Passinhos ensaiados, fulgor, cor e muita virilidade no ar. Por fim, ninguém se atreveu a permanecer parado no dança de Carnaval Tam Tam 2024, realizado na noite de quarta-feira (7). O palco da sarau foi o piso térreo do Núcleo de Cultura Patrícia Galvão, na Vila Mathias, em Santos.
Para a coordenadora do grupo, Claudia Alonso, o ponto de encontro não poderia ser melhor devido à acessibilidade. “É um dança no térreo, é projecto. As pessoas chegam e já estão na sarau. Não tem escada, não tem zero. É um espaço para todos. E tem acessibilidade atitudinal (que permite entrada em paridade de condições a todos). As pessoas podem fazer as suas roupas reciclando e reutilizando materiais. É lhano à comunidade. Portanto, é todo mundo junto, dançando, feliz. Acho que esse é o espírito da folia mesmo”.
O conjunto do grupo abriu a sarau e os foliões chegaram entoando um dos hinos carnavalescos mais conhecidos no País – Ô Abre-alas. Depois, os participantes curtiram também as tradicionais marchinhas, sambas-enredo e clássicos da MPB sob o comando do grupo Balaio Brasil.
A voluntária Fernanda Gabriela da Conceição Tavares, 27 anos, fazia segmento dos foliões que não perdem uma noite de carnaval por zero. Ela não cansava de posar para fotos com o estilo criado mormente para o dança e conta que fez questão de ajudar a confeccionar. “Adoro carnaval, é muita gente feliz, muita diversão. Acho importante estar cá e ajudar”, disse ele, portadora de deficiência auditiva e professora de Libras.
Bruna Júlia, 23, era uma das foliãs animadas da noite. Ela e a mãe, Emilene Júlia da Silva, 47, sempre participam dos eventos e, desta vez, Bruna fez questão de escolher o tema da fantasia.
“É a Alice. Adoro o filme”, frisa a jovem. A mãe confirma. “Ela patroa a personagem. A Bruna está há 18 anos no Tam Tam. E é uma delícia participar do Carnaval. Gostamos muito”, acrescenta Emilene.
Os participantes também puderam aproveitar os docinhos e quitutes comercializados pelas barracas Paulinho Grill e Bonne Quiche, com segmento da renda revertida para o projeto.
O evento teve esteio da Secretaria de Cultura de Santos (Secult). “O carnaval faz segmento de um dos eventos que a gente promove de forma colaborativa com o Tam Tam. A segmento social e sociocultural também é importantíssima. E a gente tem muita integração entre os alunos, entre os pais, os familiares e o público universal”, diz o secretário Rafael Leal.
A vice-prefeita e secretária da Mulher, Cidadania e Direitos Humanos, Renata Insubmisso, que aproveitou a sarau, destacou a prestígio do evento para a questão da inclusão, flutuação e o resgate histórico do carnaval na Cidade.
“São muitas coisas importantes num só evento, uma vez que a questão da inclusão, da flutuação e da possibilidade que se abre para todos se divertirem. É uma sarau de carnaval, mas a gente fala de musicalidade, de trabalho de coordenação motriz, de diversão e de estar incluindo todos, não só os que participam do projeto Tam Tam, mas as famílias também”, diz Renata.