Oito membros do executivo votaram contra a expulsão do deputado, que passará a não-inscrito
BARCELONA, 29 (EUROPA PRESS)
A direção do Junts aprovou a expulsão da parlamentar Cristina Casol do grupo parlamentar posteriormente a sua denúncia de alegado assédio de género, e agora será o grupo parlamentar quem deverá executar esta decisão.
A solução foi tomada esta segunda-feira numa tensa reunião do executivo do partido, que começou às 10h00 e à qual Casol chegou sozinho 20 minutos depois.
No executivo, foi colocada em votação a possibilidade de expulsá-la e, por “maioria” – exclusivamente 8 votos contra os 23 membros do órgão – venceram aqueles que defenderam esta opção, segundo fontes conhecedoras da Europa. Prensa. .
Esta decisão foi tomada depois de Casol ter denunciado o grupo Junts por alegado assédio ao Gabinete para a Paridade do Parlamento, que delegou a investigação a uma empresa externa.
O relatório desta empresa externa concluiu que não havia factos comprovados – literalmente – na denúncia de assédio de Casol, mas descreveu uma atmosfera de tensão e trabalho no grupo “onde o machismo cultural está enraizado”.
Afirma ainda que há situações de tensão interna na formação e que existe “uma base fortemente patriarcal”, entre outros aspectos.
NÃO ANEXADO
Casol já havia informado o secretário-geral de Junts, Jordi Turull, e o presidente do grupo parlamentar, Albert Batet, que não entregará a sua ficha de deputada apesar de ter sido expulsa, e consequentemente mantém a sua decisão de se tornar deputada não inscrita em o grupo misto.
Isto foi afirmado durante a reunião executiva, onde a presidente da Junts, Laura Borràs, e outras pessoas afins, uma vez que Jaume Alonso Cuevillas, Esther Vallès e a vice e segunda secretária do Juízo, Aurora Madaula, saíram em resguardo de Casol .que apesar de estar em licença médica posteriormente denunciar também o grupo por assédio, ele se conectou eletronicamente.

“Foi um espectáculo executivo”, afirmam algumas fontes consultadas pela Europa Press, que asseguram que Madaula chorou e pareceu irritado com os presentes pelo que estava a sobrevir.
Por outro lado, Turull, Batet e outros membros da direção, uma vez que a porta-voz do grupo parlamentar, Mònica Sales, têm sido em prol da expulsão de Casol do grupo por considerarem que a imagem do partido foi prejudicada.
Com a saída do executivo, nem Borràs nem Turull quiseram se manifestar sobre o objecto, nem Casol.
CASO MADAULA
O caso de Madaula também gerou grande desconforto no grupo parlamentar, que foi denunciado, tal uma vez que Casol, ao Gabinete para a Paridade e aguarda o respectivo relatório.
A deputada, no ‘Parlament de les Dones’ que se realizou em novembro do ano pretérito, afirmou ter sofrido “violência silenciosa” por secção dos colegas.
A presidente do Parlamento, Anna Erra, reuniu-se com ela e instou-a a reflectir sobre a sua ininterrupção uma vez que segunda secretária da Direcção, e 22 dos 32 deputados junts também assinaram um texto contra ela que apresentaram à Percentagem de Garantias.
A direção do partido sempre negou que haja machismo em Junts e atribui a situação a uma questão de debate político, e agora pondera tomar medidas legais em resposta às “difamações e fugas” que têm ocorrido nestes casos, segundo a Europa Prensa.