Ópera de Paris, 19 de dezembro de 1958. O sítio, lotado, aguarda ansiosamente a estreia naquele palco de a grande diva Maria Callas. Entre o público você pode ver rostos conhecidos porquê Jean Cocteau, o Duque e a Duquesa de Windsor, Charles Chaplin, o presidente gaulês René Coty e Brigitte Bardot, entre outros.
Um imponente Callas, usando joias no valor de um milhão de dólares, aparece em cena. O que acontece a seguir é a história da ópera. O artista oferece um de seus shows mais icônicostransmitido pela Eurovisão para mais de 30 milhões de lares.

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RR
Embora o concerto lendário tenha sido gravado, nenhum filme foi preservado. Mas o eventualidade (coligado à curiosidade e à paixão por Callas) desempenhou o seu papel muitos anos depois. O cineasta gaulês Tom Volf, idólatra da soprano, dedicou grande secção de sua vida à procura de ouro na areia dos arquivos disponíveis. Já podíamos ver o fruto dessa procura em 2017, quando viu a luz seu documentário ‘Maria by Callas’, onde o testemunha pôde gozar de material audiovisual inédito sobre a cantora.
Mas a cereja do bolo veio em 2021, quando Volf descobriu alguns pergaminhos abandonados em um porão em Atenas. Foi o filme que continha a gravação daquela lendária performance em Paris em 1958. Maria Callas o guardou, mas ficou perdido durante décadas. Volf acabara de encontrar um tesouro digno de ser mostrado ao mundo hoje.
Oriente sábado, 2 de dezembro, marca o centenário do promanação de Maria Callas. O momento é perfeito para o filme ‘Callas-Paris, 1958’ servir porquê uma grande homenagem. Restaurado a partir das bobinas originais de 16 mm, mostrará pela primeira vez o lendário concerto em cores, que será exibido esta noite, exclusivamente, em solução 4K Ultra HD e som Dolby Atmos, em 60 cinemas espanhóis e em outros 50 países. .
A relação de Callas com a França foi idílica. O país gaulês tornou-se seu e foi o sítio onde a soprano viveu os últimos dias da sua vida. Aquele concerto de 1958 foi uma espécie de fogo-de-artifício final da sua era mais dourada que deu lugar a outra mais complicada. As suas experiências amorosas negativas com Aristóteles Onassis começaram alguns meses depois, um pouco que afetou o seu humor e a sua voz, consequências que o público espanhol testemunhou. Foram poucas as ocasiões em que a diva grega se encantou com a sua presença no nosso país. A recepção na Espanha não foi a esperada para uma estrela do seu porte.
Estreia difícil para Callas em Barcelona
Em 4 de maio de 1959, Maria Callas chegou ao aeroporto El Prat acompanhada do marido, Giovanni Battista Meneghini, um rico industrial de construção com quem ela se casou dez anos antes, muito porquê sua professora de quina e descobridora, a aragonesa Elvira Hidalgo, e a temida jornalista de fofocas americana Elsa Maxwell. Oriente último gabar-se-ia, anos mais tarde, de ter apresentado Callas e Aristóteles Onassis. O caso de paixão entre os dois foi o motivo do rompimento de Callas com Giovanni Battista Meneghini naquele mesmo ano, poucos meses em seguida a apresentação do cantor em Barcelona. Foi também o início do declínio pessoal e profissional da diva. Seu humor e voz desapareceram quando ele Seu caso de paixão com Onassis tornou-se uma tragédia grega.
Callas foi recebido ao pé da quadra com um lindo buquê de gardênias. O tenor Alfredo Kraus foi um dos presentes naquele momento.
A soprano hospedou-se no hotel Ritz e, segundo a prensa da estação, no dia seguinte recebeu uma recepção “cordial e calorosa” do público. Mas a verdade é que não foi um concerto fácil para a estrela da ópera. O paixão do Barcelona pela voz da soprano Renata Tebaldi, grande rival profissional de Callas, era mais que sabido. A sua relação com o Barcelona era idílica e ela era considerada a verdadeira rainha do Liceu. Isto, juntamente com o proeminente dispêndio dos bilhetes, porquê consequência do proeminente prestígio do heleno, tornou o público insensível em relação a Callas. Alguns críticos ousaram declarar que o destaque de sua atuação não era sua voz, mas seu prestígio.
