‘Vamos pular que nem pipoca’

Baiana, ela sempre adorou o conjunto, que é um dos maiores do Brasil. “Os Mascarados resgata a coisa do Carnaval livre, com os foliões fantasiados ali na pipoca. E esse noção também vai para cima do palco, para o repertório, o som do Afropop da Margareth. Sempre gostei de toda essa mistura, de toda essa liberdade”, elogia.

A musicista lembra que a mãe e a mana também sempre foram fãs do conjunto. “Elas ajudavam a maquiar os foliões, eu tenho isso na minha memória. É uma sarau muito linda, e estou muito feliz de ser rainha esse ano, cá na minha terreno, com a minha família, com a minha companheira, e ver isso tudo de cima do trio, debaixo também, porque eu sou pipoca eternamente”, diverte-se.

Paixão à primeira ‘pipoca’

Nascida e criada em Paraty, no litoral sul do estado do Rio de Janeiro, Nanda Costa se apaixonou pelo Carnaval baiano há uma dez.

“Dez anos detrás vim passar o Carnaval pela primeira vez em Salvador com Lan, só que ninguém sabia porque ainda estávamos na Matrix, porquê a Lan diz, tudo era meio escondido, e fui para a pipoca, fui para o trio, vi a Lan tocar também, e me encantei com essa magia que Salvador tem, que o Carnaval tem”, recorda a atriz.

Nanda se apaixonou não só pelo Carnaval baiano, porquê também pela Bahia. “Meu paixão pela Bahia não é só uma paixão, são 10 anos que eu frequento a terreno da Lan e agora, pela primeira vez, a gente está cá com CEP porque a gente também está morando em Salvador. A gente está meio Salvador, meio Rio de Janeiro”, conta.

O invitação para reinar no conjunto veio na hora ideal. “E a gente acabou de chegar para a nossa casinha e veio esse invitação em um momento mais que privativo, porque eu me senti acolhida pela Bahia, logo minha emoção foi de verdade, aquela emoção de desabar lágrima. Estou muito feliz e muito honrada com essa coroação”, afirma.

Lan se ilumina ao falar sobre seu paixão pela folia baiana. “Sou apaixonada pelo Carnaval da Bahia desde que eu me entendo por gente. Ia para o Carnaval com as minhas tias, com a minha mãe, sempre fui fã dos blocos afro. Acompanhava os desfiles, ia para toda terça do reggae no Pelourinho, assistia aos ensaios do Olodum, o Ilê Aiyê, o trio elétrico de Armandinho, Dodô e Osmar, que eu acompanho desde rapaz e que também já tive a honra de subir e tocar com eles”, conta a musicista.

“Os Mascarados também sempre foi meu tramontana patente, meu abre alas desde o surgimento e eu acho que esse paixão pela folia já passamos para as meninas. Ontem minha mãe disse que elas, na hora de dormir, falavam: ‘não, vovó, essa música de ninar não, eu quero Carnaval'”, entrega a artista, rindo, ao falar sobre as gêmeas Kim e Tieude dois anos.

Nanda Costa também sempre curtiu o Carnaval. “Em Paraty também tem os blocos nas ruas, tem o Carnaval um pouco parecido com o da Bahia em qualquer lugar, apesar das proporções, mas sempre ia aos trios pelas ruas. E, depois que conheci o Carnaval de Salvador, fiquei alucinada de poder escoltar os trios, de ir na pipoca, de ir para um conjunto e para o outro. E é lícito poder ver de vários pontos de vista”, explica a atriz.

“Por exemplo, eu estava uma vez no trio de Armandinho, Dodô e Osmar com Lan tocando e a gente já não estava mais escondida e eu podia abraçar, beijar e essa é uma coisa do Carnaval que eu linda: as pessoas se permitem ser alegres, felizes e se jogar e dançar e colocar as suas fantasias para jogo. Às vezes dá vontade que o ano todo fosse assim, que as pessoas se sentissem mais livres para ousar, acho isso muito mágico”, elogia Nanda, confirmando que as filhas amam se divertir. “As meninas estão apaixonadas por música e sarau. Elas já acordam e perguntam: ‘mamãe, tem sarau hoje? (risos) São foliãs natas.”

Lan se derrete ao falar sobre a decisão do parelha de ter uma lar na Bahia. “Fico feliz desse movimento ter partido da Nanda. Sempre foi um sonho. Desde que eu saí de Salvador, eu sempre soube que eu ia voltar a morar cá em qualquer momento e acho que não poderia ser o melhor momento”, conta.

“Fico feliz que Nanda é apaixonada pela cidade, se sente muito cá. E as meninas já têm dendê no sangue, já têm suingue e já amam acarajé, amam tudo o que a gente patroa nessa terreno. Nanda fala que quando chega no bambuzal já fica menos ansiosa, é um portal para ela permanecer mais tranquila e diz que se sente mais formosa”, afirma a percussionista. “As meninas estão superbaianinhas”, entrega Nanda, orgulhosa.

Créditos
Fotos: Shai Andrade @sunshaii
Venustidade: Natalia Cavalcante @nc.make
Estilo: Mari Franca @marifranca_