudo e teve de permanecer ausente do set por 15 dias. “Eu tinha duas semanas para filmar tudo, menos Al. E filmei todas as formas de alguém levar um tiro enquanto esperava meu planeta voltar”, conta De Palma no documentário.
Spielberg foi câmera no filme
Sim, Steven Spielberg ajudou De Palma a filmar a sequência do troada na mansão. Ele visitava o set, recebeu do colega uma das câmeras e fez algumas tomadas. “Nós respeitávamos o trabalho um do outro e tentávamos nos ajudar quando víamos coisas que podiam ser melhoradas”, afirma o diretor de “Scarface”.
Homenagem ao clássico de 1932
Em sua versão, De Palma fez homenagens ao “Scarface” original. Logo nos créditos de orifício, escreve “Leste filme é devotado a Howard Hawks e Ben Hecht”, respectivamente, diretor e roteirista do longa de 1932.
O cineasta também recuperou a frase “O mundo é seu”, em cena logo depois de Montana morrer. No filme dos anos 1930, a letreiro aparece em um letreiro, também posteriormente a morte do personagem principal, Tony Camonte.
A pendência pela classificação etária
Pronto o filme, a produção enfrentou novas dificuldades. “Desde ‘Quem Anda Cantando Nossas Mulheres’ (1968), brigava com a classificação etária, e o orgasmo foi ‘Scarface’”, diz De Palma no documentário.
O filme foi submetido três vezes à associação norte-americana que define a classificação das produções, e cada vez a obra sofria cortes para adaptá-la à tira etária da audiência pretendida.
Ao final da terceira estudo, o longa recebeu o ‘X’, que designa obras vetadas para menores de 17 anos, por justificação da violência e da linguagem considerada obscena. Diante da frustração com a classificação, De Palma retomou a versão original, sem os cortes feitos anteriormente.
Indicações a prêmios
‘Scarface’ foi indicado a três Globos de Ouro: melhor ator de drama (Al Pacino), melhor coadjuvante de drama (Steven Bauer) e melhor trilha sonora original (Giorgio Moroder). A produção ficou em 10º lugar na lista dos dez melhores filmes de gângster do American Film Institute.
ONDE VER
(valores e disponibilidade consultados em 23 de janeiro)
Scarface (1983)
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Scarface, a Vergonha de Uma Região (1932)
Looke e Belas Artes à La Carte: para assinantes
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De Palma (2015)
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