Koldo García Izaguirre, ex-assessor do ex-ministro socialista dos Transportes José Luis Ábalos e um dos principais envolvidos no projecto de devassidão desmantelado pela Guarda Social na semana passada, vangloriou-se nas suas conversas telefónicas de ter contactado e reunido com o porta-voz da Guarda Social, PP no Congresso, Miguel Tellado, e uma pessoa chamada “Alberto”. Foi no decurso dos seus esforços para paralisar uma reclamação do Governo das Baleares, já nas mãos da popular Marga Prohens em seguida as eleições de maio, contra a empresa que geria a compra de máscaras. Na conversa, no dia 2 de dezembro, Koldo García garantiu ao empresário Juan Carlos Cueto, outro dos arguidos, que acabavam de lhe telefonar e que se tinha “reunido com Miguel Tellado” e com aquela segunda pessoa, que exclusivamente menciona pelo nome. .primeiro nome, no dia seguinte. É o que afirma uma ordem judicial de 7 de fevereiro, que autoriza a prorrogação das intervenções telefônicas a que foram submetidos os principais suspeitos e às quais o EL PAÍS teve entrada.
O porta-voz parlamentar do PP negou “categoricamente” esta quinta-feira que tenha mantido uma suposta reunião com Koldo García ou que tenha recebido um telefonema para o fazer. “Não mantivemos nenhuma relação pessoal com o senhor Koldo García”, disse no início da Antena 3. Pouco depois, acrescentou nos corredores do Congresso: “Nunca me encontrei com nenhum membro da conspiração. Sim, tenho relacionamento com integrantes da conspiração toda semana cá, no Congresso dos Deputados, com a Sra. [Francina] Armengol [presidenta del Congreso y exjefa del Gobierno balear] no Juízo de Porta-vozes, na sessão plenária com o Sr. Ábalos, com o Sr. Santos Cerdán [secretario de Organización del PSOE]. Essa é toda a minha relação com os integrantes da trama”, frisou. O PSOE pediu explicações a Alberto Núñez Feijóo para estes alegados contactos do seu número dois. O líder do PP negou qualquer relação com a trama. Ao chegar ao Senado, esta manhã, Feijóo respondeu ao questionamento sobre se ele é o “Alberto” citado na súmula do caso: “Evidentemente, não”.
A investigação da Unidade Operacional Medial (UCO) da Guarda Social revelou que a reclamação do Executivo Balear à Management Solutions – epicentro mercantil da trama na alegada fraude nas premiações – por quase três milhões de euros pela má qualidade de as máscaras fornecidas durante a pandemia geraram diversas reuniões e conversas telefônicas entre García e Cueto. Neles, ambos tentaram impedir que a reivindicação do Governo, logo chefiado pela socialista Francina Armengol, tivesse sucesso. Segundo o despacho publicado esta quinta-feira, estas conversas “reafirmam a influência que Koldo estaria a exercitar para que a reivindicação de Baleares não prosperasse através de duas pessoas diferentes e, portanto, favorecessem a Soluciones de Gestión e o seu verdadeiro proprietário, o investigado Cueto”.
A solução judicial detalha que nessas conversas, a partir do final de novembro e intervencionadas judicialmente, o ex-assessor de Ábalos afirma: “Vou fazer uma coisa… vou devolvê-lo”. Cueto mostra seu ceticismo e responde: “Mas… Faz sentido o que você vai fazer?… pergunto… porque se vamos permanecer cegos…”. Os investigadores, que acreditam que os envolvidos suspeitavam desde o final de novembro de 2023 que estavam sendo seguidos, inferem do seu teor que Koldo García teve entrada às denúncias feitas pela empresa de conspiração, ao processo administrativo iniciado pela gestão das Baleares, e que foram transferidos a terceiros para revisão.
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O magistrado destaca que no transcurso dessas convocações “vê-se uma mudança de foco na Soluciones [de Gestión] “no caso de a Governo Balear permanecer em silêncio administrativo sobre o recurso interposto na reclamação apresentada”. Isto, porque considera que esta verosímil paralisação seria a forma mais eficiente de evitar que a trama tenha que enfrentar a reclamação económica milionária pela má qualidade das máscaras. É neste contexto que se dá a conversa entre Cueto e García, na qual oriente se orgulha de ter publicado Tellado e “Alberto”.
Todavia, os esforços do macróbio mentor de Ábalos não pararam por aí. Aliás, nessa mesma conversa, Koldo afirma ao seu interlocutor que também comentou a questão da reclamação ao “macróbio ministério onde trabalhei antes”, em referência ao Departamento de Transportes, e que a partir daí garantiram ele que o registo permitido Não tinha nenhum caminho permitido. Dois dias depois, no dia 4 de dezembro, o empresário informou a um terceiro envolvido, Íñigo Rotaeche, que em princípio a Governo Balear não tinha intenção de continuar com a reclamação: “Leste era um obséquio que o seu vizinho estava pedindo. [en referencia a Koldo García]… ele e seu ex-chefe… e parece que o outro disse sim, porque lhe deram outro obséquio em troca.” Os investigadores apontam que o ex-chefe não é outro senão o próprio Ábalos, porquê se pode verificar “pelo desenvolvimento da mediação telefónica em curso”.
Três dias depois, no dia 7 de dezembro, Koldo García ligou novamente para Cueto por volta das oito e meia da tarde para informá-lo de que “tudo está no caminho manifesto”, supostamente em referência à questão da reivindicação do Governo das Baleares. O macróbio assessor de Ábalos garante ao empresário que também lhe foi dito que “ninguém precisa de ser visto e quanto mais despercebido melhor”. A seguir, Koldo García acrescentou que usaria seus meios para colocá-lo “em contato”, sem especificar quem ou por quê. Em 14 de dezembro, Koldo García informou-lhe que a questão do processo das Ilhas Baleares estava “mais do que concluída”.
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