“Ele tem conflitos, desavenças e separações, além de outras questões pessoais dentro de casa que podem levar ao suicídio”, explica ele.
Outro fator, segundo Motooka, é a exposição constante da profissão. Policiais que atuam diretamente contra o crime vivem em crise constante. Os danos mentais são grandes diante do aumento da violência.
O psicólogo, que atuou quase duas décadas na PM dando apoio e atendendo policiais em crises de estresse e depressão, admite que pode haver subnotificação dos casos.
Muitas vezes, a ação trágica acontece quando os policiais já estão aposentados ou afastados definitivamente da polícia devido a doenças.
“Quando a gente conversa com as instituições, quase sempre elas colocam na conta do indivíduo: ele [o policial] tinha problema em casa, era alcoólatra, brigava com a família”, diz Renato Sérgio de Lima.
“Mas isso não justifica condições de trabalho precárias e a falta de acolhimento. A urgência é de que isso seja visto como uma questão institucional e não só como problema individual de policiais.”