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UM Mal quando ele envelhece, ele já está enterrado. O que deveria ser um renascimento do “Bachelor”, este reality show dos anos 2000 em que um solteiro bonito e rico deve encontrar o amor entre vinte pretendentes, acabou por precipitar a sua queda. O M6, porém, achou que havia acertado a versão “dourada” do programa, que usava exatamente o mesmo conceito, mas com candidatos trinta a quarenta anos mais velhos: o programa fez sucesso nos Estados Unidos em 2023, por que não será conosco?
Acreditámos um pouco também: um formato já bem identificado, com códigos que entraram na cultura popular (a famosa “cerimónia da rosa” em que o solteiro oferece uma flor vermelha a quem quer manter perto dele), temperado com um grão de sal de insolência geriátrica, tudo movido pela onda de nostalgia dos anos 2000 que já trouxe de volta espetáculos de vinte anos atrás.
Patatras, a rosa catódica murchou quase assim que floresceu: as duas primeiras edições, transmitidas em 18 de setembro, mal alcançaram um milhão de telespectadores (incluindo replays), depois as duas seguintes, na semana seguinte, foram ainda piores. No domínio da televisão, com intensa concorrência de todos os outros ecrãs, temos de reagir rapidamente: o M6 finalmente decidiu deixar de pagar uma semana antes do previsto, e os últimos quatro episódios foram todos transmitidos na quarta-feira, 2 de outubro.
O que aconteceu, o que não funcionou em França, quando o programa foi um fenómeno tão grande do outro lado do Atlântico que foi renovado na sua versão feminina, com “The Golden Bachelorette”? Isto provavelmente ocorre porque o programa manteve um lado de primeiro grau, suave e heteronormativo, que agrada muito mais ao público americano do que ao francês. Em vez de brincar com a diferença e realçar as particularidades da faixa etária sénior, o “Solteirão Dourado” tenta, pelo contrário, trazer o velho para os códigos dos jovens.
Absolutamente doloroso
Certamente já vimos corpos e rostos que geralmente não estão muito presentes na telinha, mas quais? Mulheres esguias e muito femininas, com maquiagem, joias e vestidos decotados e, para algumas, já passadas pela faca. Em suma, perfis que correspondem aos estereótipos dos nossos padrões de beleza e tão pouco representativos da realidade como são os seus “Anjos” mais jovens e outros “Marselheses de Ibiza”.
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