Março 18, 2025
Volta de Trump leva onda de pessimismo à Conferência do Clima do Azerbaijão e à COP30 de Belém

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“Impacta muito nas negociações, porque os Estados Unidos são os maiores poluidores históricos do planeta, são os que mais devem nesta conta do clima e são também os que mais podem fazer nesta questão climática”, salienta. Esta não é a primeira vez que a eleição americana joga um balde de água fria sobre a Cúpula do Clima. A COP 22 de Marrakesh, no Marrocos, aconteceu logo depois da primeira vitória do bilionário, no pleito de 2016.

“Temos agora um ambiente muito mais difícil para uma COP que já estava extremamente complicada. Tem países que já não queriam fazer nada, e com uma situação dessas nos Estados Unidos, eles encontram uma desculpa perfeita”, observa Astrini.

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Impasse no financiamento

O Acordo de Paris, assinado em 2015, previa que, de 2020 a 2025, as nações industrializadas entregariam US$ 100 bilhões por ano para as em desenvolvimento – compromisso que não foi cumprido. Este ano, os 195 países devem atualizar o valor que entrará em vigor a partir de 2026 e definir por quanto tempo – além de estabelecer os critérios que serão incluídos no cálculo. O tema mais polêmico é se a base de países doadores deve ser ampliada, com a inclusão de grandes potências emergentes, como a China, em primeiro plano, mas também o Brasil.

O grupo de países mais pobres e emergentes, entretanto, chegará à cúpula determinado a rejeitar qualquer decisão neste sentido, salientou o negociador-chefe do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, André Corrêa do Lago, em briefing em Brasília. O Acordo de Paris determina que cabe às nações desenvolvidas arcarem com o custo – por serem as responsáveis históricas pela explosão das emissões de gases de efeito estufa, que causam o aquecimento do planeta. A insistência em renegociar estes termos coloca em xeque a confiança dos países em desenvolvimento no próprio tratado.

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“Eu considero essa discussão razoavelmente inútil, porque o G77 + China está absolutamente fechado em relação à possibilidade de a solução para essa discussão ser o aumento do número de países doadores. A solução é uma maior transparência de como esse dinheiro vem e como a gente vai defini-lo, e um novo número, que represente, por parte dos países desenvolvidos, a mesma convicção de que nós estamos vivendo uma urgência climática e que eles têm quando pedem as nossas NDCs [Contribuições Nacionalmente Determinadas]”, frisou o embaixador.

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