Abril 23, 2025
Serão fake news? Como confirmar se uma notícia é falsa | Prova dos Factos

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Há vários jornais com equipas de queijo de fatocomo a Prova dos Factos, que se dedicam a desconstruir narrativas falsas que as redes sociais ajudam a solidificar. Não obstante, é positivo conhecer as principais estratégias de desinformação e outras coisas às quais prestar atenção na hora de perceber se um conteúdo é verdadeiro ou falso.

Consumir conteúdos jornalísticos de qualidade, treinar o algoritmo das redes sociais com informação credível, conhecer os autores e a respectiva legitimidade para escrever sobre determinados assuntos ou dominar plataformas de inteligência artificial (IA). São muitas as formas de ser uma pessoa mais atenta à informação na Internet. Eis uma lista com dez coisas a ter em atenção.

Procurar a notícia em jornais

Nada melhor do que procurar uma notícia nos sites oficiais dos órgãos de comunicação social para ter a certeza que uma determinada informação é, de facto, verdadeira.

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É cada vez mais frequente surgirem nas redes sociais imagens a imitar o conteúdo de jornais conhecidos usadas para espalhar informação falsa. Para ter credibilidade, as páginas falsas imitam o aspecto gráfico de jornais conhecidos e difundem desinformação. Por isso, migrar das redes para os próprios sites é uma forma de verificar se a informação é, de facto, verdadeira.

Os órgãos de comunicação social estão atentos à actualidade e difundem com rapidez a informação que importa conhecer. Também pode espreitar as páginas oficiais de agências noticiosas como a Lusa, por exemplo.

Nas redes sociais, um bom ponto de partida é prestar atenção ao autor das publicações e ao respectivo perfil. Tratar-se de um perfil verificado, no caso do Instagram, é, em princípio, um indicador de que também o conteúdo partilhado pelo autor terá alguma credibilidade.

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No entanto, isto não é garantido. Desde logo, porque uma pessoa com o perfil verificado pode também cair em alguma teia de desinformação. Mas, mais do que uma falha acidental, importa prestar atenção àquelas que são falhas premeditadas.

É importante perceber se os autores das publicações têm legitimidade para escrever sobre os temas em causa. Assim como quando surge um problema cardíaco se recorre a um cardiologista, ou quando se pretende saber se chove se verificam os serviços de meteorologia, também na Internet há que entender se uma figura é especializada na informação sobre a qual escreve.

Para informação sobre IRS, por exemplo, podemos seguir páginas de pessoas que se identifiquem (e que possamos confirmar, idealmente) como contabilistas ou técnicos oficiais de contas, assim como para vermos informação sobre saúde animal podemos seguir contas de médicos veterinários. Confiar numa pessoa vestida como um veterinário não é suficiente: é preciso ler o campo da “bio” ou até encontrar o LinkedIn da pessoa em questão. Faz sentido esperarmos que nas redes sociais haja informação credível, tal como faríamos fora delas.

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Em caso de dúvida, nada melhor do que ir às fontes oficiais. Governo, institutos de saúde, páginas de autarquias, associações. Consoante o tipo de informação a verificar, há que identificar a melhor fonte oficial de informação e ver o que dizem os sites oficiais.

Por exemplo, para confirmar uma subida do preço da água anunciada nas redes sociais, o melhor a fazer é pesquisar no site do município ou freguesia em questão e ver se foi anunciada essa medida. Caso não exista informação pública, pode também escrever-se à autarquia por e-mail a pedir esclarecimentos.

Outro exemplo: diz-se que foi descoberto um tratamento inovador para o cancro da pele e que só se realiza num determinado hospital. Uma forma de verificar será o próprio site dos institutos oncológicos do país (Lisboa, Porto e Coimbra), bem como do hospital onde, alegadamente, se concretiza esse tratamento. Neste caso, também o Governo poderia anunciar algum tipo de informação considerando a evolução tecnológica, por isso não será descabido verificar páginas do Governo.

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A inteligência artificial (IA) tem sido uma aliada na criação de desinformação. Com alguns cliques, facilmente se gera uma imagem artificial que pode depois ser difundida nas redes sociais como sendo verdadeira.

Apesar de bastante credíveis, com alguma atenção, às vezes é possível perceber que se trata de uma imagem falsa, principalmente no que aos vídeos diz respeito. Ainda assim, o melhor a fazer é usar um verificador de IA que indica a probabilidade de aquela imagem ter sido criada por humanos ou com IA.

Há imensos detectores on-line gratuitos, como o É Isto IAmuito simples de usar. Basta inserir a imagem ou o texto que se pretende verificar e o site trata do resto.

A verificação de vídeos nos detectores de IA pode ser um desafio maior do que a verificação de imagens ou de texto. Isto porque alguns sites só disponibilizam essa vertente para contas Premium ou registadas, mas também há opções com esta funcionalidade gratuita. Uma pesquisa no Google ajudará a chegar a esses sites.

