Nos últimos anos não omissão, a mesma rotina. Primeiro a preguiça (de novo?), depois o exaltação contagiante à medida que o Dia D se aproxima e as canções dos feitos proclamam mais uma vez heroísmos sobrenaturais (que coisas: em Madrid, ao que parece, A noite foi a segunda, rigorosamente em que quase não houve sequer uma caneta fazendo anotações) e, por termo, o mesmo de sempre: dedicação absoluta, transbordamento emocional e pegue meu moeda e faça com ele o que quiser.
Tres horas? E por que não quatro? Ou cinco? Poucos teriam protestado, honestamente. Totalidade, até quando Bruce Springsteen Despediu-se com ‘I’ll See You In My Dreams’ (uma promessa? Um libido?) depois de lançar suas boas trinta músicas e desapareceu uma vez que se fosse engolido pelos túneis do Estadi Olímpic Lluís Companys, o metrô já havia baixado a cortinado e dezenas de milhares de pessoas tiveram que usar a imaginação para voltar para moradia. Portanto ‘I Don’t Want to Go Home’ de Southside Johnny na ponta da língua e das pernas, por que eu te senhoril.
Mas cá vamos nós. Springsteen no Estádio Olímpico. O maior espetáculo do mundo. Ou Taylor Swift para os boomers, dependendo de para quem você perguntar. Bruce e a E Street Band em Barcelona. Zona amigável. Terreno conquistada desde 1981 à qual regressa de vez em quando para renovar o seu procuração, sublimar o concerto de rock uma vez que (cada vez mais) uma heróica prova de resistência física e emocional e, finalmente, abraçar à intervalo os seus fiéis. Poder, carisma e rock and roll. O mesmo de sempre, sim, só que com um perceptível olência de despedida. No final do ciclo.
Foi assim no ano pretérito, quando fez do início da excursão europeia uma espécie de luta à intervalo contra a sorte do direcção, e assim é novamente no revinda à cidade com mais dois concertos. Detrás deles, o repercussão lendário de três noites no Metropolitano de Madrid e de algumas datas canceladas por problemas vocais. Avante, pouco mais de três horas para provar o quão perceptível (ou falso) estava aquele prodigioso trinta anos que há unicamente quatro décadas deixou escrito e gravado o de «muito, agora os rostos jovens ficam tristes e velhos / e os corações de queima esfriam / juramos irmãos de sangue contra o vento / agora estou pronto para voltar a ser jovem».
E sim, uma vez que em Madrid, começou a suportar: ‘Dia Solitário’, No primeiro da noite, ele apareceu com a voz embargada e a gorgomilos no limite. Oh. Springsteen fechou os olhos, mas isso não aconteceu. O mesmo ou semelhante com ‘Meu paixão não vai te decepcionar’. Mas se você tem escudeiros uma vez que os de Novidade Jersey, é justamente para isso: para que Steve Van Zandt e Nils Lofgren lancem faíscas ao seu volta, Jake Clemons lhe dá impulso com seu saxofone e a bateria imperial de Max Weinberg, predilecto indiscutível, desabar em uma estrela e atropelar ‘Me proteja’, primeira data daquele ‘Born In The USA’ que já completa quarenta anos. Porque a voz dele pode falhar, sim, mas não a margem. Isso nunca.
O aquecimento começou a funcionar e ‘Radio Nowhere’ já soava uma vez que deveria. Ou seja: um hino menor potencializado pelo meio envolvente e por uma margem que é seguro de vida. Uma locomotiva que chega tocando ao contingência, com todos os músicos andando em carrinhos de golfe uma vez que pacíficos aposentados da Flórida, mas que logo se rende à alegria do soul & rock, à serpente elétrica. Que momento maravilhoso, toda a fúria das trombetas e da raiva da Telecaster, quando depois de meia hora o ‘Sementes’ da cartola e a confraria foi totalidade!
Horas antes do show, Van Zandt, ‘consigliere’ de Springsteen e base da E Street Band, fugiu para uma escola em Sant Cugat del Vallés para ver em primeira mão uma vez que o programa ‘Teach Rock’ que atravessa sua instalação e que defende a incorporação a história da música popular no sistema educacional. «Beyoncé pode levar você ao som de Detroit, e de Detroit ao gospel. Isso faz com que se interessem pela forma uma vez que surgiram os movimentos pelos direitos civis e qual o papel que desempenharam nos Estados Unidos”, exemplificou Little Steven perante alguns estudantes boquiabertos.
