Um máxima indiscutível do comportamento humano é que você se acostuma rapidamente com as coisas boas, dando-lhes normalidade instantaneamente, uma vez que se fossem rotina, e criando um vazio profundo quando elas desaparecem.
Albacete Balompié já se habituou a viver noites mágicas em morada. Já se acostumaram a ter mais de dez milénio malucos nas arquibancadas e já se acostumaram a vencer em morada. E não há zero de rotineiro nisso. É um trabalho uniforme, incansável e altruísta.
O que os fãs também se acostumaram são as partidas elétricas. Belmonte volta-se para o campo rival. Onze no green e cada vez mais nas arquibancadas. Uma vez que uma broca que vai mais fundo, insiste e deixa marca até quebrar a pedra. E hoje foi um grande marco.
Com um toque e uma cabeçada, o Albacete ficou na frente do gol rival. Escriche, Juanma, Quiles ou Fuster tentaram a sorte. Mas na noite que caía sobre Albacete naquele momento ele pediu magia e Fuster deu-lha. Um jogador no auge que marcou um gol para proteger em vídeo.
O ’10’ pegou a esfera, olhou para o gol rival com a audácia de quem só tem olho para a rede e chutou em lugar inalcançável. 1-0 e Belmonte levitava com o seu mágico. Mas a equipa não evitou a esfera, procurou a segunda travando os ataques andorranos, uma equipa com bom estabilidade e melhor controlo.
Mas Albacete estava fora de controle. Tanto que o lateral canhoto, depois tentar marcar de rabona, entrou novamente na espaço rival para inflectir a vantagem.
O segundo tempo foi entusiasmado e emocionante. Uma roleta de emoções em que, apesar de tolerar um golo, o Albacete levou o pote. E ele fez isso com fogos de artifício finais. Nos acréscimos, uma vez que no Santander, Higinio encontrou a porta e empatou com um laço uma vitória que é um presente para toda a família Albacetista.