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A professora que prometeu o mar: a formosura de uma história essencialmente bela (***)

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Enric Auquer demonstra mais uma vez sua facilidade e talento para se movimentar em qualquer registro

Enric Auquer em um momento de 'El maestro que prometi
Enric Auquer num momento de ‘O professor que promete o mar’.MUNDO

Há histórias tal qual único significado é a formosura no seu sentido mais largo, quase platônico. O belo é o bom, o justo e o ético, não tanto o harmonioso, o útil ou, simplesmente, o aprazível. Aquele que recupera o filme A professora que prometeu o mar é, sem incerteza, um deles. Saber também que é verdade, que aconteceu e que a sua memória está guardada uma vez que um tesouro na localidade de Bauelos de Bureba, em Burgos, torna-o quase um monumento; um monumento de formosura. E sinceramente. E tristeza também. Patrícia Manancial conta o que aconteceu Antonio Benaiges, uma professora decidida a sê-lo, mais uma vez, lindamente e com todas as consequências. Correu mal para ele. Coisas da barbárie da Guerra Social, nossas.

Enrique Auquer Ele é responsável por dar-lhe vida. Estamos a poucos meses do golpe de Estado e o professor sonha que seus alunos aprendam as letras, os números, os segredos da própria vida e, aliás, vejam o mar. Isso no pretérito. No presente, Laia Costa ela interpreta a neta de um varão que foi aluno de Benaiges e que procura os sobras mortais de um ancião sumido. Font consegue costurar as duas histórias com simplicidade, com delicadeza e com muita atenção ao carinho, ao invés de exclusivamente mostrar ou denunciar, as feridas da memória.

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Digamos que o filme cresce e se fortalece na reconstrução meticulosa do ocorrido, sempre com muito desvelo para não se deixar levar pelos já inevitáveis ​​clichês que o gênero acumula. Auquer demonstra mais uma vez o seu talento e capacidade de adaptação a todos os registos. Porém, o filme hesita e, às vezes, fica recluso na secção que se passa hoje. Toda a negrume que se reflete no rosto da personagem de Laia Costa mal é explicada ou discutida. E o pior, atrapalha e tira os holofotes do que realmente importa: a imensa e triste formosura de uma história perfeita. E bonito.

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