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Caso não encontre nenhum site disponível para a verificação de vídeo gratuitamente, a alternativa será tirar vários imprimir telas aos momentos suspeitos do vídeo em causa, e passá-los pelas plataformas de verificação de imagens mencionadas acima. Acaba por fazer o mesmo efeito.

Confirmar se o autor é parte interessada no tema

Além da legitimidade do autor para falar sobre um determinado assunto, também é importante saber se o autor é uma parte interessada no tema. Isto é, se tem algo a ganhar com o conteúdo que partilha.

Não será surpreendente ver o líder de um partido da oposição a criticar o comportamento do líder do Governo. O mesmo acontece com assuntos mais objectivos. Um activista pelos direitos dos animais acusar uma exploração aviária de maus tratos pode ser legítimo, mas é uma parte interessada no tema, pelo que há que verificar a informação.

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Outros casos de conflitos de interesses surgem quando proprietários de empresas questionam a qualidade dos produtos de empresas concorrentes. Mais uma vez, são parte interessada no tema, pois têm interesse em denegrir a imagem da concorrência e captar os seus clientes. Isto nem sempre é fácil de verificar, mas é um exercício que importa fazer.

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É muito comum que existam gralhas e incoerências no discurso quando as publicações são falsas, à semelhança do que acontece, por exemplo, com as burlas através de mensagens para o telefone (recorde-se o famoso esquema “olá mãe” ou “olá pai”).

Também é frequente que surjam gralhas nos links de sites. Ou seja, para se aproveitarem da legitimidade de uma marca ou instituição, os autores de desinformação criam sites muito semelhantes aos originais, alterando pequenas coisas como uma letra ou um símbolo. Um olhar atento pode desmascarar isto.

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Sendo geradas por IA ou não tendo sido escritas por pessoas que percebem, efectivamente, do tema em questão, é normal que surjam os erros ortográficos e as gralhas, mas também que a informação não faça sentido — datas que não batem certo, factos que não correspondem à realidade, etc. É boa ideia ler a informação com atenção e procurar estes lapsos, tanto ortográficos quanto informativos.

Os números não mentem. Verificar datas de acontecimentos referidos num determinado texto ou publicação pode ajudar a perceber se a informação é fidedigna ou se, em contrapartida, se trata de falso notícias.

A forma mais eficaz de fazer este trabalho de verificação é identificar todos os números referidos numa determinada publicação e pesquisar individualmente para perceber se fazem jus à realidade.

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É muito frequente que, em prol da desinformação, se retirem os factos do contexto. Que se faça uma montagem com um vídeo de uma ocasião específica que aconteceu do outro lado do mundo, mas que prolifera como tendo sido em Portugal.

Foi o que aconteceu, por exemplo, com o vídeo de um taxista do Egipto, usado por figuras políticas de extrema-direita para apontar o dedo à imigração, como se o caso tivesse acontecido em território português.

Assim, é importante que se faça uma pesquisa mais demorada para compreender o contexto de uma determinada situação. Se nos cruzamos com um vídeo de umas declarações, por exemplo, é importante que se pesquise para compreender quando foram ditas, em que evento ou ocasião, que frases teria já dito antes do quadro que estamos a ver e que frases terá dito depois. Isto porque isolar frases ou momentos de vídeos pode conduzir a más interpretações por ausência de contexto.

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Considerando o impacto da desinformação, as próprias redes sociais estão a disponibilizar formas de verificar a informação das publicações. No caso do X, antigo Twitter, essa verificação pode ser feita com uma ferramenta de IA, o Grok, mediante pedido dos utilizadores, que o citam nos comentários da publicação que querem ver verificada.

Mas os próprios utilizadores também têm um papel activo. Qualquer pessoa pode mesmo sugerir uma nota de comunidade, clicando nos três pontos à direita das publicações. A plataforma pede depois que se elenque links de publicações do próprio X que ajudem a comprovar que aquela informação é falsa.

No caso das redes que não contenham estes sistemas, o melhor a fazer é recorrer à leitura dos comentários. Quando a informação é falsa, geralmente acaba por reunir comentários de utilizadores atentos e informados que querem evitar a proliferação de desinformação. Essa é também uma atitude que qualquer pessoa pode tomar: alertar para a presença de informação falsa.

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Generalização, polarização, escolha selectiva de factos, descontextualização. Também é frequente que se recorra a falsos especialistas ou autoridades, como pessoas que se fazem passar por médicos ou nutricionistas, não tendo as habilitações necessárias para o efeito. Daí a necessidade de verificar exaustivamente o autor das publicações, seja pela legitimidade para escrever sobre um assunto, seja pelo eventual conflito de interesses que possa existir.

Conhecer as principais estratégias de manipulação é meio caminho andado para não ficar permeável aos conteúdos falsos que difundem. Leia e pesquise mais sobre o assunto.

Com estes dez pontos identificar informação falsa deverá tornar-se uma tarefa mais simples. Ainda assim, pode também sugerir aos órgãos de comunicação social que tenha jornalistas especializados em verificação de fatos o tratamento de determinados temas, enviando um e-mail com o pedido e com a informação que encontrou. Geralmente, os jornais agradecem as sugestões.

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