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A lua-de-mel entre o magnata e presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e Elon Musk — o homem mais rico do mundo e diretor do Departamento de Eficiência Governamental — parece perto do fim. Durante boa parte do dia de ontem, o site Politico trouxe a manchete: “Trump diz ao seu círculo interno que Musk sairá em breve”. De acordo com a reportagem, o dono da Tesla, da rede social X e da SpaceX tem se tornado um “estorvo político” para o titular da Casa Branca. Três pessoas próximas a Trump disseram ao Politico que o republicano está satisfeito com o desempenho do novo órgão dirigido por Musk. No entanto, ambos teriam decidido, poucos dias atrás, que Musk retornará ao comando dos seus negócios e assumirá um papel de apoio ao governo.
Questionada pela imprensa, a Casa Branca limitou-se a afirmar que Musk ficará até o fim de seu trabalho à frente do Departamento de Eficiência Governamental, sem, no entanto, citar um cronograma. “Esse ‘furo’ é lixo”, declarou a porta-voz, Karoline Leavitt. “Notícia falsa”, reagiu o executivo. Os rumores sobre a eventual saída de Musk coincidiram com uma derrota política para Trump. No fim da noite de terça-feira (1º/4), no estado do Wisconsin, a juíza liberal Susan Crawford derrotou o conservador Brad Schimel na disputa por uma vaga na Suprema Corte estadual. Grupos apoiados por Musk injetaram US$ 17 milhões (cerca de R$96 milhões) na campanha de Schimel, o que tornou a disputa judicial a mais cara da história.
Wisconsin
“Elon Musk perdeu uma eleição ontem (terça-feira), quando doou milhões de dólares para apoiar Schimel e eleger o juiz mais caro da história dos Estados Unidos”, disse ao Correio James Naylor Green, historiador político da Universidade Brown (em Rhode Island). O especialista classifica a derrota de Musk como “enorme”, em um estado polarizado, no qual as disputas são decididas por margem mínima. “A reação do eleitorado em Wisconsin é muito clara: foi contra Musk, que tinha interferido na campanha eleitoral. Fica evidente que Musk está criando uma situação muito ruim para Trump. Acho que o presidente buscará um modo de se livrar dele nos próximos dois meses”, apostou.
Professor de direito da Universidade de Wisconsin-Madison, Peter Carstensen lembrou à reportagem que Trump ganhou no estado por uma votação apertada. “A eleição para a suprema corte de Wisconsin tornou-se um referendo sobre o governo, com ênfase particular no papel de Musk. De alguma forma, Musk foi o outro candidato e perdeu por muito. Parece que mesmo em áreas conservadoras, o apoio foi menor do que o esperado, razão pela qual a margem de vitória foi tão substancial”, afirmou, por e-mail. A juíza liberal Susan Crawford, que ganhou por quase 10% de diferença, declarou que “os moradores de Wisconsin se defenderam de um ataque sem precedentes à democracia norte-americana”.
Carstensen descarta que a vitória da magistrada liberal mude a composição do Congresso. A curto prazo, ele acredita que isso possa encorajar os legisladores republicanos a resistir mais abertamente à “destruição do governo nacional por Trump/Musk”. “Em menos de dois anos, teremos uma eleição nacional para o Senado e a Câmara dos Representantes. Esse resultado sugere que os democratas terão uma chance melhor de ganhar pelo menos uma das casas. Entendo que o controle do Senado seja menos provável.”


Rodrigo Craveiro
Subeditor de Mundo
Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás (UFG) em 1997. Curioso por natureza, adora buscar histórias. Desde 2005, trabalha no Correio Braziliense, onde entrevistou laureados com o Nobel da Paz, embaixadores e ex-presidentes.
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