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Trump diz que Putin concordou em iniciar ‘imediatamente’ negociações pelo fim da guerra na Ucrânia

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WASHINGTON – O presidente americano Donald Trump disse que o russo Vladimir Putin concordou em dar início às negociações pelo fim da guerra na Ucrânia. Depois de uma conversa por telefone descrita como “longa e altamente produtiva”, Trump sinalizou ainda que eles devem se encontrar pessoalmente. Algumas horas depois, o republicano afirmou que é provável que ele e Putin se encontrem na Arábia Saudita sem definir datas.

“Como nós dois concordamos, queremos parar as milhões de mortes que estão acontecendo na guerra entre Rússia e Ucrânia”, disse Trump sobre a conversa com Putin – a primeira confirmada desde que o republicano voltou à Casa Branca. “Também concordamos que nossas respectivas equipes iniciem as negociações imediatamente.”

Donald Trump e Vladimir Putin em entrevista coletiva durante o primeiro governo do republicano, em 2018. Em conversa por telefone, eles concordaram em dar início às negociações pelo fim da guerra. Foto: Pablo Martinez Monsivais/Associated Press

Trump relatou ter pedido a funcionários do alto escalão do governo que liderem as negociações para encerrar a guerra. E acrescentou que acredita “fortemente” no sucesso do processo.

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Ao descrever a conversa, em publicação na sua rede, a Truth Social, o presidente americano sinalizou ainda que ele e Putin devem visitar-se. “Concordamos em trabalhar juntos, muito de perto, incluindo a visita aos países um do outro”.

Conversando com repórteres após a ligação, Trump disse que eles “provavelmente” se encontrarão primeiro na Arábia Saudita. O presidente disse que a data ainda não foi definida, mas que seria em um “futuro não muito distante”.

Do outro lado, Putin concordou com Trump que “chegou a hora de nossos países trabalharem juntos”, segundo o relato do porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov. “O presidente Putin mencionou a necessidade de abordar as causas fundamentais do conflito e concordou com Trump que é possível encontrar uma solução a longo prazo por meio de diálogos de paz”, disse.

De acordo com Peskov, a conversa durou cerca de uma hora e meia.

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Trump conversou ainda com o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski. “Ele, assim como o presidente Putin, quer alcançar a paz”, escreveu na Truth Social. E disse esperar que o encontro de Zelenski com o vice-presidente americano, J.D. Vance, e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, esta semana em Munique seja positivo. “É hora de acabar com essa guerra ridícula, em que houve morte e destruição em massa totalmente desnecessárias”.

Por sua vez, Zelenski descreveu a conversa com Donald Trump como “significativa”. “Ninguém quer a paz mais do que a Ucrânia. Juntamente com os EUA, estamos traçando nossos próximos passos para deter a agressão russa e garantir uma paz duradoura e confiável. Como disse o presidente Trump, vamos fazer isso”, escreveu nas redes sociais.

Em campanha, Trump prometeu que acabaria com a “carnificina” em um dia, sem explicar como faria. Agora, o governo americano começa a oferecer vislumbres dos seus planos para acabar a guerra na Ucrânia.

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, chamou de irrealista a intenção ucraniana de retomar todo território perdido desde 2014, quando a Rússia tomou a Crimeia. “Perseguir esse objetivo ilusório apenas prolongará a guerra e causará mais dor e sofrimento”, disse ele na sede da Otan em Bruxelas. Os planos para paz, segundo Hegseth, devem incluir garantias de segurança e supervisão internacional de fronteiras, mas sem adesão de da Ucrânia à aliança militar.

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‘Gesto de boa fé dos russos’

A conversa com Vladimir Putin ocorreu um dia após o presidente americano garantir a libertação do professor Marc Fogel, preso desde 2021 por levar maconha medicinal para a Rússia. O acordo com o Kremlin foi negociado em segredo pelo enviado especial de Trump para o Oriente Médio, Steve Witkoff.

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Marc Fogel voltou para os Estados Unidos, onde foi recebido por Trump na Casa Branca, a bordo do avião de Witkoff. Essa foi a primeira vez que um alto funcionário do governo americano esteve em Moscou desde que William Burns, então diretor da CIA, tentou impedir a invasão da Ucrânia.

O Conselheiro Nacional de Segurança dos EUA, Mike Waltz disse que a troca “representa um gesto de boa fé por parte dos russos e um sinal de que estamos avançando na direção certa para encerrar a brutal e terrível guerra na Ucrânia”.

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Mike Waltz e Steve Witkoff devem integrar a equipe de negociação dos Estados Unidos com o Secretário de Estado, Marco Rubio, e o diretor da CIA, John Ratcliffe, conforme escreveu Donald Trump em publicação na Truth Social. O presidente não mencionou Keith Kellogg, o seu enviado especial para Rússia e Ucrânia, que tem adotado uma postura mais agressiva com Moscou. Recentemente, ele sugeriu que os EUA poderiam aumentar a pressão com as sanções para forçar o acordo de paz.

Trump sinalizou para seus assessores que encontrar uma saída para a guerra é prioridade para o seu governo.

Casa destruída em ataque com drone em Kursk, na Rússia. Foto: Nanna Heitmann/The New York Times

Durante a semana, Zelenski disse que estaria disposto a oferecer a Putin a área capturada em Kursk, na Rússia, em uma troca de territórios. Se Donald Trump conseguir levar a Ucrânia e a Rússia para a mesa de negociações, “trocaremos um território por outro”, disse Zelenski ao O guardiãosem especificar o que pediria em troca.

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Com 20% do território ucraniano sob o seu domínio, Moscou rechaçou a proposta. “A Rússia nunca discutiu e nunca discutirá a troca de seu território”, disse Dmitri Peskov.

Também esta semana, o Kremlin usou uma declaração de Donald Trump para justificar a anexação de parte da Ucrânia. “Eles podem fazer um acordo ou podem não fazer. Eles podem se tornar russos algum dia ou podem não se tornar”, declarou Trump à Fox News na segunda-feira. Peskov reagiu sugerindo que “parte significativa” dos ucranianos quer ser parte da Rússia.

Trump já fez vários comentários elogiosos sobre o presidente russo, a quem chamou de “gênio” após a invasão da Ucrânia em 2022. Na primeira semana de seu segundo mandato, contudo, foi mais crítico a Putin. “Ele não pode estar satisfeito. As coisas não estão indo tão bem para ele”, disse após a posse. “A Rússia é maior. Eles têm mais soldados para perder, mas esse não é um jeito de governar um país.”/Com AP, AFP, NY Times e W. Post

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