VALÊNCIA. Sinto-me uma vez que aqueles maridos que descobrem a parceira com outra. Um dia eles chegam em morada mais cedo, abrem a porta… e batem. Surpresa. O paixão que você pensava que duraria para sempre de repente vai pelo ralo. Você quer confiar que não, mas viu com seus próprios olhos. Acabou-se. Durante semanas você se atormentará lembrando dos bons momentos. Você esquece que ele não abaixa a tampa do vaso sanitário, que ronca ou que sempre critica seus pais. Um tanto assim aconteceu comigo com a seleção feminina do Valencia Basket. Só me lembro dos lances livres de Raquel Carrera contra o Reyer Venezia. Da vitória em Würzburg, em Salamanca, à conquista da Liga. Dos tempos em que todos, seus e seus adversários, jogavam o que Cris Ouviña queria. Da estreia de Awa Fam ainda moço. Da australiana Bec Allen antes de quebrar duas costelas e um coração.
Alguns se apaixonam pelos vencedores. Eu me apaixono pela personalidade. Não fiquei viciado no Valencia Basket, mesmo antes de ser promovido, porque ele descrevia uma risco ascendente que até a pessoa mais estúpida poderia suspeitar até onde iria. Fiquei fisgado porque Rubén Burgos construiu uma equipe irreduzível e Esteban Albert contratou jogadores irredutíveis: Queralt Casas, Laura Gil, Cris Ouviña, Marie Gülich… Estrelas que não hesitaram em quebrar a face na resguardo. A equipe sofreu derrotas, algumas dolorosas, outras transcendentes, mas sempre se levantou. Sempre. Sem exceção. E foi isso que me excitou e a mais 5.000 pessoas.
A equipe venceu a Liga e, com o espeque da torcida e da torcida, tinha tudo para se firmar no topo. Ele tinha cartas para comandar a Espanha e inaugurar a se posicionar na Euroliga. O Valencia Basket tinha um bom treinador, um bom plantel e uma estádio no comando. A troço tinha o maior orçamento da Liga e um dos oito mais altos da Europa. Sua hora havia chegado. E portanto abrimos a porta e vimos outro na nossa leito.
O problema não são as derrotas que ocorreram nas últimas semanas. O problema é que a equipe refolho o joelho muito rápido. Pela primeira vez na sua curta história, as surras chegaram. Derrotas constrangedoras uma vez que a de quarta-feira na Fonteta. Dias em que os jogadores do Burgos, longe de ficarem em pé até ao final, desmoronam no primeiro quarto. O que dói é não perder uma ou duas vezes; O que dói é que a equipe traiu a sua núcleo. Um dia o beijamos e descobrimos que ele não tem mais olhos azuis.
Porquê costuma ocorrer, todos têm a sua parcela de culpa. Albert construiu mal o padrão. Sabemos que agora, evidente, é mais fácil, mas é evidente que Hempe e Fingall não nos fizeram olvidar Lauren Cox. E não porque Cox (veja muito, 25 anos) fosse ótima, o que ela era, mas porque ela também era uma vencedora. Porque quando ninguém queria olhar o aro, ela levantou a mão, pediu a esfera e colocou na cesta. Esses jogadores são escassos e o clube a deixou evadir achando que o 2×1 foi uma pechincha.
Mesmo assim, acho que o mais grave é que alguns veteranos (e alguns que ainda não são veteranos) perderam a lazeira. E que Rubén Burgos, que viu isso antes de mais ninguém, subestimou o problema. As estrelas se viram com anos de contratos que lhes garantiram segurança, um bom salário e torcedores loucamente apaixonados por elas. Até que um dia você abre a porta do quarto e… Para pilares uma vez que Cris Ouviña, ao vê-la declinar, em vez de mostrar-lhe a saída e vincular imediatamente para o celular de Maite Cazorla, realizaram-lhe três desejos, uma vez que Aladdin, e deram-lhe um camiseta para o namorado de um time da LEB Plata onde só havia crianças. Porquê se o salário muito generoso que recebe não bastasse para chegar todos os dias a La Fonteta com um sorriso e uma saudação a cada funcionário.
Semana em seguida semana, eles estão ficando mais fracos. E lá ficou, uma vez que o último soldado que resiste com a bandeira na mão, Queralt Casas junto com as meninas de La Alqueria. A Torre Eiffel surge no horizonte e poucos pensam que o vencedor da liga regular tem lugar na próxima Euroliga. Parece que ninguém se apega a isso e entra no autocarro para transpor no sábado em Saragoça, mostrando os dentes ao líder, despertando a vontade de lhe mostrar quem manda em Espanha. Pelo contrário, neste momento o susto é não ser novamente tosquiado do Príncipe Philip diante de 8.000 fãs apaixonados por Mariona, Fiebich ou Gedof.
Bec Allen, que um dia agarrou e jogou uma toalha na face de Alba Torrens, e no dia seguinte disse que não aguentava mais, pediu para ir embora e eles a soltaram. Ninguém ocupou seu armário ainda. Burgos quer um meio. Mas um meão que vai tirar as castanhas do queimada no dia em que Raquel Carrera, agora totalmente indispensável à equipa, não estiver muito. Na verdade, Burgos quer Cox, mas Cox não está mais lá.
Agora eles estão nas mãos de Carrera. A galega atingiu um ponto da sua curso desportiva que já lhe trouxe bons contratos publicitários, notabilidade e reputação. Mas chegou ao ponto em que Pau Gasol contratou um preparador físico e um fisioterapeuta e pediu que o ajudassem a ser o melhor meio do mundo. É logo que as lendas são forjadas. Porque você pode ser muito bom ou pode ser uma mito. Às vezes está em suas mãos.
Nem tudo está perdido. Quantos amigos traídos você já ouviu falar que não terminaram completamente, que ele acha que ela vai querer voltar? Quem sabe se Leti Romero, vendo Ouviña tão fraca, acaba dando o passo que ainda não deu. Se Alba Torrens, outra das poucas que sai magoada das derrotas, traz à tona o seu talento, uma vez que fizeram ela e Ouviña nos play-offs da temporada passada. E é até provável, quem sabe, que um dia cheguemos ao portal e a vejamos com ar de tarar na porta.