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(CNN) – O Ministério Público francês solicitou penas de prisão e cinco anos de inabilitação política para a líder da extrema-direita Marine Le Pen, o que poderá inviabilizar a sua candidatura à presidência em 2027.
Le Pen, o seu partido Reunião Nacional (RN) e mais de 20 dos seus membros são acusados de usar dinheiro do Parlamento Europeu para pagar funcionários que realmente trabalharam para o RN em França, acusações que negam.
Depois de quase seis semanas de audiências no Tribunal Criminal de Paris, o Ministério Público francês anunciou na quarta-feira que pedia a condenação de Le Pen a cinco anos de prisão (com três anos de suspensão) e a imposição de cinco anos de inabilitação para a política.
O Ministério Público também solicitou a aplicação de uma multa de 2 milhões de euros (2,1 milhões de dólares) à RN e de 300 mil euros (316 mil dólares) à própria Le Pen.
Os procuradores também pediram que a decisão de inelegibilidade fosse proferida “com execução provisória”, o que significa que ela ocorreria imediatamente e Le Pen não poderia concorrer a novas eleições durante esse período, mesmo que fossem interpostos recursos contra a decisão do tribunal.
Em declarações aos jornalistas após a audiência, Le Pen afirmou que se tratou de um ataque à democracia e de uma tentativa do Ministério Público de a retirar da cena política: “A única coisa que interessou ao Ministério Público foi ‘Marine Le Pen’… pedindo mais uma vez a sua exclusão da vida política e privando os franceses… da possibilidade de votar em quem quiserem.”
Patrick Maisonneuve, advogado do Parlamento Europeu, disse à imprensa na quarta-feira: “Ouço frequentemente deputados eleitos do Rally Nacional, quando se trata de um roubo de 50 euros, dizer que a justiça deve ser rápida, deve ser firme, deve ser grave.”
E acrescentou: “Então, quando desviamos, porque é isso, 4,5 milhões de euros em detrimento do Parlamento Europeu, portanto dos contribuintes e em particular dos contribuintes franceses. Não vamos chorar por causa do escândalo.”
Maisonneuve disse que os promotores explicaram que não se tratava de impedir ninguém de concorrer a cargos públicos, mas sim de estabelecer que todos os cidadãos são iguais perante a lei.
Entretanto, a severidade da sentença proposta levou RN a lançar a hashtag #jesoutiensmarine (“#IamwithMarine”) no X que os responsáveis do partido usaram com uma foto dele com Le Pen.
A líder de extrema direita também recebeu apoio dos seus aliados políticos e outros. O vice-primeiro-ministro da Itália, Matteo Salvini, escreveu em
Um apoiante mais inesperado de Le Pen foi o antigo ministro do Interior francês, Gerald Darmanin, que escreveu em X que seria “profundamente chocante” se ela fosse considerada inelegível. “A luta contra a Sra. Le Pen é feita nas urnas, não em outro lugar”, acrescentou Darmanin.
Apesar do apoio, uma condenação por inelegibilidade – se confirmada pela decisão judicial – poderá ser uma péssima notícia para Le Pen, que é considerada uma das principais candidatas às próximas eleições presidenciais francesas, em 2027.
Le Pen já disputou três eleições presidenciais e em todas elas aumentou a sua percentagem de votos. Em 2012 ficou em terceiro lugar, atrás de François Hollande e Nicolas Sarkozy, com 17,9% dos votos. Perdeu então para o presidente francês Emmanuel Macron em 2017 e 2022, com 33,9% e 41,5% dos votos, respetivamente.
Macron convocou eleições antecipadas surpresa em junho, depois que seu partido foi derrotado pelo RN de Le Pen nas eleições para o Parlamento Europeu. Na votação nacional subsequente, um mês depois, o bloco de esquerda da Nova Frente Popular (NFP) conquistou o maior número de assentos, mas não o suficiente para obter a maioria absoluta. O Ensemble centrista de Macron ficou em segundo e o RN de Le Pen em terceiro.
No início, o RN esteve mais próximo do que nunca das portas do poder, mas depois ficou frustrado principalmente porque dezenas de candidatos de esquerda e centristas desistiram do segundo turno das eleições, numa tentativa estratégica de evitar a divisão dos votos.
O parlamento indeciso levou a meses de impasse antes de Macron finalmente revelar o seu gabinete em Setembro, com uma notável mudança para a direita.
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