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Vaga de calor atinge 2,7 milénio cidades e deve perseverar até sexta-feira

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A vaga de calor que atinge principalmente as regiões Sudeste e Núcleo-Oeste deve perseverar até sexta-feira (17). A previsão é do Instituto Vernáculo de Meteorologia (Inmet), órgão federalista vinculado ao Ministério da Cultura e Pecuária.

Em boletim atualizado, foram listados 2.707 municípios afetados. Além de todas as cidades situadas no Núcleo-Oeste, no Sudeste e no estado de Rondônia, a relação inclui aquelas localizadas no sul do Piauí, do Maranhão, de Tocantins, do Pará e do Amazonas, no sudoeste da Bahia e no setentrião do Paraná.

Na classificação do Inmet, as ondas de calor se configuram quando a temperatura se mantém, ao longo de pelo menos cinco dias, 5ºC supra da média esperada para o mês. A marca de 40ºC tem sido superada nos últimos dias no Rio de Janeiro, em Cuiabá e também em muitas cidades do interno, porquê Corumbá e Chuva Clara, em Mato Grosso do Sul, São Romão e Coronel Pacheco, em Minas Gerais, Seropédica, no Rio de Janeiro, e Ibotirama, na Bahia.

Diversos recordes foram registrados pelo Inmet na terça-feira (14). Com máxima de 39,2ºC, Goiânia teve a tarde mais quente de sua história para o mês de novembro. Em Campos do Jordão, no interno de São Paulo, a marca de 31ºC superou os 30,5ºC medidos em setembro 1961, até logo considerada a maior temperatura da cidade. O Província Federalista também alcançou um recorde com 37,3ºC: foi o dia mais quente do ano até o momento.

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Conforme a previsão do Inmet, estados que estão enfrentando a vaga de calor devem receber chuvas intensas na próxima semana. Na Região Sudeste, a queda da temperatura na sexta-feira (17) já deve vir acompanhada de precipitações.

Para o período de 21 a 29 de novembro, algumas localidades devem receber um grande volume de chuva, podendo ultrapassar 40 milímetros, mormente em Mato Grosso e Goiás, no Província Federalista, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro e Espírito Santo. Nas demais áreas, o Inmet não descarta a possibilidade de pancadas de chuvas.

No Rio de Janeiro, cariocas e turistas lotaram as praias nesta quarta-feira (15), feriado da proclamação da República.

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Rio de Janeiro (RJ), 15/11/2023 – Cariocas e turistas lotam praia de Ipanema, na zona sul, em dia de forte calor no Rio de Janeiro. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Calor não impede prática de jogos em Ipanema – Tomaz Silva/Escritório Brasil

Efeito El Niño

A vaga de calor que atinge boa segmento do país está fortemente associada ao fenômeno El Niño, apontam pesquisadores. O fenômeno é caracterizado pelo esgotamento dos ventos alísios (que sopram de leste para oeste) e pelo aquecimento irregular das águas superficiais da porção leste da região equatorial do Oceano Pacífico. As mudanças na interação entre a superfície oceânica e a baixa atmosfera têm consequências no tempo e no clima em diferentes partes do planeta. Isso porque a dinâmica de circulação das massas de ar adota novos padrões de transporte de umidade, afetando a temperatura e a distribuição das chuvas.

“Estamos enfrentando um El Niño possante”, diz o géografo Marcos Freitas, pesquisador da Universidade Federalista do Rio de Janeiro (UFRJ), que labareda a atenção para medições realizadas pela Gestão Oceânica e Atmosférica Vernáculo, ligada ao governo dos Estados Unidos. Esse órgão monitora a temperatura da chuva na chamada Zona 3.4, localizada na porção equatorial meão do Oceano Pacífico. “Estamos chegando a quase 2ºC de anomalia. Em universal, temos um El Niño médio ou fraco a cada dois anos, que é quando se tem uma anomalia de 1ºC, no sumo. Quando passa de 1ºC, consideramos um El Niño possante. Isso altera as massas de ar em cima do nosso continente.” De concórdia com Freitas, o que ocorre, logo, é um bloqueio das entradas de massas de umidade em segmento do Sudeste e um pouco no Núcleo-Oeste”.

Segundo o pesquisador, a tendência é de um verão muito quente. “Esse El Niño não vai se dissipar agora”, acrescenta. A Organização Meteorológica Mundial (OMM) estima que os efeitos do fenômeno devem ser sentidos pelo menos até abril do próximo ano. Marcos Freitas observa que um El Niño possante ocorre mais ou menos a cada sete anos, mas destaca que o proporção de intensidade vem aumentando em função do aquecimento global.

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A avaliação do pesquisador da UFRJ é corroborada pelo coordenador da Rede Clima da Universidade de Brasília (UnB), Saulo Rodrigues Pereira Rebento. Ele vê possibilidade de novas ondas de calor ainda neste verão. Saulo Rodrigues explica que, no Brasil, além de influenciar a vaga da calor no Sudeste e no Núcleo Oeste, o fenômeno provoca seca nas regiões Setentrião e Nordeste, muito porquê chuvas torrenciais e ciclones extratropicais no Sul.

Fonte

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