A sarau da Democracia, aquela de que nos contaram na nossa puerícia, que iria iniciar quando todos fossem racionais e educados, e os espanhóis acabassem com os velhos ódios da guerra, e começassem a pensar em trabalhar juntos, e em compartilhar projetos… mesmo que cada um tivesse suas diferenças… aceitando sempre o ponto de vista do outro.
Essa sarau parece ter completado, e agora começa a sarau das redes sociais e das fake news, naquele suposto ultraliberalismo, ou anarcocapitalismo, que quem o defende não sabe muito muito o que é, mas que é alguma coisa porquê dominação. inteiro dos ‘mercados’, quem tem mais numerário, ou mais controle na mídia… O que equivale à lei do mais possante de toda a vida, vamos lá. E cada um por si.
Imaginem naquela Talavera que papel podemos desempenhar nós, pessoas que sonhamos com a Tranquilidade, com as utopias pragmáticas, com a Solidariedade… se for o mundo bruto onde cada um vai desmandar do poder que tem, para tentar silenciar o outro, para esmigalhar verdades com aquela teoria de ‘pós-verdade’, de que não temos que respeitar a verdade ou a lógica, mas simplesmente gritar mais elevado.
Poderíamos partir porquê o rei Amadeo, fartos das lutas absurdas e internas e da irracionalidade hispânica, mas não temos outra pátria.
Poderíamos deixar-nos levar pelo confortável sistema bipartidário enquanto ele insistir, mas essa vida política não vale a pena ser vivida.
O que fazer portanto?
Imagine que também em Talavera a sarau de 78 acabou e temos que reiniciar, repensar muitas coisas.