Londres Inglaterra) – Em uma segunda-feira de muita dor para o povo ucraniano, com a notícia de um bombardeio a um hospital infantil em Kiev que já deixou 36 mortos, segundo as autoridades, Elina Svitolina trouxe um pouco de alegria para seu país com a vitória por 6/2 e 6/1 sobre a chinesa Xinyu Wang e classificação para as quartas de final de Wimbledon. Em seguida a partida, a tenista falou sobre o quanto o jogo de hoje representou para ela e agradeceu pelas mensagens de base que recebeu.
“Cada ucraniano está a utilizar a sua própria forma de sensibilizar, de recrutar verba, de ajudar de todas as formas possíveis”, disse Svitolina, embaixadora da United24, a plataforma solene de angariação de fundos para a reconstrução da Ucrânia. “Meu caminho é através do tênis.
“Conversando com outros atletas ucranianos, sinto que somos quase tão poderosos quanto algumas pessoas que representam o nosso governo. Todas as semanas competimos nos grandes palcos, representando não só a nós mesmos, mas também o povo ucraniano, acrescentou a tenista de 29 anos, que entrou em quadra com uma fita preta no uniforme, em sinal de luto.
“Tento me concentrar no meu trabalho e no que posso controlar. Pelo menos a minha vitória hoje foi uma pequena luz que trouxe um momento feliz para o povo ucraniano. Recebi muitas mensagens. As pessoas estão gratas pelo meu desempenho”, complementou a ex-número 3 do mundo e atual 21ª do ranking.
Svitolina maravilhosa 😍
Semente nº 21 @ElinaSvitolina abre caminho para um terceiro #Wimbledon quartas de final derrotando facilmente Xinyu Wang por 6-2, 6-1 👏 foto.twitter.com/ADQUgZvFg1
— Wimbledon (@Wimbledon) 8 de julho de 2024
Sentimento de culpa por não conseguir ajudar mais
Svitolina relata que foi difícil se concentrar para o jogo desta segunda-feira depois de saber das notícias de seu país. “Normalmente você pensa o dia todo na sua partida e em uma vez que vai jogar. Nesta manhã, eu me senti confusa com meus pensamentos e sentimentos dentro de mim…”
+ Clique cá e siga o Ducto do TenisBrasil no WhatsApp
“Hoje foi ainda mais difícil porque o míssil caiu no hospital infantil. Imediatamente você vê as imagens e tudo o que aconteceu ali. Muitas crianças perderam a vida. Eu só queria estar no meu quarto. Para nós, ucranianos, isso está muito próximo do nosso coração e são emoções muito sensíveis que sentimos todos os dias”, explicou a ucraniana, que enfrenta a cazaque Elena Rybakina nas quartas.
A tenista também falou sobre um sentimento de culpa por tentar levar uma vida normal e não conseguir ajudar ainda mais. “Sentimos culpa por nos sentirmos felizes ou muito. Não só porque estou nas quartas de final cá, mas em tudo. Você sai de férias e se sente culpado porque não está na Ucrânia. Muitas pessoas não podem trespassar do país. Muitas pessoas estão lutando, defendendo nossas linhas de frente. Vivemos com esse sentimento há mais de dois anos.
“É muita pressão e muito peso nos ombros. Mas sinto-me honrado por ser um dos rostos da Ucrânia. Faço o meu melhor todos os dias para dar isso ao meu povo”.