Outubro 18, 2024
Elsa Llorente, ser e estar |  Comunicação e Mídia
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Elsa Llorente, ser e estar | Comunicação e Mídia #ÚltimasNotícias

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A vida acontece de tal maneira que pode passar por você sem que você tenha a sensação de ter estado ali. É assim que o tempo difere contador e o vivido, tornando a longevidade uma mera ilusão matemática. Elsa Llorente, jornalista da Cadena SER, responsável pela informação laboral, morreu na noite de quarta-feira aos 43 anos. O relógio avançou e o câncer a levou cedo demais. Quando alguém morre, presumimos que ele se foi. Mas quem soube ser, como ela, permanece.

Formada em Jornalismo pela Universidade Complutense de Madrid, Elsa começou a trabalhar na televisão. Telemadrid, CNN+ e La Sexta —onde trabalhou durante 13 anos— atestavam uma constante ebulição de que só a chamada da SER, em 2022, poderia tirá-lo das câmeras e apresentá-lo ao rádio. Certamente o melhor local para a sua expansão continuar. Iago, seu marido; Manuel e Cláudia, seus dois filhos; Lídia, sua irmã; e seus pais sempre foram seus melhores exclusivos.

Ele pousou entre os jornalistas do trabalho no meio de um vulcão. Mesas de negociação que emanavam lava informacional capaz de moldar o tempo à vontade, a ponto de transformar a espera em terreno de conhecimento pessoal. Uma arte na qual Elsa não tinha rival. Nem quando havia perguntas sem resposta, detalhes que pareciam novos, estatísticas enganosas capazes de alterar a realidade. Você sabia que não estava sozinho. Que o medo dela era seu, e isso não iria impedi-la de forma alguma.

O microfone canalizou todo o seu poder. Os capacetes lutaram para conter um impulso transbordante que o gravador guardou sem questionar. O local, o palco ou a pessoa interrogada não importavam. Elsa era jornalista e fazia jornalismo. E o melhor de tudo é que ele te levou pela mão até a primeira fila, a centímetros do protagonista. No centro das notícias. Na rua, sorrindo.

Uma noite fria com alguma chuva, o trabalho Fomos chamados para jantar. A primeira vez de Elsa, pelo que me lembro. As fichas organizadoras do evento nos colocaram frente a frente. Falamos da cova, claro, mas do tempo necessário. Havia outras coisas muito mais interessantes. O trabalho permite que você viva dele ou para ele. E o jornalismo é um doce que não se desgasta. Mas pode ser amargo, a menos que seja partilhado. E Elsa parecia saber quando a doçura desaparece e ela não deixou aquele gosto chegar até você.

Comemos, cantamos e até dançamos. Porque éramos os mesmos de sempre, fora do nosso ambiente, mas sentindo a mesma conexão que no meio de uma sala de imprensa. Lugares que sempre parecem frios, a menos que haja pessoas radiantes ao seu redor.

O escrutínio do mercado de trabalho baseia-se na análise de uma multiplicidade de dados. Números atrás dos quais, na maioria das vezes, as pessoas se escondem, cada uma delas com uma história para contar; e na maioria das vezes, muito mais interessantes do que o título sob o qual são encontrados. Um foco que Elsa sempre soube para onde direcionar.

Saber ser, saber ser, saber ver. Obrigado por tudo, parceiro.

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