Com resultado do terceiro trimestre de 2023 (3T23) considerado de neutro a levemente negativo, os números em si da Vale (VALE3) para o período não seriam considerados um grande catalisador para os ativos.
Porém, o pregão de dividendo e JCP extraordinários (divulgado na véspera antes do fechamento do mercado, uma vez que a notícia foi vazada para a prelo) e a subida do preço do minério na sessão desta sexta-feira (27), encerrando a semana com ganhos, são fatores que pendem para o lado positivo para as ações.
No mercado de minério, a commodity teve ganhos uma vez que sinais adicionais de estabilização da economia chinesa sustentaram o ânimo, já impulsionado por estímulos extras para o maior produtor de aço do mundo. O contrato porvir do minério de ferro mais negociado em janeiro na bolsa de commodities de Dalian, na China, encerrou as negociações diurnas com subida de 2,1%, a 889,50 iuanes (US$ 121,57) por tonelada métrica, com ganhos de tapume de 4% esta semana.
Os ativos, porém, abriram a sessão desta sexta perto da segurança: às 10h05 (horário de Brasília), a queda era de 0,34%, a R$ 65,04, uma vez que secção da reação aos proventos já foi registrada na véspera, com as ações fechando em subida de 2,14% na sessão de quinta. Porém, ao longo do pregão, a ação passou a registrar ganhos fortes: às 12h52, a subida era de 3,68%, a R$ 67,70.
Sobre os proventos, por sinal, a mineradora anunciou pagamento de tapume de R$ 10,5 bilhões aos seus acionistas.
O montante é correspondente ao valor bruto de R$ 2,33166 por ação, dividido em R$ 1,565890 por ação uma vez que dividendos e R$ 0,765770 por ação uma vez que juros sobre o capital próprio (JCP), com pagamento para 1 de dezembro e com base na posição acionária de 21 de novembro.
Para a XP, o pregão de dividendos reflete o conforto da empresa na geração de fluxo de caixa e na epílogo da transação da Vale Metais Básicos. Na visão do Goldman Sachs, o dividendo incrível vem uma vez que uma surpresa para muitos investidores, que estavam esperando o pregão somente no primeiro trimestre de 2024. Luan Alves, crítico gerente da VG Research, aponta que o pregão reforça que a empresa está no caminho correto de geração de valor para o seu acionista.
O Itaú BBA também ressalta que esses dividendos foram anunciados uma vez que uma distribuição antecipada da política de dividendos relativa ao segundo semestre de 2023 (2S23), que só deveria ser paga em março de 2024. “Dito isso, acreditamos que isso sinaliza que a Vale está esperançado com suas perspectivas de geração de FCF (fluxo de caixa livre), o que poderia permitir um poderoso distribuição em 2024 também”, avalia.
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A Vale também anunciou um novo programa de recompra de 150 milhões de ações ordinárias e seus respectivos ADRs (tapume de 3,5% das ações em circulação e no valor de tapume de US$ 2,0 bilhões). “Embora traga flexibilidade em termos de alocação de capital, acreditamos que os dividendos são agora a escolha preferida para restituir quantia aos acionistas”, apontam os analistas do banco.
A Eleven Financial estima um rendimento de dividendos (dividendo em relação ao preço da ação, ou rendimento de dividendos) ao volta de 10% em 2023 com o dividendo incrível. “Para 2024 esperamos um yield ao volta de 8% sem considerar efeitos da recompra e possíveis dividendos extraordinários”, aponta a mansão de estudo.
Os números da companhia e visão para ações
Para o BBA, a geração operacional de fluxo de caixa livre foi decente em US$ 1,1 bilhão, enquanto a dívida líquida expandida atingiu US$ 15,5 bilhões no 3T23. Os custos de entrega para a China foram o “ponto mais grave” do trimestre.
O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na {sigla} em inglês) ajustado ficou em US$ 4,5 bilhões no 3T23, um aumento de 12% na base anual, mas 2% inferior das estimativas do BBA e 4% inferior do consenso.
A XP aponta que os números do terceiro trimestre da companhia foram neutros no 3T23, com o Ebitda ficando 1% inferior do que projetava.
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Ações de Subida Valorização
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“Com os números operacionais já divulgados, destacamos as soluções de minério de ferro uma vez que destaque positivo (Ebitda ajustado subindo 13% na base trimestral), com dispêndio caixa C1 ((dispêndio de produção da mina ao porto)) a tonelada em queda de 7% na base trimestral”, ressalta. Isso, na visão dos analistas, mitiga secção das preocupações dos investidores no não cumprimento do guidance para o ano de 2023 de US$ 21,5 a 22,5 a tonelada (embora esperemos que esteja mais próximo do topo do guidance).
O Bradesco BBI ressalta que, apesar do Ebitda ter ficado inferior do consenso em 4%, subiu 8% no trimestre, beneficiado por maiores volumes de minério de ferro, preços mais altos e custos C1 mais baixos. O negócio de minério de ferro, em universal, foi o destaque positivo do período, com Ebitda crescendo 13% (embora em risca com o consenso) enquanto Metais Básicos foi o negativo, com Ebitda 20% menor (neste caso, inferior do consenso).
