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O terceiro episódio de Os advogados Teve, como já é costume, um objeto de reivindicação histórica. Nesta ocasião, a série de O 1 aproveitei para relembrar a figura de Pedro Patinoum pedreiro militante do PCE que foi morto pela Guarda Civil durante o primeiro dia de greve no setor da construção em Madrid, em 1971. Especificamente, no que mais tarde seria o bairro Zarzaquemada, em Leganés.
Deve ser lembrado que A greve foi crime na Espanha de 1936 a 1977da mesma forma que os sindicatos eram organizações ilegais, além do reconhecimento do Sindicato Vertical como a única organização autorizada de representação dos trabalhadores. Filiado à CCOO, o trabalhador viajou de Getafe à zona de Leganense para distribuir panfletos sindicais durante aquele dia de mobilização, ilegal aos olhos do regime franquista, na companhia de outros colegas.
Todos eles foram avisados e detidos pelos dignos e embora nenhum deles tenha resistido um dos agentes atirou nas costas de Patiñocausando sua morte. Nenhuma investigação foi aberta e ninguém jamais foi responsabilizado por sua morte.
Caminhando constantemente sob as nuvens,
ou sob os raios de um sol escaldante,
um sol que mata por falta de calor.
Então, aqui, nesta Paris de 1965,
no mês de setembro,
desde uma primavera, há mais de um ano.♥️Pedro Patiño 1937-1971.#Advogados pic.twitter.com/jlEHT6jO5b
-La 1 (@La1_tve) 9 de outubro de 2024
A homenagem de ‘Os Advogados’, que cobriram o crime
Os advogados Não inclui explicitamente o crime, mas aborda a figura de Patiño e sua esposa, Dolores Sancho, e sua importância na definição da personalidade da jovem. Manuela Carmem. Além de uma longa amizade, Dolores atuou como secretária do escritório do advogado. Aquela que seria prefeita de Madrid muitos anos depois reconheceu que a notícia do assassinato teve um impacto profundo sobre ela.
O episódio aborda o processo de reivindicação e luta pelo reconhecimento dos direitos dos trabalhadores e, assim, nos permite conhecer Patiño, interpretado por Ignácio Mateos (Malaka, a garota invisível). Sua esposa, também presente na ficção, é interpretada por Blanca Pares (Julieta por Pedro Almodóvar, Quem é Erin Carter?). Uma cena reproduz uma refeição entre o advogado e o casal, que retornou à Espanha após passar alguns anos no exílio, o que reflete o desejo reformista do trabalhador.
“Vocês não sentem falta dele?”, pergunta Carmena (Irene Escolar) a Dolores e Pedro, que responde. “O fato disso? Paris ou exílio? Então ele reflete: “Se todos partirmos, quem vai mudar este país? “Quero que eles cresçam aqui e também quero trabalhar como pedreiro aqui.” Carmen o lembra, como seu advogado, de sua facilidade em “se meter em encrencas” em reclamações trabalhistas, ao que ele responde que “não fazer nada, melhor exilar”.
♥️ Dolores Sancho e Pedro Patiño foram companheiros na luta anti-Franco, regressaram do exílio em Paris com os filhos. Dolores trabalhou como secretária no escritório de Manuela Carmena, com quem mantém uma longa amizade.#Advogados pic.twitter.com/AHxu6siSTl
-La 1 (@La1_tve) 9 de outubro de 2024
Após esta sequência, e por reticências, somos levados ao momento em que Sancho e Carmena vão ao hospital Gómez Ulla para reconhecer o corpo de Patiño. “Se puder, tente ver onde o marcador entrou“, aconselha a advogada à amiga em meio às lágrimas. “Eu não vou sair daqui.” A série reproduz a visita de Dolores ao necrotério e o momento em que ela presencia que ele levou um tiro nas costas.
Em 2009, e através do Lei da Memória Históricao Governo reconheceu oficialmente que Patiño foi perseguido injustamente e morreu “em defesa da sua actividade política”. Seu legado também é preservado na forma de uma coletânea de poemas, com 38 de suas composições compiladas em Nascer do sol.
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