O Brasil nunca havia perdido um jogo em moradia nas eliminatórias para a Despensa do Mundo até a noite em que Nicolás Otamendi subiu aos céus do Maracaná para mudar a história. A Argentina, que continua vivendo em lua de mel regular, conquistou pela segunda vez consecutiva o templo mais elevado do Rio, porquê fez na final da Despensa América 2021, e acentua a crise do pentacampeão mundial, que acumulou três derrotas seguidas e quatro jogos sem vencer.

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Alisson, Gabriel (Joelinton, 72 min), Marquinhos (Nino, 45 min), Carlos Augusto, Emerson, Raphinha (Endrick, 71 min), Rodrygo, Bruno Guimarães (Douglas Luiz, 77 min), André, Martinelli (Raphael Veiga, 77 min.) e Gabriel Jesus
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Emiliano Martínez, Cristian Romero, Otamendi, Marcos Acuña (Tagliafico, min. 65), Nahuel Molina, Alexis Mac Allister, De Paul, Giovani Lo Celso (Nicolás González, min. 70), Enzo Fernández (Paredes, min. 70), Julián Álvarez (Lautaro Martínez, min. 77) e Messi (Di María, min. 77)
Metas 0-1min. 63: Otamendi.
Perito Piero Maza
Cartões amarelos Gabriel Jesus (5 minutos), Raphinha (14 minutos) e Carlos Augusto (33 minutos)
cartões vermelhos Joelinton (mín. 81)
Antes de a globo rolar, as forças de segurança tiveram que intervir na extremidade sul do estádio para impedir um incidente entre torcedores. Em seguida serem cantados os hinos dos dois países, houve um confronto nas arquibancadas entre torcedores dos dois times, o que levou à mediação da Polícia Militar Brasileira, que reprimiu os torcedores, em sua maioria argentinos. Cadeiras voaram e bastões foram levados para passear. A situação se agravou a tal ponto que a seleção argentina, comandada por Lionel Messi, tentou uma mediação para acalmar os ânimos até determinar se retirar para o vestiário. O jogo foi suspenso e começou meia hora depois.
A tensão nas arquibancadas foi transferida para o campo e os primeiros minutos de jogo foram desprovidos de futebol. À intensidade habitual de um clássico sul-americano somaram-se os ocasionais desarmes com o calcanhar para cima e alguns tapas na rostro de Rodrigo de Paul, inclusive um que quase custou a expulsão de Gabriel Jesús.
Em seguida as múltiplas interrupções no início, a Argentina foi a primeira a mostrar a intenção de jogar. Através de Marcos Acuña, uma das duas mudanças que Lionel Scaloni apresentou em relação à partida contra o Uruguai, a equipe albiceleste começou a encontrar profundidade na lateral esquerda. O lateral apareceu de surpresa e encontrou posições centrais, aproveitando as costas de Emerson Royal, que foi atraído para dentro por Mac Allister, falso meio-campista esquerdo no 4-4-2 prateado.
A formação foi outra surpresa de Scaloni. Ao contrário do que se viu diante da seleção uruguaia, partida em que a Argentina estreou com o ponta Nico González próximo à fileira, agora Lo Celso e o próprio Mac Allister, jogadores do interno, foram os jogadores mais abertos na risca do meio-campo. Oriente ajuste deu asas aos laterais albiceleste, que tiveram um bom início, mas deixaram de ser produtivos a ponto de Raphinha e Martinelli começarem a amarrá-los em tarefas defensivas.
O Brasil se fortaleceu no final do primeiro semestre por meio de uma pressão efetiva, que ofereceu ao canarinha a possibilidade de restaurar a globo em zonas mais altas do campo e intimidar a partir daí. Porém, a ofensiva verdejante e amarela, comandada pelo tímido Rodrygo, que vestia a camisa dez do lesionado Neymar, gerou poucas preocupações em relação ao gol de Emiliano Martínez.

Andre Coelho (EFE)
O domínio brasílico foi retomado no segundo tempo, com maior participação de Raphinha, que reuniu rivais e fez boa dupla com Gabriel Jesús. O atacante do Arsenal também voltou do vestiário mais ligado e esteve perto de furar o placar depois grande jogada individual em que se afastou de dois adversários, mas que foi extinta nas mãos do Empate.
A Argentina tentou transpor rapidamente, mas com pouco sucesso. Até que uma dessas chicotadas, em que se procurava o solitário Julián Álvarez, terminou com um escanteio em prol em que a roteiro do canarinha. Giovani Lo Celso acertou o saque que Otamendi acertou segundos depois para vencer Alisson e silenciar o Maracaná, fortaleza cada vez mais acostumada a acontecimentos traumáticos.
O final da partida não foi o que a torcida brasileira esperava, cujos representantes em campo nunca conseguiram colocar em apuros o gol rival. A ineficácia ofensiva levou à frustração materializada na agressão de Joelinton sobre De Paul, a dez minutos do final. O futebolista do Newcastle, que estava em campo há pouco tempo, deixou a sua equipa com um a menos e acabou com qualquer oportunidade de evitar a tragédia verdejante e amarela. Não era o jogo de Messi, substituído por Di María no final, mas a sua equipa também não precisava dele.
Com esse resultado, aproximam-se dias de alegria na Argentina e muitas perguntas a serem respondidas no Brasil, que há cinco semanas ainda mantinha uma surpreendente sequência de 37 jogos sem perder nas eliminatórias. Agora, o time comandado por Fernando Diniz soma três derrotas seguidas.
O treinador, recentemente coroado na Despensa Libertadores pelo Fluminense, teve que mourejar com as lesões de seus melhores jogadores, porquê Neymar, Vinícius ou Casemiro, mas isso não o impedirá de comparecer na foto de um daqueles episódios que costumam ter repercussões. O ataque prateado deixa a federação brasileira, que confia no desembarque de Carlo Ancelotti em Copacabana no próximo verão, com a incerteza se continua apostando no mineiro ou se procura outro para assumir o controle enquanto chega o esperado conforto de Madri.
Lionel Scaloni: “Esta equipa precisa de um bom treinador”
Ao final da partida, o técnico Lionel Scaloni falou sobre seu porvir incerto. “Uma coisa importante que quero expressar. Agora quero parar a globo, há muitas coisas em que pensar neste momento. “Esses jogadores deram muito para toda a percentagem técnica e preciso pensar muito no que vou fazer”, disse ele em declarações coletadas pelo site ESPN.
O ex-jogador deixou simples que “não é um adeus, nem zero mais”. E acrescentou: “Mas preciso pensar porque a fasquia é muito subida. É difícil continuar, continuar vencendo e esses caras dificultam. Contarei ao presidente e aos jogadores mais tarde. “Esta equipe precisa de um treinador que tenha toda a robustez provável e que esteja muito.”
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