Março 18, 2025
«Já nos correu muito, o Sporting somos nós»

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Item de opinião

09 de junho de 2024 . Atualizado às 10h49.

O Sporting é tudo. O Sporting está 4-1 frente ao Barça com três golos de Quini e um de Ferrero. Entrando no El Molinón com Ángel, papai e mamãe para ver os últimos minutos, quando as portas se abriram. «Pai, a loira é Maceda ou Tocornal?» O Sporting é uma Alemanha 1 – Áustria 0, o Molinón era o meio do mundo e caímos na posteridade. O Sporting é Alejandro Bayón, que nunca me censurou por o ter ignorado no cineclube dos Capuchinhos e ter ido com o Dani ao Molinón. O Sporting é o Dani em 1986: penduravam-nos os cartões ao pescoço com uma manante para não os perdermos. Tínhamos 12 e 10 anos, mordemos a maçã vermelha e branca e nunca mais quisemos testar mais zero.

Ficamos muito felizes. Éramos pirralhos, mas ficámos no fundo, toda a arquibancada em pé, apoiados num corrimão para não sermos esmagados pelas avalanches. A primeira secção para o extremo sul, a segunda para as Pilhas. Nômades transumantes, Juan Cueto nos chamou em um livro, que seguimos Enzo Ferrero. Vaqueiros de elevação que se contentaram em ver o golo que o Sporting atacava. Atentos ao sorteio dos capitães, partíamos rumo ao setentrião caso a moeda tivesse favorecido o rival e a situação se invertesse.

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Quini e Ferrero saíram, Villa e Narciso chegaram. Felipe Miñanbres, Juanma. Eu gostava dele porque era de Luanco, mas porquê no fundo era exangue, era branco da putaria do Jorge Gimeno, que conhecia minhas dores. Nunca deixamos de ser amigos. O Sporting é Ablanedo a contorcer-se no solo em seguida chuto de Hugo Sánchez. Agarrados à murado verdejante enferrujada descobrimos que o mundo é um lugar perigoso onde os bandidos sempre vencem. O Sporting é Aníbal, que veio de Los Barrios ver o Madrid com todos os Moranes e que continua a vir com Hugo. Agora chegaram ao Sporting.

O Sporting é a melhor sala de lição do mundo. Terceiro ano do BUP no Piles Institute. No vez da tarde, as luzes acenderam mal escureceu e as pessoas começaram a chegar. O Sporting é o Edu. Jordi, Chubi, Buján. Quando o 5-5 para o Madrid na Despensa acabamos perdendo por 0-3. Na volta fomos ao Bernabéu com o clube La Fueya, o mais velho, e marcaram 4 para nós.

Luhovy, Iordanovy, Nilsson. Luis Enrique e Manjarín. Juanele e Villa. Avelino e Carmona Méndez.

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Com o Edu e o Dani fomos para Logroño e o Luhovy marcou. Dormimos em Miranda de Ebro e acabamos conhecendo uma vinícola em Haro com Pepín Braña. Não fomos a Istambul nem ao assalto de Berlusconi, Sachi e Ancelotti em Milão. Voltamos muitas vezes ao Bernabéu. E para Camp Nou e Sardinero e Pucela. E para Cádiz com Fernandisco. E para o Eibar quando Marcelino e Rodado. Eles colocaram nós três em Jaén e voltamos para La Virgen del Camino. Alguns para Gijón, eu para a Galiza. Fomos para Castellón, com Paul e Jordi, ambos meio meringones. Paul, de Bruxelas, há décadas pagando a conta religiosamente. Edu das Ilhas Canárias. E o Alavés marcou um gol. Quase morremos de indiferente, assim porquê Cholo Juvacho. Fomos com Manolo Preciado à partida de reparação. E nunca nasceu um torcedor de futebol que conhecesse tanta felicidade, Gooooooal de De las Cuevas!

Riazor, Lugo, Ponferrada, Ferrol, Pontevedra, Ourense…

No Sporting estão Isa, Paloma e Sala. Júlia e Mara. Maria, Pablo e Martin. O Sporting somos nós, droga.

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Assobiamos para José Fernández na fatídica Plenário Universal de La Estádio. Fui a Londres na fatídica temporada de 1998, quando éramos motivo de motejo na Europa. Depois Perillo. Portanto Luz. A luz é tudo e é o Sporting também.

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Os Fernández também são do Sporting. E aqueles que estudaram conosco, nós fazemos o cabelo há 50 anos, e eles ainda estão na Grada Jovem. E ele vende ingressos para eles. E os políticos fartón e outros prefeitos e populistas. E aqueles que alimentaram na manjedoura e gostariam de continuar mesmo que seguíssemos o caminho do Recreativo, do Hércules, do Salamanca ou de tantos outros clubes tão históricos porquê o nosso ou mais. É cativante ver porquê descobrem, mais de trinta anos depois, que o Real Sporting de Gijón SAD não é deles. Nem mesmo seus amigos. Eles também são do Sporting. E aqueles que decidiram continuar pagando a conta apesar de tudo. E nós que decidimos continuar pagando a conta à intervalo, exceto em alguns anos em que nosso estômago dizia “chega de numerário de Fernández”.

E Lorita. E Côte. Sporting é Côte. Seu retorno, sua luva esquerda. Esse farol moral, essa demanda por um bairro da classe trabalhadora. Que “não vão passar” com quem veste preto e com a máfia que não existe mais. Deitado de bruços naquela grama mais uma vez imaculada. Cobrindo as lágrimas por desculpa daquele maldito gol contra o Eibar que nos deixou loucos. O Sporting é o Cote e aqueles que estão loucos da cabeça e foram para a Elda.

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Porque somos todos Sporting. E vai finalizar muito para nós. Já deu visível para nós. Está indo melhor para nós e merecemos finalmente assestar as coisas de uma vez por todas.

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