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O restauro desses mercados históricos sírios é um marco importante para um país que talvez jamais volte a ser o que era antes, já que seu território ainda segue dividido entre o governo central, em Damasco, e a república autônoma que surgiu no nordeste. Aos poucos, a Síria tenta retomar a vida, e a revitalização de parte do centro histórico de uma de suas cidades mais antigas (e segunda maior metrópole) é um grande sinal nessa direção.
Quinze anos atrás, a realidade era bem distinta. O turismo estava em alta: em 2010, o país recebeu 8,5 milhões de visitantes, uma alta de 40% em relação ao ano anterior, segundo o ministério do turismo sírio.

A cidade antiga de Aleppo, considerada patrimônio cultural da Unesco desde 1986, atraía milhares de turistas todos os dias. É uma herança e uma vocação para o comércio com 4 mil anos de história. Aleppo fica no cruzamento de velhas rotas mercantes, e ao longo do tempo foi governada por uma fileira de povos e culturas.
Hititas, assírios, acádios, gregos, romanos, omíadas, aiúbidas, mamelucos e otomanos deixaram suas marcas na cidade, que depois passou ao controle dos franceses. A Síria como nação soberana surgiu somente em 1946, numa existência que seria marcada por golpes de Estado, guerras contra Israel e intervenção no Líbano.
Segundo a Unesco, a cidade antiga é um conjunto urbano e arquitetônico coeso, marcado pela Grande Mesquita, do século 12, e vários edifícios dos séculos 16 e 17. “A monumental Cidadela de Aleppo, erguendo-se acima dos souks, mesquitas e madrassas da antiga cidade murada, é uma prova do poderio militar árabe dos séculos 12 a 14”, descreve.
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