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Guerra na Ucrânia
Diante do Ocidente, Putin demonstra sua compreensão com os Brics
O presidente russo afirmou o seu desejo de unidade durante a cimeira dos Brics. Também recebeu o apoio de seus aliados, indo contra a pressão ocidental.

Também em termos de comércio internacional, Vladimir Putin pretende avançar com os seus peões.
AFP
Numa afronta ao Ocidente que quer isolá-lo desde a ofensiva na Ucrânia, o presidente russo, Vladimir Putin, demonstrou na terça-feira o seu entendimento com os países do Brics, durante a cimeira deste grupo ao qual pertencem nomeadamente a China e a Rússia.
Cyril Ramaphosa deu motivos de satisfação a Vladimir Putin, chamando a Rússia de “aliada” e “amiga valiosa”. Putin respondeu que queria “fortalecer ainda mais as relações com os países do continente africano”, onde Moscovo tem avançado os seus peões durante vários anos, em particular através da presença de grupos paramilitares como Wagner e “conselheiros” das autoridades locais.
Também em termos de comércio internacional, Vladimir Putin pretende avançar com os seus peões. Durante entrevista com a presidente brasileira do Novo Banco de Desenvolvimento, Dilma Rousseff, ele repetiu seu desejo de um aumento nas “liquidações em moedas nacionais” entre os países do Brics.
Enfrentando sanções económicas ocidentais e com os seus principais bancos excluídos da plataforma internacional de pagamentos Swift, a Rússia apela ao estabelecimento de um sistema alternativo para contrariar a hegemonia do dólar. O chefe de Estado russo reunir-se-á na quarta-feira com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan – cujo país, membro da NATO, solicitou a adesão aos BRICS – e com o presidente iraniano, Massoud Pezeshkian.
Alvo de um mandado de detenção emitido pelo Tribunal Penal Internacional em março de 2023 devido à deportação de crianças ucranianas de que Kiev acusa Moscovo (que rejeita estas acusações), Vladimir Putin está limitado nas suas viagens ao estrangeiro. Ele não participou da cúpula anterior do Brics na África do Sul em 2023.
“Mundo multipolar”
Para esta grande manifestação diplomática, o Kremlin considera “crucial” demonstrar que “existe uma alternativa à pressão ocidental (…) e que o mundo multipolar é uma realidade”, nota o analista político russo Konstantin Kalatchev. Moscovo apresenta o seu ataque à Ucrânia não como uma guerra de conquista, apesar das suas novas alegadas anexações de regiões ucranianas depois da Crimeia em 2014, mas como um conflito provocado pela hegemonismo americana.
Para os ocidentais e para o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, a Rússia está, pelo contrário, numa lógica de dominação dos seus vizinhos. A Ucrânia também estará no menu da cimeira na quinta-feira, com uma reunião anunciada pelo Kremlin entre Vladimir Putin e Antonio Guterres, o secretário-geral da ONU.
No entanto, a ONU não confirmou esta reunião, a primeira na Rússia entre os dois homens desde Abril de 2022. Com quatro membros (Brasil, Rússia, Índia, China) na sua criação em 2009, o bloco Brics juntou-se à África do Sul em 2010, tirando assim o nome das iniciais desses estados em inglês. Este ano juntaram-se a ele quatro países (Etiópia, Irão, Egipto e Emirados Árabes Unidos).
A única desvantagem é a ausência em Kazan do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, líder de facto da Arábia Saudita, o que alimenta especulações sobre possíveis dissensões entre os dois pesos pesados da energia mundial.
ATS/Myrtille Wendling
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