Para a Eleven, o dispêndio C1 excluindo compras de terceiros apresentou uma importante redução no trimestre, mostrando a disciplina da companhia na redução de custos. Isto compensou o maior gasto de compras de minério de terceiros, fazendo o C1 atingir segurança frente ao 2T23.
Para a mansão de estudo, a mineradora teve mais uma série de bons resultados em um envolvente difícil. “O resultado da companhia veio em risca com nossas estimativas, impactado pelo maior volume vendido e bons preços de minério coligado ao bom controle de custos visto no trimestre. As vendas de minério cresceram 10% frente ao 2T23, fruto da boa produção e venda de estoques formados ao longo do ano. O preço do minério de ferro também foi um fator importante, com subida de 7% frente ao 2T23, atingindo US$ 105 a tonelada, compensando o menor prêmio de qualidade no trimestre (- US$ 3 a tonelada) devido às baixas margens dos produtores siderúrgicos chineses no período”, avalia.
A Genial aponta que os números vieram em dinâmicas mistas uma vez que esperado, com uma receita em risca, um Ebitda inferior e lucro líquido supra do esperado.
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A mineradora Vale apurou lucro líquido aos acionistas de US$ 2,836 bilhões no terceiro trimestre deste ano, recuo de 36,3% sobre igual período do ano pretérito. Na conferência trimestral, a subida foi de 217,9%. Já a receita líquida de vendas somou US$ 10,623 bilhões no terceiro trimestre, progresso de 7% diante de o mesmo período do ano anterior e 9,8% maior na conferência com os três meses imediatamente anteriores.
Para os analistas da mansão, mesmo que o Ebitda tenha sido reportado inferior das suas projeções (-13% versus a projeção da Genial), ainda assim a Vale demonstrou recuperação nesta risca do resultado, de forma sequencial em +7,8% na base trimestral e na base anual em 11,2%.
“Acreditamos que a melhora está atrelada a (i) sazonalidade positiva para a produção, típicas dos 3Ts, que além de melhorar as vendas, e gera uma diluição de dispêndio fixo, arrefecendo o dispêndio C1 de forma sequencial. Aliás, vemos uma vez que outro componente importante para a melhora do resultado o (ii) aumento de preço do minério de ferro 62% Fe, que encorajou a Vale a substanciar o ritmo de desestocageem agora no 3T23 do volume que havia sido amontoado pelas restrições de embarques no terminal Ponta da Madeira (MA), durante o 1T23”, avalia a Genial.
O Ebitda do segmento de minério atingiu U$ 4,5 bilhões, 13% superior ao 2T23 com margem ligeiramente inferior (-0,4 ponto percentual, ou p.p., na base trimestral) devido ao maior dispêndio de frete (+7% t/t) com a maior exposição a contratos spot no período.
Já o desempenho de metais básicos foi inverso ao do minério, destaca a Eleven. Apresentou redução de 20% no Ebitda, que atingiu U$ 379 milhões devido à menor venda de níquel (-2,5% na base trimestral), piores preços (-8% frente o 2T23) e maiores custos com a menor produção. No entanto, cobre apresentou uma boa performance, com segurança de vendas e preço 12% superior no trimestre.
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De pontos negativos, Alves, da VG Research, destacamos a fraca performance operacional e a geração de caixa liquida limitada para o seu acionista, que foi compensada pelos anúncios recentes sobre remuneração do investidor (Dividendos, JCP e recompra de ações) além de uma melhora no dispêndio caixa da sua principal risca de negócio.
Visões para a ação
“Seguimos com uma visão positiva para as ações da Vale”, avalia a Eleven. Para os analistas, apesar das incertezas sobre a economia chinesa, o nível de produção siderúrgica lugar continua muito poderoso, com os setores de infraestrutura, bens de capital e construções sociais aquecidos. Aliás, ainda vê a companhia uma vez que um bom player de dividendos, seguindo assim com recomendação de compra com um preço mira de R$ 112,00. A Genial também possui recomendação de compra para os ativos VALE3, com preço-alvo de R$ 82,50.
O BBI também segue com a recomendação de compra, com target de R$ 92,00 para VALE3. “O pregão dos dividendos deve servir uma vez que uma proteção para o desempenho das ações no limitado prazo, enquanto a empresa entra em um período de sazonalidade positiva para os volumes exportados de minério de ferro”, avalia.
Já a XP segue com recomendação neutra para as ações com preço-alvo de R$ 73 dadas as expectativas mais baixas para os preços do minério de ferro no porvir e a Vale já precificar esse cenário. O Goldman Sachs também está neutro com os ADRs (American Depositary Receipts, ou recibo de ações negociados nos EUA), com preço-alvo de US$ 12,20, ou queda de 6,4% frente o fechamento da véspera.
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