No palco, porém, não havia premência de dar tantas voltas: a prática sobrepujava a teoria, enquanto ‘Sem rendição’ mudou a rosto e a velocidade do primeiro trecho da noite («aprendemos mais com um disco de três minutos, querido / Do que aprendemos na escola», cantou Springsteen), ‘Ghosts’ mostrou que você poderia excitar o público com uma música de anteontem, e ‘Darkenss On The Edged Of Town’ chegou muito a tempo de tornar a noite épica.
De ‘Missiva para você’, No seu último álbum, recuperou também ‘The Power Of Prayer’, um olhar nostálgico ao pretérito e uma porta de ingresso para o primeiro grande orgasmo da noite: o torrencial ‘The Promised Land’, com centenas de milhares de braços balançando ao som da gaita e do proverbial sax de Jake Clemons; e ‘Hungry Heart’ sufocando gargantas e incendiando corações.
Aos 74 anos, Springsteen agora mede cada esforço e dosa sua vigor, mas lá estava ele, andando de um lado para o outro na primeira fileira e colocando as 58 milénio pessoas que lotaram o estádio no minúsculo bolso de seu colete preto. Foi nessa estação que o show virou sarau. Um festival. Era hora de divertir um pouco com o público com ‘Waitin’ On a Sunny Day’, deixar o microfone para uma rapaz da plateia trovar (ruim, terrível, mas e daí?) e, por termo, comemorar o mais amigável e ensolarado pedra.
Em missa e vibrante, ‘My Hometown’ e ‘The River’ traziam calma e ritual: com o nó da gravata aparecendo por cima do colete, Springsteen parecia um velho pregador, um varão de fé que procurava respostas não no firmamento, mas na imensidão de lanternas móveis que se abriam aos seus pés. O Sermão da Serra (de Motjuïc) com invocações a Marvin Gaye e Jackie Wilson no aveludado ‘Nightshift’ e a lua subindo supra do palco para transformar ‘Last Man Standing’ em um cartão postal, uma epístola de paixão para seu companheiro George Theiss e sua primeira margem, The Castiles. «O luto zero mais é do que o preço que pagamos por amar alguém», disse. E ali, por alguma razão, a sua voz não vacilou.
Mais madeira: ‘ruas secundárias’, um tanto manco em sua imensidão, mas com um imponente Roy Bittan ao piano; Lofgren queimando (para sempre) o vulcânico ‘ Because The Night’; o uivo de ‘I’m On Fire’ derretendo-se no crescendo infinito de ‘She’s The One’; ‘Wrecking Ball’ agitando a pulsação e ativando o turbilhão emocional; ‘The Rising’ se desenrolando homérico eufórico… E, de repente, ‘Ermo’, com o público derretendo-se numa fideuà de prazer, eletricidade robusta e braços no ar.
Vigarista ‘Estrada do Trovão’, Taj Mahal do rock homérico e romantismo inflamado, silêncio mortal quase pela primeira vez durante toda a noite. Braço nas costas do vizinho e o milionésimo nó no estômago. Quase uma vez que numa coreografia, o “oh-oh, venha pegar minha mão / cavalgando esta noite para investigar a terreno prometida» e lá estava Springsteen novamente, no poço, deixando-se amar e abraçar. Pegando seu público pela mão e levando-o uma vez para uma terreno prometida de sonhos e rock and roll.
Os rostos envelheceram e os corações de queima estão começando a esfriar, sim, mas ainda há alguma coisa ali que continua a queimar por dentro. Foi ainda mais perceptível nos encores, uma sarau gigante sem trégua: ‘Born In The USA’, ‘Born To Run’, ‘Bobby Jean’, ‘Dancing In The Dark’ e o glorioso wind jam com ‘Tenth Avenue Freeze- Fora’, devotado ao lamentado Clarence Clemons. Louco, sim. E com a matinada jocosa de ‘Twist & Shout’ e ‘Rockin’ All Over The World’ uma vez que a cereja do bolo. E com todas as luzes acesas. Faça com que pareça bom. E deixe insistir. Supra de tudo, dura. Teremos tempo para sentir falta dele.