Mas Callas era Callas, e na segunda secção do concerto conseguiu encantar a todos com a sua voz.
Bilbao e o início com Onassis
Em 17 de setembro de 1959, foi planejado a grande atuação de Maria Callas no Coliseu de Albia, o templo do bel quina em Bilbao. Poucos dias antes, havia sido divulgada a notícia do caso amoroso da soprano com Onassis. Foram dias sentimentalmente turbulentos para o artista, cuja vida estava na boca de todos.
O escândalo não impediu que o avião privado de Onassis com Callas a bordo aterrissasse em Bilbao no dia 17 de setembro. Ela o engravidou? Nunca saberemos. Numerosas biografias indicam que naqueles meses ele estava. Todas estas circunstâncias podem ter causado o nervosismo que Callas demonstrou em Bilbao.
Vestida com um casaco azul e com a cabeça meio coberta por um lenço vermelho, ela desceu as escadas ao lado de dois fortes guarda-costas que a Associação de Amigos da Ópera de Bilbao havia contratado em um ginásio sítio para proteger a diva. Ela se hospedou no Carlton Hotel, tal qual salão estava lotado de jornalistas, fãs e curiosos ansiosos para ver Callas pessoalmente.
À noite, ele subia ao palco vestido de branco radiante. De novo, O público em nosso país foi insensível com ela, apesar da mansão enxurro. e a grande expectativa que sua atuação gerou. O concerto foi limitado e um pouco decepcionante para quem o conhece, que detectou problemas na sua voz que alguns responsáveis pelo caso atribuíram a nervosismo e desconforto brônquico.
Callas deixou o sítio visivelmente nervoso., pela porta dos fundos e sem atender à mídia. Mesmo assim, não faltaram admiradores que, ao tentarem tocá-la, arranharam seu vestido. Naquela mesma noite ele deixou Bilbao.
Maria Callas nunca encontrou em Onassis o paixão que desejava receber. O relacionamento deles era tempestuoso e suas infidelidades eram constantes. Tranquilizantes e antidepressivos começaram a se instalar na rotina de uma cantora que, aos poucos, se retirou de cena.
A sombra de Callas, em Madrid
Em 20 de outubro de 1968, Onassis casou-se com Jackie Kennedy.
Talado, Callas tentou renascer no palco alguns anos depois. Ele fez isso de mãos dadas com seu colega e companheiro inseparável, o tenor Giuseppe di Stefano, em quem se refugiou nos seus piores momentos. Di Stefano consolou e encorajou Callas. Com ele passou dias de folga e desconexão em Sotogrande e foi ele quem propôs que ela o acompanhasse numa viagem internacional, uma espécie de viagem de despedida pelos EUA, Japão e Europa, dentro da qual ofereceram um concerto beneficente no Palácio de Exposições e Congressos de Madrid, em 20 de novembro de 1973. A voz de Callas já estava quebrada pela tristeza e pelas drogas acumuladas em seu corpo. O público estava prudente, mas seduzido com os vislumbres de genialidade que emergiam porquê ecos do pretérito glorioso. Um segundo deles valia ouro.
No ano seguinte, em 1974, Callas voltou a pisar em Barcelona, desta vez incógnito, por ocasião da gravação de um álbum de Guiseppe di Stefano com Montserrat Caballé. A presença dela ali, por motivos não profissionais, gerou rumores de um provável caso entre o tenor e ela, que nenhum dos dois não confirmou.
Três anos depois, em 17 de setembro de 1977, a grande Maria Callas foi encontrada morta em sua mansão parisiense. A versão solene garantiu que a morte se deveu a uma “crise cardíaca”. Extraoficialmente, a hipótese de suicídio foi levantada.